Capitulo Dezesseis

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Serena

Patrick e eu choramos abraçados por mais alguns minutos e só secamos nossas lágrimas quando ouvimos alguém bater na porta.
- Pode deixar que eu atendo. - falei  fungando e indo até a porta, mas antes, passei no espelho pra verificar se tinha indícios de que havia chorado, talvez um pouquinho.
Abri a porta e um senhor já de idade estava plantado na porta.
- Aqui é o quarto do Patrick? - o senhor docemente perguntou.
- Sim, ele está na varanda! Pode ir lá. - dei-lhe passagem.
Assim que ele entrou, o mesmo rapaz que vi no parquinho entrou junto com seu filho, Diego. Quem era ele?!
- Emilio meu amigo! - saudou Patrick, agora já estava sorridente. - Que bom revê-lo. - o abraçou.
- O prazer é meu querido! Você está muito saudável, hein? - Emílio diz contente. - Quem é a bela jovem? - referiu-se à mim.
- Essa é Serena, minha cuidadora e ao mesmo tempo neta do coração. - ele diz me deixando sem graça.
- É um prazer! Esse é meu filho, Fabrício. - apresentou o moço. - E esse é meu neto, Diego. - apontou para a criança.
- Aquele menininho loirinho é esse homem formado com filho? - Patrick diz surpreso.
- Sim! - sorriu orgulhoso.
- Estou velho mesmo! - Patrick diz. - Venha, é um prazer rapaz! - os dois se abraçaram.
- Patrick, vou pro meu quarto, qualquer coisa me chama tá? - falei atrapalhando-o um pouquinho.
- Não se incomode querida. Vim convidá-los para uma fogueira que vamos fazer às onze. - Emílio disse.
- Eu não me incomodo. - sorri fraco.
- Iremos adorar a companhia de vocês. - Fabricio diz olhando pra mim, em seguida para Patrick.
- Estaremos lá! Estou com o restante da família, os levarei. - Patrick falou.
- Então, vamos esperá-los no hall do hotel. Até logo! - Emílio apertou sua mão levemente e saíram do quarto.
Mesmo Emílio saindo, eu fui para o meu quarto. Tomei um banho demorado, lavei os cabelos e ao olhar no relógio já eram quase dez e meia da noite.
Coloquei uma calça jeans e um cropped, talvez não fosse fazer tanto frio. Coloquei alguns acessórios, peguei meu celular e sai do quarto.
No corredor, vi Gael beijando Jennifer. Era minha vez de retribuir.
- Vão para o quarto casal.
Jennifer sorriu parando de beija-lo em seguida.
Bati duas vezes na porta de Patrício e ele me mandou entrar. Angélica não estava por ali, provavelmente estava com Patrick.
- Você vai descer para a fogueira?
- Estou esperando uma chamada de vídeo. - ele respondeu me olhando rapidamente e em seguida voltou a atenção para o notebook.
- Isso é sério? - perguntei de braços cruzados.
- É! - disse seco. - Vá primeiro, eu vou depois se der tempo.
- Ok. - digo respirando fundo.
Cheguei ao Hall e a primeira pessoa que Patrick perguntou, foi de Patrício. Menti ao falar que ele estava tomando banho e que logo desceria. Mal sabia eu que o " descer" do Patrício poderia demorar tanto.
A fogueira era imensa, extremamente linda, sequer parecia com as fogueiras que eu via na minha cidade ou em alguns dos acampamentos que participei. Era maior! Tinha bastante gente em volta, pessoas que eu sequer conhecia, aliás, eu conhecia Fabricio e Diego, o garotinho do sorriso mais gostoso que já vi.
Sentei ao lado direito de Patrick, ao lado esquerdo estava Fernanda, e ao lado dela estava Jennifer. Vendo que ao lado dela tinha um rapaz desconhecido e que não teria pra Gael ali, o mesmo foi obrigado a sentar-se ao meu lado. Não pude evitar a leve revirada de olhos. Angélica sentou-se no meu colo.
Não demorou para que um rapaz pegasse um violão e começasse a cantar. A música era conhecida, então, a maioria das pessoas que ali estavam também decidiu cantar.
Foi uma noite divertida, agradável apesar de Gael estar ao meu lado. Eu só baqueei quando Angélica virou pra mim e disse:
- Eu adoraria que você fosse minha mamãe.
Senti o coração apertar e mesmo adorando-a eu quis sair dali, pro lugar mais longe possível.
- Eu... eu já volto! - falei praticamente jogando-a no colo de Gael.
Notei que Patrick me olhou ao ver que eu estava saindo dali. Ele fez menção em me acompanhar e eu, apenas neguei com a cabeça.
Não quis ir para o hotel, fui pra debaixo de uma árvore. Ali, novamente eu chorei, eu odiava a saudade que sentia, a vontade de gritar ao mundo o quanto aquilo era doloroso.
Senti uma mão tocar meu ombro, respirei fundo e ao me virar, era o pai do Diego.
- Você? - perguntei.
- Porque está aqui? - ele pergunta aparentemente triste.
- Eu precisava de um tempo sozinha.
- Aconteceu algo? Alguém te disse algo? - perguntou surpreso.
- Não. - fechei rapidamente meus olhos. - Está tudo bem. - menti miseravelmente.
- Vou te deixar sozinha então. - ele diz.
- Ok. - respondi assistindo com a cabeça.
Acho que ele queria que eu pedisse pra ele ficar, porém no momento, a minha própria companhia era o suficiente.

Paixão SublinhadaWhere stories live. Discover now