Insuportável

Especial de Natal

Abri os olhos lentamente e dei de cara com a parede. O clima hoje seria de muito frio e neve, já que estamos na época mais esperada do ano: o Natal.
Hoje é a véspera. É onde todos preparam a grande ceia e reúnem a família, mas a vida na tropa de exploração é diferente...
-ACORDEM. HOJE TEREMOS MUITO TRABALHO A FAZER.
Ouço a voz de um certo baixinho soar pelos corredores em uma tentativa de acordar a todos (o que sempre dá muito certo, já que a maioria se assusta).
-Humpf.
Resmungo ao me sentar lentamente da cama e tentar melhorar minha cara amassada. Olho pela janela e vejo os primeiros flocos caindo logo de manhã, e percebo que nosso dia irá ser puxado.
Nosso trabalho em dias assim é limpar toda a neve que atrapalhar a passagem de carroças e pessoas, além de limpar as ruas de todo o lixo que estiver bloqueando os bueiros da cidade, para que quando a neve derreter, ela poder escorrer (só de ter "limpeza" no nome, já tem mão de Levi no meio...).
Me levanto da cama, arrumo a mesma e começo a ME arrumar. Depois de fazer minhas higienes e colocar o uniforme de inverno, desço para tomar café.
-Bom dia.
Digo a todos que estavam lá, e sou respondida igualmente. Os únicos que não estavam lá eram Connie, Jean e o Capitão, provavelmente dormiram demais e o moreno foi acorda-los.
  Me sentei na cadeira e puxei a garrafa de café juntamente com a xícara para enche-lá, e quando fui dar um gole, a porta é aberta bruscamente por uma certa tenente.
-BOAS E MÁS NOTÍCIAS.
  Isso fez Eren derrubar o café em sua roupa, e Mikasa foi acudi-lo.
-QUENTEEE.
  Ela entra e vem correndo para a mesa, e o que mais me impressionou foi o fato dela estar usando o uniforme normal... Gente, ela não está com frio, não?
-Ah, oi, Hanji. O que tem de novo?
  Sasha pergunta.
-De "novo" não tem nada... É mais uma velha tradição que costumávamos ter...
-O que aconteceu? Você disse que tem boas e más notícias.
  Armin se levanta da cadeira.
-Normalmente, a notícia é muito boa, mas pra um certo baixinho enfezado...
-Não me diga que eles decidiram voltar com aquilo.
-Ah, falando no diabo...
  Olhamos para a escada e vimos Levi descendo juntamente com Connie e Jean, que estavam com cara de acabados.
-OIII, e sim, voltaram sim.
-Essa não.
  O capitão se senta em uma poltrona e aperta o meio dos seus olhos com os dedos, como se estivesse tentando se acalmar.
-Gente, estou boiando aqui.
  Eu finalmente disse no meio de tudo.
-Deixa eu te explicar, Mi. Antigamente, todo o ano a tropa de exploração montava uma árvore de Natal enorme em uma escola como uma forma de motivação para as crianças, mas um tempo antes de acabar com essa tradição, o serviço foi deixado apenas pro esquadrão de forças especiais. Depois de uns 2 anos, isso acabou, mas devido à previsão de pouca neve, a direção da escola decidiu voltar com isso.
-Então... Você quer dizer que vamos montar uma árvore?
-Melhor... Vamos passar o DIA com aquelas fofuras e DEPOIS montar.
-Jura???
-CLARO. Eu amava ver a carinha de felicidade daquelas crianças quando chegávamos.
-Uau, deve ser muito legal, mas porque Levi, aparentemente, não gosta?
-Bom...
-Aqueles fedelhos simplesmente deixam um rastro de bagunça por onde quer que passem, sem contar nas decorações quebradas que eles faziam... Era um terror ver aquelas salas depois do horário de aula. Ainda nem falei da parte da creche pra vocês.
  Olhamos para ele com um olhar de incredulidade. Como é que eu nunca fiquei sabendo dessa tradição antes?
-Certo... Que horas nós vamos?
  Ignorei-o completamente e foquei em Hanji novamente.
-Daqui uma hora. O caminho até lá dura uns 40 minutos, então nós temos que ir cedo, pois iremos ir de classe em classe nos apresentando. O nosso horário começa 11:30.
-Certo.

  Quebra de tempo...

-Chegamoooos.
Os preparativos estavam todos guardados nas caixas e em uma carroça diferente na qual viemos. Levi estava de mau humor pelo fato de ter que passar a tarde com "pestinhas que não sabem nem onde fica o banheiro", diferente de mim, pois eu estava quase com os olhos brilhando de felicidade.
Estávamos na frente da escola ainda descendo dos transportes quando a diretora chegou. Ela era uma mulher aparentemente jovem, de mais ou menos 30 anos, com cabelos pretos e curtos.
-Ah, vocês chegaram.
-Olá, você deve ser Sofia Frazão, não é?
Hanji foi logo falando. (O baixinho também reclamou a viagem inteira sobre ela ter vindo com a gente).
-Sou sim. Sou a diretora da escola Cristal. Agradeço muitíssimo por terem vindo.
-Que isso, nós amamos essas crianças. A propósito, sou Hanji Zoe, a tenente. O capitão da tropa de forças especiais é aquele baixinho ranzinza ali.
-Prazer. Perdoe-me qualquer coisa. A apresentação de vocês será daqui 10 minutos na sala do primeiro ano. Enquanto isso, vocês podem esperar na sala de espera.
Seguimos a mulher até uma salinha onde continha uma mesa de mais ou menos 15 cadeiras e nos sentamos.
-Estou ansiosa.
Falei para Eren, que sentou do meu lado.
-Eu também. A propósito, Capitão, o que iremos falar?
-Iremos explicar o que é a Tropa de Exploração e nos apresentar para cada sala, depois, passar um tempo com eles e, finalmente, montar aquela maldita árvore com nossos equipamentos.
-Vamos usar o DMT? Uau, por essa eu não esperava.
-Pois é. Esses idiotas estão simplesmente rebaixando nossa utilidade para montadores de árvores cintilantes.
Dei de ombros e peguei um biscoito/bolacha de uma bandeja que havia lá e comi, esperando a diretora chegar, mas antes de eu morder, Hanji puxou meu braço para uma salinha ao lado.
-Ei, eu derrubei no chão.
Protestei.
-Fale baixo. O baixinho provavelmente não vai gostar de eu falar isso pra você.
Ergui uma sobrancelha em firma de questionamento.
-Eu não sei se ele já te contou, mas amanhã é outra coisa além de Natal.
-É o que?
-Bom...
Neste instante, lembrei de uma conversa que tive com Levi a muito tempo, mais especificamente antes de eu entrar para o esquadrão dele.