Capítulo Onze

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Serena

Na manhã seguinte, acordei com a pior dor de cabeça que já senti na vida, vulgo, ressaca. Remexi-me na cama e notei que aquela ali, estava longe de ser a minha, dei um pulo ao ver Patrício saindo do banheiro do próprio quarto, secando o cabelo e ainda por cima sem camisa.
- O que eu estou fazendo aqui? - foi a primeira coisa que perguntei.
- Bom dia moça linda. Parece que alguém aqui bebeu um pouquinho além da conta ontem. - diz com um sorriso, tão branco que dava pra fazer divulgação de um creme dental.
- Eu dei muito trabalho? - perguntei envergonhada.
- Tá brincando? Você não fez nada, além de vomitar em cima de mim na entrada de casa, desmaiar nos meus braços, acordar na minha cama, chamar por Cecília e vomitar novamente. Você só molhou inúmeros dos meus papéis que estavam em cima da cama, com vômito. - ele diz sorrindo, como ele levava aquilo de forma normal? Eram papéis de trabalho, e eu estraguei tudo!
- Me perdoe Patrício, eu juro que não foi intencional. Porque não me levou pro meu quarto?
- E a minha preocupação, ficava onde?
- Aonde você dormiu?
- No chão. Espero não dormir de novo porque ele é incrivelmente duro.
Que situação!
- Cadê a roupa de cama, eu preciso lavar!
- Essas horas já estão até secas.
- E que horas são?
- Meio dia e meio!
- PATRICK! - me desespero. - Ele tem medicamentos para tomar, droga! Eu nunca mais vou beber.
- Calma amor, respira! - segurou levemente meus braços. - Tire o dia de folga, para descansar. Eu já dei os remédios certos para o meu avô e agora ele foi jogar golpe com os idosos da idade dele.
- Uau! - falei. - Então não tenho com o que me preocupar? - perguntei.
- Na verdade tem. Gostaria muito que você se arrumasse, escovasse os dentes, me desse um beijo de desentupir pia e saísse para almoçar comigo e com a Angélica.
- Não sei se é uma boa ideia.
- Eu cuidei de você.
- Você sempre me ganha!
- O coração também eu já ganhei? - perguntou.
- Vou me arrumar. - desconversei e sai da cama.
- Tem aspirina na cozinha. - o ouvi gritar.
Eu iria mesmo precisar.
Não demorei a me arrumar, sentia que Patrício não gostava de esperar e tampouco de atrasos. Quando enfim estava pronta, ouvi alguém bater na porta.
- Pode entrar. - digo terminando de colocar a pulseira.
- Oi. - era Angélica.
Ela estava tão linda! Em um vestido de princesa, tão sorridente. Naquele momento, eu imaginei minha filha ali, como pode algo doer tanto?
- Você está cholando? - ela pergunta preocupada.
- Você pode me dar um abraço?
Ela assentiu e me abraçou. Era reconfortante aquele abraço.
- Porque a tia tá cholando? - ela perguntou.
- Por saudade! - respondi. - Vamos? - lhe dei a mão.
- Papai tá lá embaixo. - falou ela.
- Vamos nos encontrar com ele então.
Chegamos na sala, Gael estava conversando com Patrício.
- Estamos prontas! - atrapalhei os assuntos deles.
- Uau! - Patrício me olha. - Não existe nenhuma forma de você ficar feia? Você é linda de todas as formas. - ele diz perplexo e eu fico envergonhada.
- Obrigada Patrício! São seus olhos. - respondi.
- Vocês parecem até uma família feliz. - Gael se intromete, Patrício fica desconfortável.
- Porque parece se nós somos? - perguntei soltando a mão de Angélica e cruzando os braços.
- Já estão assim? Quando é o casamento? - ele diz com certa ironia.
- Não vou me dar o luxo de te responder. - dou uma piscadela. - Se vai vamos Patrício! - falei pra ele.
- Ok Patroa, vamos! - Patrício diz erguendo a mão como redenção.
No caminho, Patrício diz:
- Você parece não gostar muito do meu primo Gael.
Rapidamente me lembro de tudo que ele me fez.
- Você tem razão. Eu não gosto mesmo!

Paixão SublinhadaWhere stories live. Discover now