Capítulo Dezenove

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Ser Guardiã na prática não era tão divertido quanto pensei que seria, todos os dias daquele mês, eu tinha que levantar antes de amanhecer e ficar seguindo Christian Ozera para todo o lado que ele fosse e até mesmo em seu tempo livre. Basicamente era como estar em aula teórica novamente. Pelo menos Christian não era como a maioria dos Moroi que fingiam que seu Guardião Provisório não existia, comigo ele sempre puxava assunto e me deixava interagir quando Lissa estava por perto já que geralmente Eddie Castle funcionava ao que chamamos de "Guardião Distante" e eu sempre era o "Guardião Próximo". Era como ter voltado ao 2º ano só que eu estava vivendo tudo pela perspectiva dos Moroi.

Eu havia acabado de acordar, era a metade da madrugada, mas eu não conseguia ficar mais tempo ali deitada sem perder o controle... Havia sonhado com Mason; de novo e para piorar tinha quase certeza de tê-lo visto me seguindo a caminho do quarto. Ver fantasmas até onde eu sabia não era exatamente um bom sinal. Talvez finalmente sugar a parte negra do Espírito estivesse me deixando louca, assim como aconteceu com Karp e Vladimir.

Por fim quando já estava me sentindo bastante inquieta e sufocada como se em algum momento as paredes de meu dormitório pudessem se estreitar até me esmagarem, me livrei dos cobertores aos chutes, colocando-me de pé num salto, abri a porta lentamente respirando com urgência e um pouco de desespero e mesmo sabendo que corria o sério risco de ser pega por algum Guardião que estivesse fazendo a vigilância fui em direção ao jardim do campus.

Do lado de fora estava incomumente frio, bem mais do que eu lembrava de estar em outras vezes em qualquer região de Montana e me irritei ao perceber que nem havia me dado ao trabalho de pegar um casaco ou pelo menos um cobertor. Bem eu não iria voltar para lá, não agora. Ainda pensando sobre o frio irritante senti um braço se apoiar em meu ombro com firmeza e eu congelei. Merda.

- O que faz aqui fora a essa hora da madrugada Rose? –Perguntou Dimitri soltando-me e parando de frente para mim; seus olhos estavam sérios.

- Eu estava apenas testando a segurança desse lado do campus, cara e eu tenho que te contar, é uma droga. –Respondi sarcasticamente dando de ombros.

Será que ele realmente teria coragem de me levar para a sala da Direção? Bem, eu já estava encrencada de qualquer jeito mesmo.

- Bom saber, principalmente porque nesse horário eu sou o responsável pela segurança desse lado do campus Rose. –Disse ele erguendo as sobrancelhas em sinal de incomodo evidente pelas minhas palavras nada gentis. –E se estava tão inclinada a quebrar as regras poderia ter ido pegar um casaco, está muito frio aqui fora. –Acrescentou ele tirando seu, sobretudo e jogando em meus ombros.

- Eu não quis dizer que você esteja fazendo um péssimo trabalho camarada. E obrigada pelo casaco, está mesmo muito frio essa madrugada. – Falei com um meio sorriso sem graça, mas uma lembrança me fez ficar séria. Eu sabia que estava me ariscando, mas ainda assim precisava conversar com alguém que confiava e só conseguia pensar nele. –Ei por acaso você acredita em fantasmas... Digo, acha que são reais ao ponto de serem visto pelos vivos?

- Isso não tem a menor graça Rose. –Respondeu ele fechando a expressão.

- Ótimo, então somos dois a achar isso. –Rebati cruzando os braços, irritada.

- Depende do contexto que você coloca essa suposição, eu acho. Sei lá, desculpe não estar colaborando muito, é que eu sou meio cético com essas coisas desde que eu era criança por causa da convivência com a minha avó, porém supondo que eu não seja vou me dispor a ouvir sua teoria. – Respondeu ele agora me encarando com uma curiosidade incomum e um tanto incomoda.

Academia De Vampiros - Escuridão Do Espírito (LIVRO 1)Where stories live. Discover now