∞ Capítulo 05 - Shawn ∞

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Acordo ainda de madrugada, a porra da minha cabeça não parava de doer, parecia estar latejando. Não deveria ter bebido tanto.
Estava deitado no sofá e Polly estava ao meu lado somente de sutiã, estavamos somente nós dois na sala da Lilly, estava uma verdadeira zona, não iria mais ficar lá.
Peguei minha jaqueta e fui para o meu carro, tenho condições para dirigir.

Enquanto dirigia, liguei o rádio e a primeira música que tocou era Daddy Issues da banda The Neighbourhood, aumentei ela mesmo minha cabeça doendo, talvez uma música preferida faria essa merda passar. Olho no meu celular havia seis chamadas do meu pai e chamadas na caixa postal que devem ser dele, ignorei todas e continuei dirigindo na estrada às duas e meia da manhã.
Ainda me lembrava vagamente do que aconteceu horas atrás, eu não deveria ter enchido tanto a cara, realmente não sei nem o que estou fazendo nestes últimos meses da minha vida. Não acredito que a Polly está sabendo que estou conversando com a Riley. Será que a Riley é boa na cama? Começo a rir pelo meus pensamentos de uma garota que o máximo que chegou perto de um sexo foi através dos livros.

Entrei no meu quarto pela a escada que fica do lado de fora que leva ao meu quarto, tirei toda minha roupa e deitei na cama logo voltando a dormir.
Sou acordado pelo meu pai batendo frequentemente na porta, e não parava de jeito algum.

- O que foi?!

- Vai se atrasar para o colégio.

- Eu não vou hoje.

- Acha que eu não vi você chegando ontem? Estava bebendo? - reviro os olhos e coloco o travesseiro na minha cabeça. - Shawn Peter Raul Mendes, abre a porta.

Quando meu pai resolve lembrar que tem um filho, é somente para me encher o saco com estes assuntos. Como sabia que ele não iria parar de encher meu saco, abri a porta e fiquei olhando para ele.

- Você está horrível. - ele diz com muito desprezo. É sempre ouvir isso do seu pai.

- Bom dia, pai!

- Está se mentendo em brigas de novo?

- Ah! É por isso que voltou a cidade?

- Não diga bobagens. - ele diz digitando algo no telefone. - Levanta, vai para o colégio.

- Já disse que não vou hoje.

- Eu não mandei você encher a cara feito um bêbado. Será que vou ter que te internar?

- Ah fica calmo! Se tem alguém que não pode reclamar de bsbida esse alguém é você.

Pego minha toalha e vou para o banheiro, já sabia que ele não pararia de encher meu saco.
Coloquei meu visual de sempre, todo preto, e peguei minha camisa xadrez. Não estava com paciência de arrumar meu cabelo hoje, então deixei ele do jeito que estava, coloquei um óculos também para disfarçar a grande ressaca que estava.

Quando desci meu pai estava conversando com um sócio da merda que ele tem, devorei quase todo a mesa do café da manhã sozinho. Pego minha mochila e segui para o meu carro.

- Nada disso! Vou te levar para o colégio hoje. - meu pai diz desligando o telefone.

- E como vou voltar para casa?

- Eu vou te buscar.

- Ah tá bom. - dá última vez que ele disse isso tive que voltar com o Jake.

- Estou falando sério, filho. Vou passar um tempo com você.

- Abriu uma vaga na sua agenda?

- Não é isso. Para de drama.

Estava irritado com a aparição inusitada dele e ainda por ele insistir tanto em me levar para o colégio. Ele fazia algumas perguntas e eu somente concordava ou discordava com a cabeça; dizia sim ou não.
Quando cheguei não vi a Riley, nem ninguém dos meus amigos. Estava quase dando a hora de começar a aula, sabia que nenhum deles iriam vir.
Todas as aulas, sem excessão de nenhuma, eu dormi pelo menos metade da aula, e o que passei acordado achava um tédio e copiei apenas metade do que o professor passou no quadro negro.
Quando estava saindo da sala, fui guardar meu livro e até que vi ela, com seu jeito desengonçado guardando os livros com tanta delicadeza.

- Reparando na sua nova crush? - Lilly diz atrás de mim, me fazendo assustar.

- Vai se foder. Ela não é minha crush. Desde quando liga pra mim?

- Na verdade não me importo com você. Se não é comigo, não ligo. - ela abre um sorriso diabólico e volta a tomar o café.

Lilly é a garota mais gótica e sinistra que conheci, temos uma amizade engraçada e cheia de ironia um com o outro, diria que foi até comigo que ela aprendeu a ser tão diabólica e irônica, quando ela me conheceu a 2 anos e meio atrás.
Reviro os olhos e guardo meus livros, mas ainda ficamos conversando aparentemente só estava ela ali.

- Aonde está o Lohan? - pergunto

- Viemos só para entregar um trabalho. Não cheguei a estudar, minha cabeça está estourando, eu e o Lohan não vamos sair hoje, ok?

- Não tem problema, eu também não vou. A porra do meu pai voltou hoje.

- Aí que merda, e eu achando minha vida ruim, somente olhar para você e meu humor chega até melhorar. - ela logo solta um sorrisinho então notei que ela estava sendo irônica.

- Digo o mesmo.

- Sua crush está ali. - ela diz olhando para a Riley que estava conversando com uma amiga - Não sei por que não fazemos uma aposta. Ela é... Tão esquisita. - reviro meus olhos enquanto olhava para a Lilly. - Renderia uma boa quantia. Isso é claro se você não perder.

- Tchau, Lilly. - digo e ela vai até seu namorado e logo somem das minhas vistas.

Fiquei um tempo encarando a Riley, mas logo decido ir até elas. As duas estavam em um assunto tão interessante que nem notaram que estava ali.

- Oi garotas. - as duas olharam para mim e deram uma risadinha.

- Olá, estranho. - Riley diz.

- Riley, já vou indo. Ethan está me esperando... Se ele te fizer mal novamente me diz, acho que dou conta de me livrar dele.

Franzi o cenho, suspeitando de quem a amiga da Riley disse, foi eu. Riley despede da amiga e seus olhos o acompanham até ela sumir das nossas vistas.

- Ainda está aqui. - ela diz abrindo um enorme sorriso - O que quer?

- Vim conversar com você.

- Conversar? Sobre o que?

Aí é que estava, eu não saberia o que falar.

- Livros. - merda, já comecei errado.

- Livros? - ela diz suspeitando de qualquer ação que eu faria - Por que Shawn Mendes quer conversar, comigo, sobre livros?

- É tão suspeito assim?

- Ficaria mais aliviada se disse que gostaria de uma carona. - ela sorri indo em direção do carro.

- Você pode me dar a carona?

- Vamos. Acho que posso te deixar na sua casa.

Entro no carro sem pensar duas vezes, sabia mesmo que meu pai não chegaria a tempo de me levar pra casa.

∞ Feel Something ∞ Where stories live. Discover now