Capítulo 45

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"Mas quando você vai embora, as pessoas que você abandona continuam vivendo a vida, não esperam você voltar."

🌸~❤

Lia narrando.

Acordei sentindo algumas dores, barulhos de batimentos cardíacos ecoavam no local, olhei a minha volta e tudo era branco, olhei pro meu corpo e tinham alguns fios nos meus braços e por dentro da minha roupa, algumas lembranças começaram a vir à minha mente, eu havia sofrido um acidente, percebi que obviamente eu tava em um hospital, a porta foi aberta revelando um homem de cabelos grisalhos, deveria ser o médico. Ele chegou perto de mim e começou a me observar, olhou meus olhos e tirou aqueles fios.

- O que foi que houve comigo? - perguntei com a voz um pouco baixa, eu estava me sentindo fraca.

- Ora, fico feliz que tenha acordado, foi um acidente mas você ficará bem. - ele falou amigável e saiu.

Fiquei olhando pro teto por alguns segundos e aí que me lembrei do meu bebê, comecei a gritar por um médico desesperada, a porta foi aberta novamente e o mesmo médico entrou junto de mais duas enfermeiras.

- O-o- o meu bebê? Como ele está? - perguntei aflita.

- Calma, ele está bem, não sofreu nada.

Relaxei outra vez e me senti melhor, graças a Deus ele estava bem, alguém entrou no quarto e chegou perto de mim, Glória estava com um semblante feliz e preocupado ao mesmo tempo, fiquei feliz em ver ela ali, mas eu sentia que tinha algo que estava a encomodando, ela pegou na minha mão e acariciou.

- Como se sente?

- Acho que mais ou menos. - sorri fraco.

- Vai ficar boa logo.

- E o Arthur, cadê? - perguntei olhando pra porta.

- Lia, o Arthur... Bem, é... Ele teve que... Que fazer uma viagem de última hora, ele não pode vir, mas ele sabe que você e o bebê tão bem.

- Viagem? Como assim uma viagem? Do nada? Assim?

- É, a mãe dele estava precisando muito dele.

Aquilo me parecia estranho, Arthur nunca me largaria desse jeito sem avisar, mas já que foi de última hora, decidi não opinar, deve ter sido algo bem mais importante que o meu acidente. Meu pai entrou em seguida e ficou comigo durante toda a tarde, Glória havia ido embora, estava cansada.

- Pai, o Arthur disse pra onde iria?

- An, ele não avisou, apenas disse que era muito urgente. - falou meio desconfiado.

Aquilo me deixou ainda mais abismada, estavam mentindo pra mim?

Semanas depois...

Saí do hospital faz uma semana, o bebê estava bem, e a propósito é uma menina, fiquei tão feliz ao saber, não via a hora de ver o rostinho dela, de ter ela nos meus braços, eu já a amo incondicionalmente.

Arthur não me deu notícias, ligo pra ele todos os dias e nada dele atender, sempre está desligado, estou ficando cada vez mais preocupada, Glória disse que o sinal deve ser ruim onde ele está e por isso não atende, mas ruim todos os dias e todas as horas? Sei não. Eu ficava cada dia mais aflita sem notícias dele, algo dentro de mim dizia que ele não estava bem, mas como eu poderia ter certeza se não faço a mínima ideia de onde ele esteja, não sei mais o que fazer pra ter contato com ele, não sei se espero ou se vou na polícia dar queixa de desaparecimento. Sentei na cama e tomei o remédio pra dor, estava tomando alguns antibióticos pra aliviar as dores que eu ainda sentia no corpo, fora os remédios que eu tomava pra ter uma gravidez menos perigosa, à medida que o tempo passava, eu corria cada vez mais riscos, eu estava tentando ao máximo ser forte, estava me segurando pra não chorar de tanta saudade do Arthur, eu estava precisando tanto dele, até mesmo um telefonema seria suficiente pra acabar com toda preocupação e paranóias que eu crio sem querer na minha mente, algo estava errado, algo estava acontecendo, mas ninguém me dizia o que era, ninguém me contava a verdade.

Deitei na cama e peguei o celular, pela milésima vez naquele mesmo dia eu disquei o número dele e esperei chamar, o que não aconteceu, mais uma vez o número foi dado como desligado, fiquei com raiva, ele deveria está zoando da minha cara de não atender o maldito telefone, como ele simplesmente viaja e me deixa aqui, eu estava em cima de uma cama coberta de ferimentos e um filho dele no útero, eu poderia ter morrido e ele simplesmente viaja, okay, a mãe dele estava precisando mas levando em conta se ela também estivesse numa cama de hospital, eu e ela estaríamos kits. Arremessei o telefone longe e fui tomar um dos vários remédios que eu estava tomando, esse era pra gravidez, já estava com cinco meses, a minha bebê estava crescendo.

Ouvi alguém estrar no quarto, engoli o comprimido com água e voltei pro quarto (eu estava no banheiro).

- Como está a mamãe mais linda do mundo? - Glória falou com um sorriso e as mãos cheias de sacolas.

- O que é tudo isso? - perguntei curiosa.

- Coisas pra minha sobrinha.

Ela veio até mim e deu um beijo na minha barriga. Sorri e dei um abraço nela.

- Eu tô mais ou menos, Arthur não me deu notícias. - falei triste.

Ela ficou com um semblante triste e ao mesmo tempo parecia que sabia de alguma coisa, e se ela realmente soubesse e não quisesse me contar, não hesitei e perguntei.

- Glória, tem alguma coisa que eu não sei?

Ela começou à ficar nervosa, percebi porque as mãos delas estavam suando.

- Glória? O que você sabe? - perguntei séria.

- Lia... Eu... Quer dizer, é, bem... Ele... - sim ela sabia de alguma coisa.

- Deixa Glória. - meu pai entrou no quarto de repente.

- Deixa o quê pai? - perguntei já impaciente.

- O Arthur foi embora filha. Ele não vai mais voltar. - meu pai falou frio.

Vi Glória fazer uma cara assustada, senti meu chão cair. Como assim ele havia ido embora, pra onde? Por que? Me deixou aqui, sozinha, quem ele pensa que é?

- O quê? Por que? - perguntei completamente confusa.

- Ele disse que não podia mais ficar com você filha, disse que o que vocês dois viviam não era o que ele queria pra vida, tentei entender e impedir ele de ir, mas ele foi extremamente grosso comigo e saiu.

Ouvi aquilo e não acreditei, lágrimas já estavam saindo sem parar, sentei na cama, eu estava em choque, sem entender, ele disse que me amava, disse que nunca iria me abandonar, passamos por tanta coisa juntos, dizíamos um pro outro que não iríamos desistir, juramos estarmos juntos até o fim. Mas agora, ele foi embora, simplesmente fugiu de mim, por isso não atendia as ligações, talvez já tivesse mudado de número e estivesse há mil quilômetros daqui, ele me abandonou, ele abandonou ao filho, ele nem sabe que é uma menina, ele simplesmente foi embora de vez.

Comecei à sentir um mal estar terrível, meu rosto queimava por conta de tantas lágrimas caindo, comecei à sentir uma falta de ar, temi pela minha filha, Glória e meu pai ficaram desesperados, meu pai mandou Glória ir pro carro e me pegou no colo, uma dor muito forte na minha barriga começou, chorei freneticamente e pedia à Deus para não deixar acontecer nada à minha bebê, eu estava com um sono inexplicável, estava prestes à fechar os olhos mas meu pai implorava para que eu não dormisse, eu estava vendo tudo ficar escuro, mas tentava abrir os olhos e mante-los abertos, Glória ficava falando coisas que eu nem conseguia mais identificar, minha barriga doía cada vez mais e a falta de ar aumentava, ainda pedia à Deus pela minha bebê, pedia por favor para que ele tivesse misericórdia da minha filhinha.

❤~🍃

Kilvia...♡

Meu Proibido Professor (DISPONÍVEL ATÉ 31/07)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora