Capítulo 47

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"Grandes sonhos podem se tornar reais, a partir do momento em que desejamos acreditar neles." ✨🌬

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- FORÇA! - o médico gritou pela milésima vez e eu cheguei a conclusão que talvez eu nem soubesse mais o que era força. - FORÇA! - ele gritou de novo.

Era uma dor insuportável, não parava, a pior dor que já senti na vida, fiz toda força que eu achava que tinha dentro de mim e senti como se algo tivesse saindo, parecia que até minhas tripas iriam sair.

- VAI! ELA TÁ SAINDO.
- AAAH... - gritei.

Fiz mais força, me concentrei o máximo que eu pôde naquele momento, Arthur não estava ali comigo, ninguém estava ali comigo, eu estava tendo o melhor e mais importante momento da minha vida, minha filha estava prestes à vir ao mundo, e só teria eu ali esperando por ela, o que eu mais queria era o Arthur ali comigo, era o Arthur me dando força e segurando à minha mão.

- VAI MOÇA, POR FAVOR, A VIDA DA SUA FILHA DEPENDE DE VOCÊ! - o médico gritou, eu fiquei assustada, a vida da minha filha estava nas minhas mãos, embora sempre estivesse.

Coloquei mais força, eu suava frio, me sentia mal, uma falta de ar já tomava conta de mim, não desisti, se algo acontecesse que acontecesse comigo, não com minha bebê. Tomei fôlego e coloquei mais força, senti que ela estava saindo, o médico me olhou e deu um sorriso sem mostrar os dentes, acenou com a cabeça, fiz mais força e senti ela sair mais. Uma enfermeira veio e enxugou o suor de mim.

- Vai, força, está quase lá. - ela disse.

Tomei fôlego novamente, estava me sentindo zonza, fiz toda força que eu achava que poderia existir em mim, minha visão ficou embaçada, tive tempo de ouvir um choro fino invadir aquele local, ouvi o médico dizer "nasceu", depois disso o fôlego faltou de vez, apaguei.

Autora narrando.

Thalia teve uma parada cardíaca imediata, Maria Helena nasceu com um pouco de falta de ar mas logo os médicos deram oxigênio e a menina pôde respirar normalmente, ela nasceu saudável e sem problema algum, mas Thalia estava em perigo ainda, os médicos viram que o estado dela era crítico e correram pra ajudar a paciente. Fizeram todos os procedimentos que deveriam ser feitos, ela não respondia à nada, os médicos estavam desesperados, a paciente estava entre a vida e a morte, colocaram um aparelho para que ela pudesse respirar, a parada estava quase levando-a embora. De repente se ouviu um "piiiiii" os médicos olharam e não acreditaram que haviam perdido uma paciente, uma recente mãe, um médico a olhou, ele havia acabado de se formar em medicina, ela era a sua primeira paciente, era seu primeiro dia de trabalho, ele não aceitou aquilo, pegou o aparelho de ressuscitação, abriu aquela roupa e posicionou aquilo no lugar certo.

- 1,2,3 - e ela subiu para cima, nada.
- 1,2,3 - nada.

Ele respirou fundo e de forma rápida pediu a Deus pela vida dela.

- 1,2,3 - se ouviu no aparelho aquele "pi, pi, pi".

Ela havia voltado.

O médico soltou um suspiro e sussurrou de olhos fechados um "obrigado Deus", ele a olhou fixamente, admirou ela por alguns instantes, a achou linda e muito nova para ser mãe, mas não se encomodou com aquilo, ele a considerou muito forte e uma vencedora, ela morreu por alguns minutos e voltou, ele acreditava em milagres, ele a considerou um milagre.

A bebê estava no berçário, Iasmin, Glória, Dona Penelope e Carlos estavam esperando por notícias, ainda não sabiam o que havia acontecido na sala de parto, eles admiravam a bebê, não sabiam dizer ainda com quem ela iria parecer, mas era loirinha, igual o pai, talvez ela parecesse com Arthur, falando nele, como ele poderia estar? Será que já sabia que sua filha nasceu? Sabia se Lia estava bem? Não. Ele não sabia de nada ainda, Glória não havia ido falar nada pra ele. Nesses últimos tempos Glória o manteve informado de tudo, mas ainda não tinha tido tempo de avisar a ele os últimos acontecimentos.

O médico que salvou Thalia chegou para falar com a família.

- Boa noite. - ele disse.

Todos responderam e voltaram a atenção pro médico que não enrolou e falou logo.

- Logo após o parto a Thalia sofreu uma parada cardíaca, fizemos todos os procedimentos e... - ele fez uma pausa - por uns minutos ela não resistiu. - todos encheram os olhos de lágrimas - se acalmem, conseguimos trazê-la de volta, ela está estável, mas está respirando com a ajuda de um aparelho. - todos ficaram preocupados, com medo de perdê-la, logo agora, Maria Helena precisava muito dela, era sua mãe e a única pessoa que a bebê tinha no momento, já que seu pai não podia estar ali.

- Ela ficará bem, eu prometo.

Talvez aquele médico não sabia bem o que estava dizendo, prometer a melhora de alguém? Que médico faz isso? Só se for algum médico da família ou coisa do tipo, nunca haviam visto aquele médico na vida.

Glória recebeu uma chamada, atendeu e foi informada que era da penitenciária masculina do estado, ela aceitou a chamada e ouviu a voz grossa do outro lado da linha, era Arthur.

- Oi, como a Lia está?

- Sua filha nasceu, Arthur! A Maria Helena nasceu. - Glória disse e derrubou algumas lágrimas.

- Está falando sério?

- Sim, claro que sim. Ela nasceu à pouco tempo.

Ela ouviu o choro abafado de Arthur pelo telefone, ela chorou também, sabia que a maior vontade dele era ter acompanhado a gravidez e principalmente o nascimento de sua filha.

- E-e a Thalia?

Glória respirou fundo contou o que havia acontecido com ela, ele chorou mais ainda por saber que não podia estar com ela, um pouco aliviado por saber que ela estava bem, mas ainda sim, estar ao lado dela não tinha preço. A chamada foi encerrada, só era permitido dez minutos contados, Glória iria vê-lo depois.

Mais tarde todos entraram para ver a Thalia que estava no quarto com um tubo de oxigênio no nariz, ela estava um pouco pálida, mas estava bem, aos poucos abriu os olhos e olhou ao redor todos olhando para ela. Pareceu pensar um pouco e lembrou que sua filha havia nascido, perguntou rapidamente pela menina, a enfermeira saiu por uns instantes e voltou com a bebê no colo, entregou pra Thalia que sorriu e beijou a testa da menina, algumas lágrimas escorreram, ela admirou a bebê por muito tempo e acariciou o rostinho delicado, ela era branquinha, loirinha, os olhos verdes, ela iria ser igualzinha ao pai, Thalia lembrou de Arthur e levou o pensamento à tudo que eles já viveram, derrubou mais algumas lágrimas, ela não fazia a mínima ideia de onde ele poderia estar, pra ela, ele havia ido embora, não permitiu que mais lágrimas caíssem por ele e ajeitou-se para dar de mamar pra bebê.

Do lado de fora do quarto, Glória refletia, ela iria visitar Arthur no dia seguinte e levar um foto de sua filha, ela estava sentada em um dos bancos, todos estavam sentados lá fora já que Thalia estava alimentando a bebê. Glória pensou que agora Thalia poderia saber finalmente da verdade, Iasmin saiu para comer algo deixando Glória e Carlos ali, Glória não se sentia nenhum pouco confortável com aquele homem ali, ele a forçou a mentir para amiga.

- Glória. - ele disse frio.

Glória virou-se e o olhou um pouco nervosa.

- Se acha que agora que minha neta nasceu poderá contar a verdade pra Thalia, você está muito enganada.

✨~🌟

Kilvia...🎈❤

Meu Proibido Professor (DISPONÍVEL ATÉ 31/07)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora