Capitulo Trinta

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Capítulo Trinta

Duas semanas depois...

Serena

Passaram-se aproximadamente duas semanas desde que tudo aconteceu. Nessas duas semanas nenhuma novidade se fez presente em minha vida, as ligações de Iris ao ver que eu não estava disposta a atender, cessaram. Minha mãe estava cada vez mais ao meu lado, me fazia tentar acreditar todos os dias que o culpado daquilo tudo era o destino e que ele sabia ser muito grosseiro às vezes.
Hoje eu me sentia pronta para enfim voltar ao trabalho e dar toda satisfação do mundo à Iris que com certeza me encheria às paciências.
Coloquei uma de minhas melhores roupas, ajeitei o meu cabelo, peguei minha bolsa, às chaves do carro e fui, sem ao menos tomar café.
Ao chegar, todos os funcionários daquele lugar me olharam com surpresa, aliás, fazia mais de um mês que eu não aparecia por lá.
Fui direto à sala de Iris onde a encontrei assinando uma carteira de trabalho.
- Bom dia Iris.
- Eu devo cantar: Apareceu a margarida, olê, olê, olá? - falou com ironia.
- Precisamos conversar. - sentei.
- Com certeza precisamos! - foi rude. - Você some, não me dá uma satisfação e sequer atende as malditas ligações que eu faço.
- Eu não estava com cabeça. - respondi.
- Quando o assunto é a família de Richard você nunca está com cabeça, percebeu? - perguntou se braços cruzados.
- Eu trouxe o que você me pediu. - abri o notebook pra ela que leu cada linha com um sorriso no rosto.
- Ótimo, isso vai ser ótimo para nós. - respondeu.
- Mas não pra mim! - puxei o notebook de suas mãos.
- Como? - pareceu não entender.
- Eu não vou deixar que publiquem essa matéria. Não é justo! Precisamos respeitar o querer dos outros, Richard não quer dar entrevista à ninguém, então, deixemos pra quando ele se sentir pronto.
- E todo seu trabalho vai ser em vão? - perguntou levemente irritada.
- Pode ser pra você mas pra mim não. Conheci pessoas incríveis que agora, a saudade que estou sentindo, faz doer. O fato de ter os decepcionado, faz sangrar. Eu não quero isso! Quero me livrar. - respondi.
- Você é muito idiota. Como pode fazer isso conosco? Você foi à trabalho, não para se apegar.
- Eu tenho coração! Você queria o quê? Que eu passasse um mês com as pessoas e não me apegasse à elas? Só você consegue isso.
- Você está demitida.
Minha boca naquela hora se formou em um "O".
- Estou o quê?
- Demitida! Não podemos ficar com uma pessoa que não cumpre o que diz, que é irresponsável, que sai à trabalho e se sente em uma colônia de férias, até pra Hotel Fazenda você foi, e me trouxe esse lixo que se recusa a publicar. Tenha dó Serena.
Respirei fundo.
- Amanhã trago minha carteira de trabalho para você dar baixa. - respondi. - Adeus.
Eu tinha dinheiro suficiente para me manter, arrumar outro trabalho, ou até mesmo abrir algo pra mim. Meu sonho sempre foi abrir um café, até porque sou apaixonada. Então, agora colocaria em prática os meus planos.
Eu não me sentia mal por ter sido demitida, pelo ao contrário, eu sentia um alívio em saber que aquela história poderia ser levemente excluída do meu computador, ficar apenas dentro do meu coração e levar pra vida! Eu não precisei estragar ninguém.
E isso era ótimo!

Paixão SublinhadaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora