Cap 33

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-OI? Como assim "roubados"?
  Olho assustada para Levi.
-Era pra nossa carroça estar aqui, mas não está.
-N-Não erramos o caminho?
-Tenho certeza que estava aqui.
Olho em volta na esperança de encontrar algo que possa nos ajudar, mas a única coisa que encontro são uns pedaços de cenoura. O homem vai até esses pedaços e se agacha, parecendo analisar a situação.
-O ladrão deve ter usado cenouras pra atrai nossos cavalos...
-Então vamos seguir o rastro, ué.
Ele me olha em silêncio por um tempo, como se pensasse em algo.
-É, você vem comigo, mas tome cuidado.
O sigo dando pulinhos de alegria. Aqueles pedaços nos levavam a um beco escuro, o que é bem estranho.
-Fique quieta e pise exatamente onde eu pisar.
Ele sussurrou para mim e eu assenti com a cabeça. Quanto mais nos aproximávamos, mais estreito o beco ficava, e a cada passo eu ficava mais confusa. Ao chegarmos no fim do beco, abrimos uma porta que tinha e demos de cara com uma construção enorme.
-O que...
Agora Levi estava tão confuso quanto eu, pois nossa carroça estava lá, intacta.
-EU NÃO ACREDITEI QUANDO VI, MAS É VERDADE.
Essa voz me parecia muito familiar. A pessoa se aproximava, mais eu reconhecia aquela silhueta, até ela aparecer por completo. Era uma mulher com os cabelos castanhos que iam até os joelhos e seus olhos eram marrons.
-Eu... Te conheço?
Pergunto para a mulher misteriosa.
-Misuki, você não se lembra de mim?
-Você é familiar, mas não me lembro de você.
-Ah, claro... Você bateu a cabeça e se esqueceu daquela semana inteira. Deixe-me me apresentar. Sou Akemi Akire, e eu te conheço muuuito bem.
-Akire? Você é alguma parente dela?
Levi perguntou.
-Tecnicamente sim... Sou a irmã dela.
-QUE???
  Pisquei várias vezes.
-Mas eu não tenho irmã.
-Tem, só não se lembra.
Certo, agora estamos muuuuito confusos.
-Como assim?
-Misuki, depois de um certo... acontecimento, eu ia ficar com você e a mamãe, mas quando você sofreu aquele acidente depois do que aconteceu, você esqueceu tudo que tinha ocorrido naquela semana, então, pra você não se lembrar do que aconteceu, Mikasa pediu pra eu ir embora.
-Oi? Mas Mikasa não expulsaria alguém de casa, principalmente se fosse parente meu. E como eu vou saber se você realmente é minha irmã?
Levi só escutava tudo com atenção.
-Primeiro: eu SOU sua irmã, pois eu sei daquela sua marca de nascença nas suas costas, segundo, você não vai se lembrar de mim pois eu fui embora de casa quando você tinha 2 anos.
Arregalo meus olhos ao ouvi-la dizer sobre a marca, mostrando que realmente me conhece. Essa tal marca era uma marquinha em forma de gatinho que eu tenho em minhas costas desde que nasci.
-Por que foi embora, então?
-É complicado, Misuki... Mas tem a ver com nosso pai.
-O que meu pai tem a ver com isso?
Franzo minhas sobrancelhas.
-Vamos fazer o seguinte: me sigam até a sala e conversamos melhor lá.
Ela se vira e vai até um cômodo. Eu já estava ficando preocupada com o que viria pela frente, e Levi, percebendo minha preocupação, segura em minha mão para tentar me acalmar.
-Vai ficar tudo bem.
Olho para ele e dou um sorriso, para depois ir até onde a minha suposta irmã está.
Eu e o capitão nos sentamos em um sofá, um ao lado do outro, enquanto Akemi se sentou em uma poltrona a nossa frente.
-Então... ele é seu namorado?
Assenti com a cabeça, era a primeira vez que alguém se referia a Levi como "meu namorado".
-Ah...
  Ela coloca uma mão na cabeça (mão na cintura, um pé na frente, e o outro atrás... foi mal :3)
-Droga, eu não sei como começar o assunto.
Ela parecia desconfortável na poltrona.
-Que tal começar por "nosso" pai?
O homem ao meu lado somente ouvia com atenção.
-É... Eu disse que fui embora de casa por causa dele, e isso é verdade. É que, quando você tinha 2 anos, eu tinha 12, e foi nessa idade que comecei a ter algumas coisas estranhas.
-Tipo?
-Eu não sei se você percebeu, mas quando você se machuca a ponto de sangrar, suas íris ficam cinzas.
  Ergo as sobrancelhas.
-Eu nunca percebi...
-É, isso é verdade.
Foi a vez de Levi falar.
-Como assim?
O olho confusa.
-Bom, quando eu estava te levando para o hospital quando você bateu a cabeça durante a expedição, seus olhos estavam cinzas. Eu estranhei, mas decidi não comentar.
-Correto. Quando eu tinha 12 anos, cortei feio minha perna. Nosso pai, percebendo as mudanças nos meus olhos, decidiu que era a hora de me levar a um lugar.
-Que lugar seria esse?
-Não me recordo muito bem, mas era um tipo de hospital. Naquele lugar, conheci um cientista chamado Saeyong Choi, e... Bom, ele disse que eu só estava apresentando os sinais do "despertar".
Quando ela falou isso, o capitão se inclinou para frente num ato surpreso.
-O que foi, Levi?
-Como assim "o despertar"?
  Ele pergunta parecendo afobado
-Primeiro: qual é o seu sobrenome?
Ela pergunta, com receio.
-Ackerman.
-Ah, por isso ficou surpreso. Levi, certo?
-Sim.
Agora era a minha vez de ouvir tudo e ficar quieta?
-Nossa família, a Akire, assim como a Ackerman, também é parte de um experimento.
-Espera, como assim nossas famílias são "experimentos"?
Me ajeitei no sofá, completamente confusa.
-Nossa família, Misuki, foi vítima de um experimento com titãs, assim como a Ackerman.
  Akemi falava para mim.
-Oi? Ainda não entendi.
-É assim, Mi, lembra quando eu te contei sobre Farlan e Isabel?
Levi fala me encarando.
-Sim, o que tem?
-Quando eles morreram, eu senti como se tivesse um "poder" despertando dentro de mim e massacrei um titã depois disso. Mikasa provavelmente teve um momento assim.
Pisco repetidas vezes, tentando compreender. Eu me lembro de uma vez que ela me contou sobre quando seus pais morreram.
-Misuki, a nossa família também tem uma desse tipo. Quando nos machucamos seriamente pela primeira vez, nosso "sangue de titã", que fica guardado, se liberta e ocupa o lugar do sangue perdido, dando uma coloração cinzenta em nossos olhos no processo.
Eu estava tentando compreender tudo o que ela havia falado.
-Quando nosso pai me levou para lá, ele explicou tudo o que eu precisava saber sobre isso, mas um dia depois, ele morreu. Assim como as pessoas que podem virar titã, nós temos um tempo limitado de vida após o despertar.
Dessa vez, foi eu e Levi que pulamos assustados.
-Quando tempo?
Eu e ele falamos em uníssono.
-Eu não sei, o experimento não foi completado. Podemos deduzir que... Se eu estou viva agora, quer dizer que é mais de 18 anos.
-Então quer dizer que... Eu tenho pouco mais de 18 anos de vida?
-Tecnicamente sim, não sei como isso funciona.
Mesmo sendo longo o tempo, ainda fico chocada ao saber que posso morrer antes do esperado. Me jogo no sofá e olho para o teto, absorvendo tudo (ou, ao menos, tentando).
-E o que a gente ganha com esse tal despertar?
-Eu também não sei exatamente, só sei que ganhamos uma resistência e cura anormal, além de nossa intuição ser altamente apurada. Claro que tem uma parte ruim, que nós ficamos desastrados demais.
-Por isso me recuperei tão rápido daquele corte na minha perna... E isso é tudo?
-Acho que sim. Te contei o que eu queria, então se quiser ir embora agora, não vou te culpar.
Em um momento, eu estava feliz indo para casa com Levi, e no outro, estava em um lugar completamente estranho com uma mulher que se diz ser minha irmã.
-Vou ficar um pouco. O que acha, Levi?
-Pra mim, tanto faz.
-Certo. Akemi, onde fica o banheiro?
-Terceira porta à direita.
-Ok.
Me levanto e vou caminhando até lá.

Levi's pov on

-Como assim, ela tem um tempo limitado de vida?
Chamo a atenção daquela mulher para mim.
-É o que eu li nos relatórios. Um corpo humano não pode aguentar o sangue de titã por um longo tempo sem sofrer graves consequências. A única maneira de salvar Misuki seria retirando esse sangue, o que é impossível, pois já se misturaram e se adaptaram ao nosso corpo.
-Entendo... Espero que seja muito mais de 18 anos, mesmo...
-E vai, isso eu posso dizer. Até hoje eu não tive nenhuma complicação, então meu tempo está longe de acabar. Vocês tem um futuro pela frente, eu tenho certeza disso.
-Como sabe?
-Minha intuição é muito boa, se lembra?
-Ah.
  Olho para o chão, tentando entender tudo o que tinha sido falado.
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oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*

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