Capítulo Cinquenta e Oito

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Não fazíamos à menor ideia de como exatamente as coisas ficariam a partir daquele ponto em específico, quer dizer quem era realmente maluco o suficiente para tentar conversar com uma Strigoi sem sentimentos ou alma? Ao que parecia nós éramos esse tipo de pessoas, tudo bem, estava na hora de agirmos.

Saímos do carro e então seguindo lado a lado nós nos esgueiramos pela lateral da pequena casa com muito cuidado, os muros de concreto eram bem altos, deviam ter pelo menos três ou quatro metros de altura no mínimo, nenhuma abertura convencional, nem mesmo um portão de entrada, nada. Droga, ela era uma Strigoi muito mais esperta do que eu estava esperando, havia construído uma verdadeira fortaleza envolta de si mesma. Droga! Porcaria! Maldição!

Tínhamos que montar algum tipo de plano eficiente o suficiente para que conseguíssemos permanecer vivos ao final do dia seguinte, a primeira parte se resumia em reconhecimento de território e então Dimitri subiu numa pedra grande que havia numa das laterais da casa e me segurando firme pela cintura me ergueu para cima o suficiente para que eu conseguisse me erguer e olhar por sobre o muro e então vinha a outra parte.

- Estamos completamente ferrados agora, não tem forma de pularmos para o lado de dentro sem algumas lesões por ser alto demais, por outro lado pelo que pude perceber vidros de portas e janelas são bem escuros, não dá para olhar por dentro da casa, mas aposto meu título como Guardiã que ela também não conseguira nos ver entrando no jardim dela, além disso, a parte de trás tem grama alta o que amortece a queda mais fácil e depois não é como se ela realmente estivesse esperando o nosso ataque a qualquer momento mesmo que consiga nos sentir, se irmos por trás vamos ganhar uns segundos a mais de vantagem que podem garantir o nosso lado. –Reportei quando ele me fez descer com leveza me apoiando em seu peito. – Precisamos da terceira parte do plano agora, ideias?

Tintamos um plano meio ariscado para executar, deixamos Sidney na frente de uma abertura que encontramos e contornamos até a lateral que estávamos antes, novamente Dimitri me ergueu e pediu que esperasse e então pulou caindo num baque surdo sobre o chão de terra e logo em seguida se colocou em pé erguendo os braços para que eu pulasse em seu peito e foi o que fiz.

- Peguei você, está na hora de agir! Tome muito cuidado não temos ideia de onde Karp pode estar e assim a vantagem é totalmente dela e não nossa. Você é muito boa no que faz, mas ela pode te machucar. E muito. –Dimitri me colocou no chão e o mais silenciosos que era possível nós dois corremos para a lateral da casa.

- Vidros e janelas quase pretos pela proteção extra contra os raios solares e qualquer outro tipo de claridade mais forte que uma lâmpada, eu sabia que tinha razão! Agora temos que ser rápidos, ela já deve ter sentido nossa presença e obviamente vai tentar nos matar assim que invadirmos a parte de dentro. –Falei com um sorriso e então senti uma náusea me atingir.

Merda, estávamos ficando perigosamente sem tempo para agir, Karp estava em algum lugar dentro da casa.

- Rose, tudo bem? –Dimitri me encarou atrás dele com a expressão preocupada.

Apontei para dentro da casa de forma desesperada torcendo para dar tempo.

- Karp está ai dentro em algum lugar camarada, eu senti. –Falei lutando contra a dor de cabeça e a náusea que sentia perto de Strigois. – Está na hora de agir.

Dimitri pegou uma pá que havia no quintal e bateu umas duas vezes contra uma das janelas mais baixas e nada aconteceu e então ele se irritou e foi para a porta de vidro temperado e repetiu o mesmo processo e então a primeira rachadura se formou juntamente com um sorrio e um carinho de mão ajudou no restante do processo e então ele enrolou a mão num pedaço de pano que estava no chão e terminou de socar o vidro para poder destravar a porta. Entramos e ganhamos o silencio como resposta. Virei o corpo a fim de perguntar para Dimitri o que faríamos quando senti alguém me arremessar longe pelo cômodo, ouvi um som não muito comum e senti uma dor aguda me atingir a parte de trás da cabeça, minha vista ficou preta e então a voz de um anjo chamando meu nome começou a cortar a escuridão dizendo meu nome e algo mais, parecia me puxar de volta.

Academia De Vampiros - Escuridão Do Espírito (LIVRO 1)Where stories live. Discover now