Capítulo Trinta e Nove

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A casa não era muito grande mesmo contendo dois andares, era bastante simples e ainda assim muito bonita e encantadora aos olhos de quem a observasse com a devida atenção, tinha um jardim muito florido e perceptivelmente bem cuidado. O portão de ferro fundido branco tinha arabescos complicados e adornos de rosas vermelhas, a casa tinha um tom verde água muito alegre e gostei do lugar.

Dimitri ficou completamente paralisado no lugar encarando a casa fixamente e comecei a realmente considerar que talvez ele estivesse possivelmente entrando em choque ou algo assim, pensei até em dar um tapa nele como havia feito com Abe momentos atrás, mas me contive quando ele puxou minha mão junto a dele, entrelaçando nossos dedos com força.

- Caramba... Faz tanto tempo desde que sai daqui. É tão estranho, parece que nada mudou de verdade. –Murmurou ele sem tirar os olhos da casa.

- Tem certeza que está realmente pronto para fazer isso camarada? –Perguntei o encarando com preocupação, ele realmente não parecia muito bem.

- Não, eu não estou nenhum pouco pronto para esse momento Rose. Vem comigo, nós vamos entrar. –Respondeu ele recomeçando a andar lentamente.

- Me desculpa, eu não queria forçar você a vir aqui. Só pensei que iria ser algo bom pra você rever suas irmãs depois de tanto tempo longe delas. –Falei quando já estávamos na frente do portão da casa.

- Está tudo bem Roza, de verdade. Eu só não... É um pouco estranho para eu estar aqui de novo após tanto tempo. Eu vou ficar bem. –Disse Dimitri sem me olhar.

- Acha que deveríamos chamar, ou algo assim? –Perguntei encarando a casa.

Estava tudo realmente muito quieto na casa pelo que pude observar aquela distância e isso me preocupava um pouco. Já não bastava eu tê-lo praticamente pressionado para vir, e agora ele não iria conseguir falar com ninguém.

- Não, vamos entrar direto pela porta da frente, minha mãe nunca tranca o portão principal e nem a porta da cozinha esse horário. Vem, vamos entrar. –Disse ele abrindo o portão e entrando em passos lentos e bastante cautelosos.

- Como é o nome dela? Da sua mãe e do restante de sua família? Todos moram aqui? –Perguntei sem saber o que deveria falar.

- Olema Belikova é a minha mãe, minha avó se chama Yeva como eu já lhe contei ela e meio estranha às vezes, tem meu sobrinho o Paul, filho da minha irmã falecida há alguns anos a Karolina, ela tinha 21 anos quando foi atacada por um Strigoi durante uma viagem a Paris, e apesar dela ter morrido na hora que foi atacada, prestaram socorro rápido e conseguiram salvar o bebê Dhampiro que ela carregava; o Paul que atualmente completou 13 anos e entrou para San Blázio para ser Guardião como nós, e então fica restando a Victoria que apenar de me idolatrar não fez como Rebekah e entrou para esse mundo de Guardiões. –Explicou Dimitri rapidamente, ele geralmente falava rápido quando nervoso.

Engraçado que naquele momento estávamos realmente prestes a rever a família de Dimitri e, no entanto, eu me sentia quase tão nervosa e completamente inquieta quanto ele provavelmente estava se sentindo por estar ali.

- Nossa, faz realmente tanto tempo. Respira Dimitri, você consegue. –Sussurrou Dimitri no que pareceu uma tentativa de acalmar a si mesmo.

- Você vai sobreviver a isso camarada, elas são a sua família. Relaxe, aposto que ninguém lá dentro vai tentar te morder de verdade. –Falei com um pequeno sorriso, tentando acalmá-lo. –Além disso, você está comigo, prometo te proteger.

- Isso parece realmente tranquilizador, muito obrigado por estar aqui comigo hoje Roza. –Disse Dimitri sem me encarar, porém senti que estava sendo sincero.

Academia De Vampiros - Escuridão Do Espírito (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora