Capítulo Trinta e Dois

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Quando finalmente nos soltamos fomos direto para o prédio dos Dhampiros, o perigo maior finalmente havia acabado por um momento e, no entanto os dois andares pareciam um verdadeiro inferno, todos estavam muito agitados e assustados com o que havia acontecido. Alguns Dhampiros trocavam olhares assustados, os poucos Morois que passavam conversavam apavorados e os Guardiões que sobraram foram convocados para uma reunião.

- Eu acho que vou dar uma volta por ai, checar se algum Guardião precisa de ajuda com alguma coisa e volto depois. –Falei desconfortável ao me virar.

- Negativo você vem conosco para dentro do salão. Você também foi convocada para a reunião Srta. Hathaway! –Disse Yuri quando eu estava prestes a me retirar. –Você é uma de nós agora.

Entrei na sala de Kirova e analisei o que acontecia, a maioria dos Guardiões estavam debruçados sobre uma mesa vermelha redonda no centro da sala, Kirova discutia com uma Guardiã pouca coisa maior que eu e travei ao me dar conta de quem era aquela Dhampira; era a minha mãe.

Graças aos céus, do outro lado do cômodo Dimitri estava de pé varrendo o local com o olhar e quando me viu senti o alivio tomar conta de suas feições, então ele me chamou com um movimento discreto da cabeça.

- Você está sangrando Rose, devia fazer um curativo nisso. –Disse ele tocando meu rosto num ponto que doeu um pouco e sujou seu dedo de sangue.

- Não é nada grave camarada, garanto que eu vou ficar bem. –Garanti dando de ombros sem me importar e então lancei um olhar sugestivo na direção da mesa de Kirova. –Quando foi que a minha mãe chegou aqui?

- Não sei dizer com precisão, porém ao que parece sofremos muitas baixas com relação à segurança do perímetro da Academia e a quantidade de Guardiões caiu demais devido a magnitude do ataque surpresa que sofremos vindo de todos os lados e isso chegou aos ouvidos da Rainha que mandou reforço para cá. Entre os enviados estava Janine. –Explicou Dimitri ainda rígido, mas quando nossos olhos e fixaram pude detectar o quanto ele estava preocupado com a situação.

- Tudo bem, mas alguém tem alguma ideia de como os Strigois fizeram para entrar aqui sem serem vistos logo de cara? –Perguntei concentrada e confusa.

- Ainda não encontraram resposta para isso, mas também não desistimos de continuar procurando. Todo o limite do campus foi verificado duas vezes por um Grupo de Quinze Guardiões da Academia e não encontraram nada de errado ou que não deveria estar lá. –Respondeu ele, inquieto e meio irritado.

Assim que as palavras de Dimitri me atingiram, percebi que aquela situação novamente me era familiar, isso por que... Por que já havia passado por isso quando estava em Spokane com meus amigos. Os Strigois estavam obrigando humanos a ajudá-los na quebra dos escudos atrás das pistas de esqui onde poderiam facilmente usar as árvores como cobertura para uma aproximação silenciosa. O problema era que agora estávamos na São Vladimir e não havia como terem usado algo como o portão principal para entrar, a menos que...

- Inacreditável! –Murmurei quando encaixei as últimas peças que faltavam.

- O que foi Rose? –Perguntou Dimitri alarmado e completamente confuso.

Ao invés de responder me virei e sai correndo, indo na direção ao prédio dos Moroi, estava fazendo aquilo porque atrás da estrutura antiga havia uma espécie de trilha oculta pela vegetação das árvores. Ali costumava ser o ponto de encontro dos Morois rebeldes mais velhos que se reuniam para fumar escondido, encher a cara o bastante para ficar tontos e então chamarem urubu de louro e transar com suas ficantes.

Academia De Vampiros - Escuridão Do Espírito (LIVRO 1)Where stories live. Discover now