∞Capítulo 88 - Shawn∞

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— Shawn, eu fico feliz que você me ligou. Sinto muito pela Riley.

— Tudo bem... — abaixo a cabeça e dou mais um gole na minha bebida.

— Você está bebendo enquanto sua garota está em um hospital?! Foi pra isso que me chamou? — Lina se altera comigo.

Depois da casa da Riley eu fui diretamente para o bar, aonde eu fiz meu pedido e convidei a Lina até o bar. Eu não estava pensando direito, estava cansado.

— Não... — coloco em cima da mesa a carta da Riley que estava dobrada várias e várias vezes.

— O que é isso?

— A Riley ela está internada porque teve uma crise de depressão profunda. Ela ficou três dias sem comer e... Eu levei ela para o hospital, ela começou a ter um ataque cardíaco. — minha voz fica embargada mas suspiro várias vezes para não chorar novamente.

— Calma... — ela segura bem firme em minha mão — Você não me ligaria se não fosse urgente e necessário.

— Sim. Você sabe que eu odeio pedir ajuda e odeio sentir que eu preciso ser salvo.

— Sim... E essa carta aqui? — ela segura a carta — O que tem nela?

— É a carta da Riley. Ela desabafou nesta carta. Você não tem noção dos assuntos que tem nesta carta. — Lina arregala os olhos e volta a olhar para mim. — O que eu faço?

— Shawn... Olha, acho que você... Deveria entregar essa carta para o psiquiatra dela, eles saberam o que fazer.

— Não, Lina. Isto é algo pessoal dela.

— Deixou de ser pessoal quando você pegou a carta dela. Shawn, depressão é um assunto sério e se ela chegou a se isolar por três dias... Bom, é um pedido de ajuda.

— Mas antes eu gostaria conversar com ela.

— Tá... Mas me prometa que irá entregar esta carta para os médicos. Alguém profissional da área. Acredite, você estará fazendo um enorme favor a ela.

— Mas por que eu?

— As vezes algumas questões não exigem respostas.

Após disso, eu voltei ao hospital mas ela não acordou. Ficou um dia sobre efeito de remédios, eles aumentaram a dosagem e disseram que ela não iria acordar então que todos fossem embora e ficasse apenas a família. Eu não quis ir embora, fiquei juntamente com a Dakota, a noite inteira no hospital.
Fui apenas na minha casa para tomar banho e comer algo. Não fui ao colégio e se quer descansei.
Mais tarde eu estava de volta ao hospital, eu não consegui dormir, eu quero dormir, silenciar um pouco da confusão que se forma em minha mente, mas não consigo. Assim que fecho meus olhos, vejo que não consegui salvar a Riley. Eu não consigo se quer me salvar, eu não conseguirei salvar a Riley.
Estava na sala de espera, mais amigos da Riley chegaram, a família da Riley estava lá;  eu fiquei recluso em um canto da sala, de capuz sobre minha cabeça, segurando dois papéis. Um contém o desenho que a Riley um dia fez e o outro eu segurava a carta da Riley.
Suspeito que ela fez está carta para mim, ela sabia que eu iria invadir seu quarto e tirá-la de lá, ela sabe que eu gosto muito dela – amo na verdade – e que do mesmo jeito ela não desiste de mim, eu não desistirei dela.
Este pensamento não dura muito, já que nossa última conversa foi gerada em briga. E se aquela foi nossa última conversa?
Meu desespero bate a porta. Se nada disto estivesse acontecendo eu estaria abraçado agora com ela.
Eu estou parecendo a droga de um garoto chorão e babaca, eu não sou assim. Por conta dos meus pais e sua falta de educação, eu me tornei um bruto ignorante, antes da Riley.
Depois dela, me tornei alguém que tem sentimentos, foda-se que nem que seja com ela. Ela me faz sentir algo, me faz sentir vivo e não parecendo um robô, programado a fazer sempre a mesma coisa.
Se eu tivesse demonstrado mais? É difícil mudar para agradar alguém, eu fui acostumado a ser daquela forma. Não será do dia para noite em que eu serei como os personagens fictícios da Riley. Se ela soubesse o tamanho do meu esforço... Sou impulsivo, sincero demais até presunçoso e estas características não se muda fácil e rapidamente, como o corte de bebidas alcoólicas.

∞ Feel Something ∞ Where stories live. Discover now