Capítulo Vinte e Dois

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Serena

Nunca, em toda a minha vida eu havia pescado. Meu irmão adorava ir porém dizia que era esporte pra homem onde mulher não era bem-vinda, um machista do caramba.
Pescar era algo incrível. Relaxava, fazia um bem imenso, dava um paz no coração e muitas vezes, emoção.
Quando pesquei o primeiro peixe, por pouco cai dentro da água. Ele era aparentemente grande e Patrick ficou extremamente desesperado, porém, de alegria. Tentou segurar a vara e na tentativa de salvar o peixe, a joguei pra cima, bambeei e plaft, lá se foi meu peixe e a ponta da vara.
Aquilo nos rendeu muitas e boas risadas, minha barriga chegou a doer. Seu amigo, o dono do hotel foi conosco e estava desacreditado da minha até então, habilidade com a pescaria.
Passamos um dia agradável, no qual sequer pensei no trabalho, em como faria para conseguir informações da pessoa mais famosa da atualidade que sequer estava conosco nessa viagem.
Por um momento, pensei em como Patrick ficaria se por um acaso, descobrisse que eu, na verdade, sou um verdadeiro disfarce. Não estou ali como cuidadora e sim, uma colunista de fofocas louca pra subir um pouco mais na vida.
Eu era inacreditável!
Voltamos para o hotel quando estava escurecendo, o amigo de Patrick disse que logo iria até os nossos quartos nos dar um presente.
A curiosidade já estava me matando!
No corredor, me despedi de Patrick com um beijo na testa e de brinde ganhei um:
- Gosto muito de você, minha querida pescadora.
Eu ri! Ele era incrível. Retribui o carinho e entrei.
Achei que não podia ficar mais surpresa, porém, fiquei assim que vi Patrício deitado em minha cama com um livro em mãos, revirei levemente os olhos.
- O que você está fazendo aqui?
- Olha só, quem é viva sempre aparece. - falou com ironia.
- Você não me respondeu. - cruzei os braços.
Era normal, sentir ranço de alguém nessas alturas do campeonato?
- Eu vim falar com você... Te pedir desculpas e dizer que estou disposto a curtir a viagem ao seu lado e a tentar de novo.
- Tarde demais. - falei pegando uma toalha dentro da minha mala.
- Tarde demais? - arregalou os olhos. - Você já está com outro? Já sei, é aquele merdinha do dono do hotel, né?
- Olha Patrício, se você veio aqui tirar suas próprias conclusões sobre com quem eu estou ou deixo de estar, é melhor você guardar o que pensa pra si mesmo porque eu não estou interessada em saber. E outra, mesmo que estivesse com ele, eu sou uma mulher solteira, livre e independente. Entendeu? Agora vai embora do meu quarto. - abri a porta.
- Aonde você esteve à tarde toda? O meu avô precisou de você, é pra isso que você está aqui, pra cuidar dele e não se esfregar em outro.
Eu ri, mentiroso.
- Ele precisou tanto de mim que esteve comigo à tarde toda. - ri um pouco mais alto. - Larga a mão de ser intrometido e de querer ditar as regras. Eu sei o motivo de eu estar aqui, o trabalho que eu devo fazer. No hotel estou pra me divertir, me esfregar em outros como você disse e ainda sim, cuidar da pessoa mais incrível do mundo: O Patrick.
Patrício decidiu então que se calar era a melhor opção para aquele momento, enfiou o rabo entre às pernas e saiu do meu quarto batendo à porta com toda força do mundo, o hotel todo deve ter escutado.
E eu? Não estava ligando pra nada!

Paixão SublinhadaWhere stories live. Discover now