Capítulo Trinta e Um

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Assim que abri os olhos de forma preguiçosa encarei o relógio digital preso no braço que Dimitri descansava em minha cintura, ainda faltavam muitas horas até começar a amanhecer e mais tempo ainda até alguém precisar procurar por um de nós dois. Sorri ao perceber que Dimitri dormia profundamente embaixo de meu corpo e meio hesitante levei minha mão até os cabelos dele, afastando as mechas que lhe cobriam o rosto, mesmo temendo acordá-lo acariciei a face dele bem devagar. Dimitri franziu a testa, remexendo-se um pouco, mas não abriu os olhos, então manteve minha mão em contato com a pele de seu rosto.

Concentrada no que fazia percebi a mancha roxa se opondo a perfeição que ele naturalmente era. A marca em si era bem pequena, ainda assim evidente e me senti incomodada, não fazia parte dos meus planos acertá-lo com tanta força.

Senti meu estômago revirar de forma muito desagradável como se algo estivesse se retorcendo ou talvez derretendo dentro de mim como se eu tivesse engolido ao agressivo como cândida ou ácido puro, ficando completamente confusa com a reação incomum me levantei devagar com medo de piorar ainda mais minha situação indo na direção do banheiro que havia ali mesmo temendo acordar Dimitri com minha movimentação nada sutil ou ao menos silenciosa, porém quando agachei perto do vaso sanitário temendo realmente vomitar algo como um de meus rins ou uma bolha de sangue não aconteceu nada de anormal.

Franzi a testa me vendo com o senso de confusão dobrado agora apoiando as costas contra a parede gelada revestida por um piso azul turquesa do ambiente a minha volta, sentei no chão também gelado sem me importar com a possibilidade de me molhar ou algo assim, agora cuidadosamente colocando a cabeça entre os joelhos na esperança de melhorar, porém ao mesmo tempo sentindo a náusea desconfortável subir garganta acima rapidamente como se eu pudesse realmente vomitar a qualquer minuto e minha testa começou a latejar em alguns pontos específicos, tamanho era o grau elevado do desconforto que eu estava sentindo naquele momento. Parecia que eu iria morrer ou coisa pior que aquilo. Era dor demais para uma pessoa só. Para mim.

Em algum lugar muito próximo de mim me pareceu que havia se iniciado algo parecido com uma pequena movimentação alarmada, mostrando que Dimitri provavelmente já havia despertado e com isso notado minha ausência e imediatamente tomando ciência do porquê disso estar acontecendo, alguns segundos depois luz do banheiro finalmente foi acesa e senti quando ele cuidadosamente agachou ao meu lado direito, esticou o braço provavelmente de forma hesitante e então tocou meu ombro devagar, sacudindo-me levemente.

- Rose, você está bem? Roza, você está me ouvindo? Ei, você consegue me ouvir? O que você está sentindo? –Perguntou ele com a voz preocupada.

- Pode me ajudar a sair daqui, por favor, camarada? Não estou conseguindo respirar direito e minha cabeça parece que vai explodir! –Falei num tom desesperado, erguendo a cabeça ainda com os olhos fechados.

Sem dizer uma única palavra a respeito ou me contestar em busca de algum tipo de explicação Dimitri imediatamente passou os braços fortes e quentes por baixo de meu corpo, o chão sumiu quando ele me ergueu com cuidado, aninhando-me em seu peito e apoiei minha cabeça em seu ombro.

Não sei dizer ao certo como exatamente ele conseguiu fazer o processo de abrir a porta comigo enroscada no peito dele da forma que estava, porém senti uma brisa gelada atingir partes isoladas de meu corpo e então sabia que estava do lado de fora da "nossa" cabana. Para minha surpresa, ao invés de sentir algum tipo de alivio por estar em local aberto à náusea de antes aumentou, um arrepio pavoroso subiu por minha espinha e então algo dentro de meu cérebro estalou; eu já havia tido aquela mesma sensação antes... Quando estava em Spokane...

Academia De Vampiros - Escuridão Do Espírito (LIVRO 1)Where stories live. Discover now