Paixão Sublinhada

Capítulo Quatro

Serena.

Após conhecer toda a casa, pedi licença à Patrício para que eu pudesse arrumar minhas coisas em meu quarto já que ficaria por lá. Ele, com toda educação do mundo, permitiu com que eu fosse e ainda pediu para que eu me sentisse à vontade porque no momento, aquela casa também era minha. Ata.
Quando entrei em meu quarto, vi que as malas que eu havia trazido, já estavam em cima da cama. O quarto, era enorme, bonito e aparentemente confortável.
Coloquei roupa por roupa dentro do imenso guarda-roupas na cor marrom que estava embutido na parede. Terminei por volta das oito da noite, decidi ligar pra Isis.
- E aí querida, já está no hotel? - perguntou curiosa.
- Você não tem noção do que aconteceu. - falei um pouco mais baixo temendo que alguém fosse me ouvir.
- Fez cagada Serena?
- Antes fosse! Me meti em uma. - suspirei. - Cheguei à casa do tal Richard e vi um bilhete que dizia estar contratando uma cuidadora de idosos, e pra manter o meu disfarce, logo me prontifiquei a ser uma. Todos da casa são uns amores, a família não é grande, o idoso em si aparenta ser uma boa pessoa e agora estou aqui pra teste e por enquanto vou morar aqui.
- Isso é ótimo! - ela diz alegremente. - Você já o conheceu?
- Não, ainda não! Quando cheguei, ele estava gravando pra novela, a vida dele e das outras pessoas dessa casa, são corridas.
- Entendi! Bom, agora é só partir pro ataque. Já viu as perguntas que te mandei por e-mail?
- Não tive tempo de entrar ainda. Vou ver agora. Boa noite Isis.
- Boa noite minha menina, cuidado por aí!
- Vou ter. - respondi e desliguei.
Antes de ver as possíveis perguntas, decidi tomar um banho. Lavei os cabelos, depilei a mata atlântica, fiz hidratação na minha pele que estava ressaca e quando sai, vi que tinha alguém batendo na porta.
- Já vou! - respondi procurando rapidamente uma roupa dentro do guarda-roupa.
Peguei a primeira camiseta e short que encontrei, sem me importar se estava curto ou não. Ao abrir a porta, dei de cara com o Sr. Patrick.
- Olá senhor.
- Ora menina, me chame apenas de Patrick, por favor. - ele pediu educadamente. Ruborizei.
- Oh, desculpe! - tapei a boca. - Há que devo a honra da sua presença em meu quarto, Patrick? - perguntei.
- Vim chamá-la pra jantar conosco. Gostaria que você conhecesse minha neta Fernanda.
- Com vocês? Será que é uma boa ideia? - perguntei.
- Claro que é! Eu como dono dessa casa, estou a convidando. Não gostaria que fizesse essa desfeita.
- Tudo bem, me deixe apenas colocar uma roupa mais comprida.
- Não querida, quero que vá assim! Está ótimo. - ele diz apoiando-se em uma bengala.
- Tudo bem, você venceu. - respondi tirando a toalha da cabeça.
Ofereci meu braço à Patrick que logo se prontificou à pegar. Descemos as escadas em silêncio, o levei até a cozinha e o ajudei a sentar, não que ele precisasse de alguma ajuda.
- Boa noite. - falei após dar-lhe um copo de água.
- Boa noite, quem é você? - uma jovem que eu suspeito ser Fernanda, diz.
- Sou a nova cuidadora do seu avô. Me chamo Serena. - estendi minha mão e ela logo pegou.
- Sou Fernanda, neta dele! É um prazer tê-la em nossa casa. Espero que possamos ser amigas. - ela diz aparentando ser sincera.
- Não vejo problemas! Sou nova na cidade e não conheço absolutamente ninguém, além de vocês. - forço um sorriso.
- Ótimo! Tenho bastante conhecidos, posso apresentar-lhe algumas pessoas caso queira.
- Por enquanto, aceito somente você e a família. - dei uma piscadela sentando-me ao seu lado.
Logo todos começaram a chegar à mesa e foi então que eu o vi.
Aquele rosto, mesmo vendo em algumas reportagens, não me era tão estranho.
- Olá, eu sou o Richard. - estendeu a mão.
- Sou Serena.
- Serena? - ele parece pensar um pouco. - O seu nome não me é estranho...
Na hora, eu gelo! Será que ele me conhecia por causa das fofocas que eu contava? Se sim, tudo estava perdido.
- Não? - perguntei.
- Algum conhecido meu, conheceu uma Serena. Agora, não me recordo quem seja, apesar de ter muitos amigos.
- Ah sim. Não é um nome muito comum porém acredito não ser a única, né? - sorri fraco.
- Tem razão. Vamos jantar! - ele diz sentando-se de frente pra mim.