Capítulo Quarenta e Quatro

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Capítulo Quarenta e Quatro

Serena

Hoje a noite, receberíamos uma dupla sertaneja no café, os preparativos para o show estavam à todo vapor.
De um lado, estava Michele, aquela minha amiga que conheci. Eu havia a contratado para trabalhar comigo e agora ela estava limpando às mesas. Do outro, estava Cássio, fazendo algumas ligações aos nossos distribuidores. Cecília, estava correndo sozinha por todo o salão e eu, estava checando às mercadorias.
O show estava previsto para às oito da noite, eram cinco horas quando ouvi a porta do café abrir e um Richard muito admirado pelo local, entrar.
Gelei na hora.
Ouvi Michele dizer:
- Posso ajudá-lo?
- A Serena está? - ele perguntou.
- Vou chamá-la. - Michele falou gentilmente.
- Não precisa querida, estou aqui. - respondi saindo de trás do balcão.
Ele me abriu um sorriso, permaneci séria. Deixei o pano que estava em minha mão de lado e caminhei até ele.
- Pode falar Richard.
- Podemos conversar um instante ou está muito ocupada? - ele pergunta.
- Podemos conversar. - falei. - Cecília para de correr que você vai se machucar. - falei à pequena que corria sem parar.
- Cecília? - ele pergunta com a sobrancelha arqueada.
- Minha filha. - apontei ao toco de amarra jegue correndo.
- Você tem uma filha?
- Eu a adotei. - respondi. - Vamos até o escritório. - mudei de assunto.
Ele me acompanhou o caminho todo em silêncio, abri a porta com a chave que eu tinha e em seguida tranquei.
- Aqui teremos mais privacidade. O que quer falar comigo? - perguntei cruzando os braços.
- Eu li a carta que você mandou à Patrick.
- Ah... - fiz ar de surpresa.
- E vim te agradecer por não ter publicado nada, você livrou minha alma. - sorriu sem graça.
- Tudo bem, não precisa agradecer. Não tenho o porquê de estragar a vida e reputação de vocês. - falei ajeitando o porta retratos em cima da minha mesa.
- Patrick sente sua falta.
Meus olhos se encheram de lágrimas.
- Eu também. - minha voz saiu embargada.
- Até hoje ele se pergunta o porquê disso tudo ter acontecido. Ele também leu a carta e sentiu um alívio muito grande em saber que você não publicou.
- Que bom que ele leu.
- Ele quer conversar com você.
Meu coração acelerou.
- O traga aqui. Eu não vou na tua casa, até porque, não preciso passar pelas humilhações que Patrício me faz passar.
- Posso trazê-lo aqui?
- Ele seria a pessoa mais bem-vinda do mundo aqui no café. - respondi convicta.
- Vou buscá-lo. Ele veio comigo pra cidade, já imaginávamos que você não ia querer ir até lá.
- Ok. - respondi.
- Senti sua falta baixinha! Me perdoe se peguei pesado com você, mas era um momento delicado e difícil para nós. - ele diz me puxando para um abraço.
- Eu te entendo. Me perdoe por tudo Richard, eu precisava fazer aquilo para minha carreira ir pra frente, por fim, nada fiz.
- Cresça fazendo o bem sempre! Detalhe: Sua filha é linda.
- Puxou à mãe. - pisquei.
Ele sorriu e saiu do escritório.

Paixão SublinhadaWhere stories live. Discover now