∞Capítulo 43 - Shawn∞

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No dia seguinte, felizmente era feriado. Talvez deveria mandar mensagem a minha mãe, dizendo que sentia falta dela e perguntar como anda minha irmã caçula. Mas a verdade é que não estou interessado, e sei que ela vai acabar tocando no assunto de perdoar meu pai. Já não basta conviver com ele.
Coloquei uma roupa qualquer e fui até a cozinha, preparar algo para mim.
Meu pai estava lendo jornal e eu reviro meus olhos porque sei que ele vai querer conversar comigo.

— Bom dia, Shawn.

— Bom dia. — coloco o que iria precisar para fazer o sanduíche no balcão.

— Será que podemos conversar?

— Você não tem que ir pegar o seu vôo?

— Shawn não é meses que eu estou tentando falar com você, são anos. Eu quero poder me comunicar com meu filho dentro da minha própria casa.

— Deveria ter pensando nisso antes de prejudicar minha vida e a da minha mãe.

— Shawn, não venha me culpar.

— Olha, se for por causa do colégio. Prometo mudar. — era mentira, eu não estou planejando merda nenhuma estes últimos dias.

— Shawn... Eu não sou o responsável pela pessoa que você se tornou, mas eu quero mudar a pessoa que você possa se tornar no futuro.

— Oh! Vai me culpar agora? Você... Porra, você estava longe quando eu mais precisei de você! Quando a minha mãe precisou de você! Sabe a pessoa que eu posso me tornar no futuro? Um alcolatra, assim como você foi e ainda é!

— Eu mudei. Estou endireitando minha vida. Eu queria conversar com você sem você fazer um escândalo todo e me culpar por coisas que eu sei que fui errado.

— Esse é seu problema! Você acha que pode mudar tudo depois que a merda foi feita.

Meu pai me coloca contra a parede e suas mãos ficam fixas em meu peito. Eu tento relutar para sair de perto dele, mas estava difícil.

— Eu exigo respeito! Ainda sou seu pai! — ele grita comigo e isso faz meu sangue ferver.

— Você perdeu meu respeito! E gritar e ser autoritário comigo não vai adiantar merda nenhuma! Você nunca mais vai ter seu filho de volta por culpa dos seus erros! — grito de volta.

Saio de perto dele e vou atrás das chaves do meu carro. Pego minha jaqueta que estava em cima do sofá e vou em direção a porta.

— Aonde pensa que vai? — ouço meu pai, porém decido ignorá-lo.

Entro no carro quando o meu pai me chama mais uma vez. Tarde demais, dei partida em meu carro e agora saí com ele em alta velocidade.
Precisava pensar, precisava beber e talvez comer. Mas preciso urgentemente ficar sozinho.

Vou até a lanchonete primeiro, preciso comprar algo para comer. Fiquei nas últimas cadeiras, escondido de todos. Eu só queria pegar meu pedido e ir embora. E foi isso que aconteceu.

Era mais um dia numa merda de cidade, com seu clima nublado e frio. Eu estava de volta ao Scarborough Bluffs Park, aonde mais uma vez ficava sozinho. Minhas vindas aqui estão se tornando mais frequentes do que eu pensei que estaria.

Preciso fazer alguma coisa para evitar de pensar em bobeira.
Abri uma caixa de cerveja aonde eu fiquei tomando sozinho.

— Não deveria beber sozinho. — ouço a voz da Polly. Sabia que deveria ter ido mais longe, ou ficar em uma das falésias.

Polly estava com roupas de caminhada, menos mal, pelo menos daqui a pouco ela vai embora e para de encher meu saco.

— Pensei que estivesse na Suécia.

∞ Feel Something ∞ Onde histórias criam vida. Descubra agora