∞Capítulo 66 - Riley∞

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— Eu não sei do que você está falando...

— A Ayla esteve aqui minutos antes de você chegar. Ela me disse.

— E você? Por que voltou para aquela loja?

— Eu preciso muito desse dinheiro.

— Você só quer ficar perto do John, isso sim.

Não era de acreditar no que o Shawn estava acabando de me dizer. Minhas mãos jogam meus cabelos para trás e eu retomo olhar para o Shawn.

— Você sabe muito bem o meu medo dele, não distorça as coisas.

— Riley, eu posso arrumar um serviço para você. Saía de lá.

— Não, Shawn. Eu preciso desse dinheiro e ninguém gosta de contratar uma estudante do ensino médio.

— Riley... Não... Ah! — ele leva as mãos até os cabelos e os puxa.

— É dessa forma que eu me senti quando a Ayla me falou que você estava na casa dela noite passada. Vocês transaram?

— Porra, não! Eu não estava tão bêbado assim, não ao ponto de transar com a Ayla.

— Então por que foi lá?

— Problemas...

— Do tipo? Seus pais brigaram com você?

— Não. Eu ouvi uma discussão sobre mim. — ele diz em baixo tom e fica de cabeça baixa. Percebi que o Shawn tem uma enorme vergonha de falar sobre isso.

— Por que não foi para a minha casa?

— Porra, Riley! Acha que as coisas são tão simples assim?! Acha que eu gosto de dividir meus problemas pessoais com alguém?! — ele agora aumenta a voz para discutir comigo.

— Eu fiquei preocupada ontem com você. Você bebeu?

— Você não estava preocupada comigo, estava procurando saber como me esconder o seu serviço em uma merda que só te causou mal.

— O John não mora mais em Toronto. Você não deve mandar em mim e manipular minhas decisões dizendo o que eu devo ou não fazer.

— Foda-se, Riley! A porra do lugar é do pai do desgraçado. Ele pode aparecer lá a qualquer momento.

Esse "qualquer momento" foi hoje, mas eu não seria tão burra de contar isso pra ele.

— E você acha que eu não sei? Eu já te contei meus sonhos e projetos de quando chegar em Chicago. Eu não quero depender do meu pai para isso, financeiramente falando, eu sabia que você não iria me apoiar nisto.

— E não vou apoiar mesmo! Ainda bem que você sabe!

Reviro os olhos e olho para o que acontecia de fora da lanchonete. Shawn levantou da mesa e saiu da lanchonete. Bufei em fúria e cedi em olhos marejados.
Enfiei meu livro dentro da minha mochila, paguei pelos lanches e saí de lá.

Quando cheguei em casa me sentia derrotada, como se um caminhão muito pesado tivesse passado por cima de mim.
Me joguei na cama e enfiei minha cara no travesseiro, fiquei ainda mais frustrada por não ter uma mensagem do Shawn em meu telefone.

— Lele, te cumprimentei e você não me ouviu.

— Desculpa, mãe. Eu... Estou muito cansada.

— Foi o serviço?

— Antes fosse, estava tudo bem.

— O Shawn? — ela senta ao meu lado e eu apoio minha cabeça em sua perna.

∞ Feel Something ∞ Where stories live. Discover now