Academia De Vampiros - Escuridão Do Espírito (LIVRO 1)

Capítulo Quarenta e Dois

- Como assim você vai voltar para a Academia com a gente Mazur? Isso é uma piada, não é? – Perguntei completamente incrédula encarando Abe Mazur.

- Oficialmente eu resgatei você e seu Mentor usando um contato que não tem ligação com ninguém da São Vladimir, a Sra. Kirova vai quer falar comigo sobre algumas coisas e devo reportar a quantidade de corpos que você matou por aqui para que você seja... Sei lá devidamente recompensada pelo feito e, além disso, tenho certeza de que a Guardiã Janine também tem algumas coisas a me dizer. Muitas coisas, para ser mais específico. –Respondeu Abe com naturalidade e uma calma inabalável – Então, sim eu vou viajar com vocês de volta para a Academia.

Se Dimitri não estivesse bem ao meu lado naquele momento segurando meu braço com força prevendo que meu controle não estaria muito bom, eu provavelmente teria levantado da mesa e dado, não um simples tapa, mas sim um belo de um soco em Abe e provavelmente no nariz, para quebrá-lo. Eu não me incomodei em conhecer a família Belikov por razões óbvias, era a família dele que não tinham notícias dele há muito tempo, mas ter o meu próprio encontro familiar era uma coisa completamente diferente para mim. Eu não estava pronta.

- Ei, você está bem Rose? –Perguntou Dimitri enquanto caminhávamos na direção da casa da mãe dele explicar que teríamos que ir embora mais cedo.

- O que diabos deu no Mazur para fazer aquilo comigo? E pior ainda, o que deu na minha mãe? –Perguntei incrédula congelando no meio de um passo.

- Olha só se isso for ajudar em alguma coisa, eu posso enfrentá-los junto com você quando voltarmos. –Propôs Dimitri voltando para onde eu estava.

- Está brincando comigo né? Dimitri, você não pode simplesmente chegar na minha mãe e dizer que é meu namorado. Ela não vai entender numa boa e se tiver armada pode ser ainda pior que isso e você infelizmente não é a prova de balas, portanto nem pensar, eu não quero ariscar. – Falei com um meio sorriso.

- Tá bom, então o que exatamente você quer fazer? –Perguntou ele suspirando.

- Não quero sair daqui amanhã, também não quero que você diga adeus pra sua família de novo depois de tanto tempo sem poder estar com elas, não quero abandonar Lissa, o bebê que ela carrega ou o idiota do fogaréu, quer dizer o Christian... Eu não sei mais o que estou fazendo Dimitri! –Explodi jogando as mãos para cima exasperada.

- Vamos fazer assim, depois da sua graduação para Guardiã da Princesa, nós veremos se conseguimos voltar aqui dentro de alguns meses e ficar por mais tempo. Tipo como férias. –Disse Dimitri me puxando para os braços dele.

Nunca realmente fui de chorar na frente de ninguém e nunca vi Dimitri fazer isso também, porém como dizem tem uma primeira vez para tudo, e então as lágrimas vieram como uma verdadeira cachoeira tanto para mim que costumava querer fazer pose de durona quanto para Dimitri que pegou todos de surpresa com o ato já que ele naturalmente tinha um autocontrole simplesmente impecável.

Choveu choro e abraços por mais de meia hora seguida e então momentos depois estávamos embarcando num avião especial, particular que por sua vez iria nos levar de volta em segurança para a Academia São Vladimir.

Chegamos aos territórios privados de Montana no meio da madrugada, era o fim do quinto Período dos Moroi e com isso o pátio principal do campus estava lotado de alunos e professores que andavam em passos lentos pra todo lado, felizmente para evitar algum tipo de tumulto um grupo de aproximadamente doze Guardiões foram estrategicamente posicionados a nossa volta para assim nos escoltar direto para a sala da Kirova que nos aguardava a fim de receber o relatório oficial de como havíamos escapado de um sequestro arquitetado pelos Strigoi e para que naturalmente ela aplicasse algum tipo de falação irritante que me deixaria particularmente mal-humorada pelo restante do amanhecer daquele mesmo dia e por conta disso – e possivelmente só por isso eu não sabia dizer ao certo se estava aliviada ou completamente apavorada por estar ali.