Capitulo Dezessete

3.3K 288 4
                                    

Serena

Naquela noite eu não voltei mais para a fogueira, passei discretamente por eles e subi para meu quarto no hotel.
Chegando ao corredor, escuto dizerem:
- Espera aí.
Olhei para ver quem era.
- O que você quer Gael?
Reviro os olhos.
- Queria conversar.
- Jennifer está te esperando. - coloquei a mão na fechadura da minha porta.
- Mas eu não a quero. Eu preciso falar com você! - ele insiste.
- Vou marcar um horário pra você. - dou uma piscadela.
Estava prestes à fechar a porta, quando ele a empurrou com força e bateu na mesma intensidade, mas, ele estava do lado de dentro, de frente pra mim.
- Para de ser cabeça dura! Me permita ao menos uma conversa Serena.
- Estou cansada Gael, não quero conversar, vai embora.
- Ir embora? Não! Pode ser tarde depois.
Cruzo os braços.
- O que você quer?
- Eu errei com você Serena, eu sinto muito por isso. Eu era um cara muito imaturo naquela época, não queria nada com nada.  - ele começa.
Reviro os olhos.
- Como se você quisesse algo agora, né Gael? Está com a coitada da Jennifer pra suprir as tuas necessidades, nem ao menos gosta dela.
- Ela não é o foco da conversa.
- Essa conversa está me dando ainda mais sono, vai embora. - coloquei novamente a mão na fechadura. Ele tocou minha mão por cima, e eu tirei rapidamente, odeio quando ele decide me tocar.
- Estou morto de ciúmes de você com o Patrício. - ele diz colocando a mão na testa.
- Aceita! Estamos juntos, queira você ou não. - sentei na cama.
- Mas ele quer a mesma coisa que eu quis com você há seis anos atrás.
Dou risada.
- Isso é um máximo! Eu também quero, transar muito, se Deus permitir. - falei com ironia.
Ele dá um soco na parede.
- Eu quero o teu perdão Serena. Eu percebi que a amo de verdade. Você não sai da minha cabeça desde que apareceu na minha casa, eu não consigo te ver e não querer te beijar, te fazer feliz. Me perdoa meu amor! - ele pede com os olhos cheios de lagrimas, por pouco me comovi, mas aquelas lágrimas não eram nem a metade do que eu chorei quando ele resolveu brincar de sumir.
- Você não ama ninguém Gael, você é acomodado, é diferente! E eu posso te afirmar com toda clareza e certeza do mundo que agora é tarde. Você devia ter notado antes, há seis anos quando me deixou grávida, quando me comeu até cansar e simplesmente sumiu. Então Gael, aceite o que o destino nos proporcionou e saiba que não importa quantas lágrimas você derramar por mim, em nenhuma delas eu vou me comover, porque elas não são metade parecida das minhas que desperdicei.
Após dizer isso, praticamente o joguei pra fora do meu quarto. Bati a porta com força e notei meus olhos se encherem de lágrimas, respirei fundo.
- Te odeio Gael... - falei baixinho.

Paixão SublinhadaWhere stories live. Discover now