Insuportável

Cap 4

Quando chegamos, fiquei sentada no sofá até chamarem um médico para ver o que aconteceu em mim. Demorou um pouco, mas chegou. Mesmo tendo uma dor enorme, continuo com cara de quem não tem nada.
-Então, senhorita...
-Misuki.
-Certo. Sou o doutor Mike, o que aconteceu com você?
-Ela caiu de uma altura grande e machucou o pé.
Levi chega por trás do médico, o assustando um pouco.
-Foi isso mesmo?
Ele pergunta.
-Foi.
Respondo.
-Dói muito?
-Sim.
-Deixe-me ver.
O doutor chega mais perto de mim e toca no meu tornozelo, apalpando-o bastante. Sinto uma dor insuportável e faço uma careta, mas o que eu queria mesmo era gritar muito e falar PARA DE FAZER ISSO QUE DÓI MAIS QUE UM TITÃ TE ENGOLINDO .-.
-Hum.
Ele faz uma cara de preocupação.
-Tudo bem comigo?
-Só não sei de uma coisa.
-E o que é?
Ele se afasta com uma cara surpresa.
-Não sei como não está gritando. Seu tornozelo quebrou.
-Sério?
-Sim, e precisará ficar deitada assim o máximo que conseguir, sem viagens.
-Eu vou ter que deixá-la aqui??
Levi pergunta, meio que desesperado.
-Sim, por dois meses. O resto, ela já poderá sair daqui.
-Ahf.
Ele fecha o olho e abaixa a cabeça.
-Afe, para com isso, Levi.
Respondo indignada.
-Tch.
-Terei que enfaixar seu tornozelo, Misuki.
-Tudo bem.
Depois de um tempo, meu pé já está enfaixado e o doutor me indica todas as precauções necessárias. Por enquanto, estou com meu caderno de desenho desenhando o lugar onde estou, um hábito que sempre tive. Às vezes, junto com o desenho, escrevo como foi meu dia e como fui parar naquele lugar. Quando estou quase acabando, uma coberta cai em cima de mim junto com um travesseiro.
-Toma, nanica.
-Aii, cuidado comigo.
-Não sabia que seu tornozelo ficava na cabeça. Use, vai fazer frio esta noite.
-Obrigada.
Deixo aquilo de lado e continuo desenhando, mas paro ao ver o baixote me olhando.
-Que foi?
-O que está fazendo?
-Desenhando.
-O que?
-O ambiente, mas agora que você parou bem no lugar onde eu ia começar a desenhar, parece que você irá sair neste desenho.
-Não, não quero.
-Então sai daí, caramba.
-Tch.
Ele desencosta da mesa e vem se sentar ao meu lado, olhando o desenho e cruzando os braços. De repente, eu lembro de algo que vi enquanto estava em treinamento.
-Levi.
-Que?
-Você conhece a Mikasa?
-Faz muito tempo que não a vejo, sim.
-Você é algum parente dela ou algo do tipo?
-Somos primos.
-Aaah, por isso que ela não parava de falar de você.
-Como assim?
-Ela ficava: "Quero ver quando você conhecer o Levi!" ou "Acho melhor você amadurecer caso entre no esquadrão especial daquele baixinho!".
Falei, tentando imitar a voz dela.
-Aff, esse apelido de novo. Ela não parava de me chamar assim quando éramos crianças.
-Haha, bem que combina com você.
-Tá falando o que, nanica?
-Nada, deixa.
Enquanto desenhava, tive uma outra ideia de defesa nas muralhas, uma coisa que surgia na minha mente de repente, e sempre as registrava neste caderno. Virei a folha numa rapidez enorme, que assustou até o ranzinza aqui do meu lado. Comecei a desenhar.
-O que foi?
-Tive outra ideia.
-Que ideia?
-De defesa.
-Tch, tanto faz. Vou dormir.
-Ok, boa noite.
Nem responde. Mal agradecido :(. Ele se senta em uma cadeira que havia lá e dorme. Ué. Dei de ombros e voltei a desenhar aquela magnífica ideia repentina da minha cabeça.

  Levi's pov on

  Depois de acordar 2 horas depois, vejo que a Misuki dormiu, aparentemente, desenhando. Me levanto da minha cadeira e estico todo meu corpo, sentindo um alívio logo em seguida. Olho para a garota novamente e vou até ela, percebendo seu desenho quase completo. Pego aquele caderno surrado  e vejo cada detalhe daquele sistema de defesa, uma coisa impressionante. Sento no chão e começo a ver cada desenho que um dia, fora lembranças para ela (imagem).
  Quando ela começa a dar indícios de que vai acordar, fecho o caderno rapidamente e o coloco no lugar. Vou para a cozinha e começo a preparar um café da manhã para nós dois, mesmo sendo 5 da manhã. O motivo de eu estar fazendo isso para ela? Não sei, mas me deu vontade .-.

  Misuki's pov on

  Acordo lentamente. Me espreguiço, bocejo e finalmente, abro os olhos. Vejo que Levi está na cozinha preparando algo, não consigo ver, mas o cheiro está maravilhosamente bom. De repente, ele se vira.
-Café da manhã, nanica.
-Huum, o cheiro está ótimo.
  Ele deixa uma bandeja do meu lado, na mesinha.
-Tch, coma logo antes que me arrependa de ter feito isso.
  Pego a comida e como, degustando cada pedaço daquele pão caseiro. Olho para Levi e vejo que sua expressão é uma irritada, brava, ou qualquer coisa parecida.
-Obrigada, Levi.
-Tch.
  Ele se vira mais, mas posso ver que aquela expressão emburrada relaxou um pouco. No fundo, ele é uma boa pessoa X3.
  Depois de um tempo, começo a olhar a sala, vendo se tem algo de interessante; pelo visto, tem. Vi duas vassouras encostadas na parede e duas tábuas de madeira ao lado delas. Tive uma ideia.
-Levi.
-O que foi agora?
-Poderia pegar aquelas vassouras e aquelas tábuas para mim?
-Por que?
-Por favor.
  Coloco as mãos juntas e olho para ele com uma cara pidona. Ele resmunga algo e se levanta da cadeira onde estava, pegando aqueles objetos. Depois, Levi me dá aquilo e se senta novamente.
-Valeu.
-O que vai fazer com isso, nanica?
-Você verá.
  Desenrosco a parte de baixo das vassouras e coloco as tábuas nelas, lixando as bordas logo em seguida com uma lixa que pedi também. Encaixei dois pedaços de madeira logo abaixo das tábuas e coloco duas borrachinhas em baixo daquilo.
-Pronto.
-Me fala... Por que você estragou duas coisas de limpeza para fazer... ISSO?
-Ai, deixa disso, Levi. Vassoura dá para comprar outra.
-Tch.
  Me viro do sofá e me preparo para ficar de pé, mas sou interrompida de novo por um ser de 1.60 de altura.
-EI, está pensando no que, sua nanica louca?
-Eu sei o que estou fazendo, relaxa.
-AFF.
-Olha só.
  Coloco meus braços naquele treco que inventei e fico de pé.
-Doida.
-Olha, consigo andar livremente. Vou chamar de muleta.
-Por que?
-Porque sim :3
  Vou andando por aí com elas e já vou pegando o jeito. Depois, ouço passos vindos da porta. Era uma Hanji descabelada e com sono.
-Olha aqui, o que estão... Misuki?
-Oi :3
-Está andando?
-Ela acabou de inventar esse treco aí. Chamou-as de muletas.
  Levi responde por mim com aquela típica cara de sério.
-Isso mesmo X3
-Incrível, como conseguiu?
  De repente, ela acorda magicamente kk.
-Sei lá, fui encaixando as peças e vi que daria certo.
-Uoou. Pera... LEVI.
  Ele toma um susto e quase cai da cadeira. Seguro uma risada.
-Que foi??
-Por que a deixou fazer isso? Ela poderia cair!
-Ela não é responsabilidade minha, Hanji.
-Claro que é. Você que está aqui cuidando dela.
-Ou, estou aqui por que GOSTO de ficar aqui.
-Mesmo assim.
  Vejo os dois discutirem bem na minha frente.
-EEII. Estou aqui, sabiam?
  Eles finalmente olham para mim.
-Desculpe, Misuki, mas esse irresponsável aqui poderia ter cuidado melhor de você.
-Olha, Hanji. Fico feliz com sua preocupação, mas entendo o lado do Levi. Eu sei, ele não é um ótimo exemplo de gentileza, mas não posso trata-lo como mordomo. Ele já fez muito fazendo um café da manhã para mim e buscando os materiais para eu fazer isso.
  Por um instante, Hanji paralisou.
-Pera, o que você disse?
-Eu não posso trata-lo...
-Não, não... Levi fez café da manhã para... Você?
-Ela não podia nem ao menos se levantar, se eu não fizesse isso, ela morreria de fome.
-Mesmo assim, você com certeza mandaria alguns de nós para fazer isso.
-CHEGA. Hanji, pode voltar a dormir e você, Misuki, pare de andar com isso por enquanto. Se cair, dará mais trabalho para mim.
-Ok...
  A garota disse, antes de sair dali. Eu, simplesmente voltei a deitar no sofá e Levi... Saiu dali e ficou lá fora.
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oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*
Me descuuuulpem pela demora T_T, mas estou com muito bloqueio criativo.