Cap 49

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  Kenny's pov on (cerca de meia hora atrás)

  Levi e Misuki estavam lutando contra Kara, e nós simplesmente não podíamos fazer nada para detê-la.
-Geo, vem. Vamos deixar esse trabalho pra eles.
  Eu chamava Geórgia para ir cuidar dos nossos ferimentos, mas ela não queria sair de perto.
-Mas e se eles se machucarem?
-Acredite, vai ser muito melhor se não atrapalhássemos essa luta. Agora, vem.
  Me aproximei dela e fiquei cara a cara.
-Eu não quero.
  Ela parecia uma criança mimada, sinceramente...
-Tch, você não me deixa escolha.
  Mesmo com meu braço doendo pelo uso excessivo do DMT Pessoal, pego-a no  colo e corro para fora desta sala, deixando a luta para trás.
-KENNY, ME PONHA NO CHÃO.
-Não. Você vai vir COMIGO. Aquele lugar era perigoso demais.
-Seu chato.
-Chato seria se nós MORRÊSSEMOS.
  Entro na primeira porta que vi e coloco a mulher sentada em um balcão, para logo em seguida, procurar os primeiros-socorros.
-Vou tratar dos seus machucados primeiro.
  Disse ao colocar a caixinha recém-achada na mesa.
-O que? Não, olha o seu estado.
-Aquele ditado, não é? As damas primeiro.
-Eu sou xadrez, então não conta.
  Olho estupefato para ela, que segurava o riso com seu trocadilho.
-Aff, era pra rir?
-Foi bom, fala.
-Claro... Foi ótimo. Agora fica quieta aí pra eu desinfetar esse ralado no seu joelho.
  Eu ia passar o álcool em seu machucado, mas ela simplesmente se levanta e sai correndo.
-EI.
-Hehehe. Me pega.
  Bufo e vou atrás daquela "senhora-ita"... Sério, qual pessoa de 40 anos age desse jeito?
-Não sei nem o motivo de querer cuidar tanto de você, sua pestinha.
  De repente, ela some de minha vista e eu paro no lugar, olhando pelos arredores.
-Tch...
  Quando eu ia me virar para voltar ao balcão, Geórgia surge do nada e me prensa na parede.
-Ah... Eu pedi pra você me pegar, não é? Mas já que não conseguiu... Eu pego você.
-Mas que diabos...?
  Não tive tempo de raciocinar, pois quando vi, seus lábios já estavam colados nos meus.
Seguro em sua cintura e aprofundo mais aquele beijo que nem eu mesmo sabia o porque de ter retribuído.
Uns segundos depois, quando nos separamos, consegui ver Misuki sair de fininho da sala, ou seja... ela viu tudo.
-Acho melhor ir atrás da sua sobrinha.
Vejo ela arregalar os olhos.
-Ela viu?
-Com certeza.
Geórgia simplesmente saiu correndo daqui para alcançar a garota e me deixou plantado aqui, com cara de idiota.
  Ela não pode ser uma Akire legítima, mas age como uma.

Misuki's pov on (tempo normal)

-E foi isso que aconteceu.
Minha tia terminava de explicar o ocorrido para mim durante o caminho para sairmos daqui.
-Olha... Não vou falar que vou aceitar esse cara de primeira, afinal... Ele é Kenny, o estripador, me sequestrou e tals... Maaaas, tudo vai depender dele.
-Eu sei, querida... Eu sei.
-E outra, você é adulta e tem direito de escolher o que quer da sua vida. Eu não tenho direito de te controlar.
Sorrio para ela e continuo a andar. Eu não fiquei chocada por causa de ser O Kenny, fiquei mais surpresa por ela decidir querer se relacionar nessa idade... É estranho.
-MIIIIIII. TIAAAAA.
Ouço uma voz familiar se aproximando por trás, e, mais uma vez, eu e Geórgia caímos no chão, mas agora foi por um certo sequestrado.
-EU FIQUEI COM TANTO MEEEEDOOOOO.
-FILLIPE, SAÍ DE CIMA, TÁ SUFOCANDO.
Sim, ele estava nos prensando... Pelo menos, eu, pois minha tia estava abraçando ele de bom grado.
Consigo sair das "garras" dele e limpar minha roupa que tinha ficado amassada.
-Está tudo bem?
Dou um pulo com Levi, que aparecera de repente do meu lado.
-Que susto... E sim, estou bem.
-Não deve se esforçar tanto, lembra?
-Sim, eu sei, mas...
-Nada de "mas", nanica.
Quando ele passa por mim, o capitão dá um pequeno tapinha na minha cabeça, bagunçando meu cabelo.
-Afe. Ei, aonde é que o esquadrão está? E para onde levaram o meu pai?
Começo a andar lado a lado com ele.
-Eles estão esperando lá fora. Já Maic... Eles chamaram a polícia militar para o levarem pra prisão.
-Então... Meu pai está preso?
-Obviamente sim, mas está aberto pra visitas, provavelmente.
-Ah.
Acho que, depois que eu chegar, vou fazer uma visita a ele. Eu passei a maior parte da minha vida achando que ele estava morto, agora que descubro a verdade, meu pai vai preso...
-E os novatos?
-Devido ao seu sequestro, Erwin achou melhor eles ficarem sob a supervisão de outra pessoa, então... Eles já se foram.
-Aaaah.
Triste estou ;-;.
Depois de um tempo caminhando, nós finalmente encontramos a saída (e eu agradeci a Deus por não precisar ir na mesma carroça que Fillipe).

Quebra de tempo...

-Chegamoooooos.
Estico minhas pernas após meia hora sentada em um banco duro de madeira.
-Nossa, achei que fosse mais longe.
Quando fui levada, eu tinha desmaiado, então eu não tive noção de tempo e lugar.
-Vê se não vai ser sequestrada de novo, em.
Eren passa por mim e eu chuto suas costas, fazendo ele cair para frente.
-Falou o "todo seguro".
-Aiiii.
-Humpf, teve o que mereceu.
Entro no quartel e vou direto para o meu quarto. Está do jeitinho em que deixei, e nenhum sinal de recrutas.
-Bom... Pelo menos, um pouco de paz, não é?
Sento em minha cama e me espreguiço nela, pensando em como senti falta disso.
-Foram só algumas horas naquele lugar, mas pareciam que foram dias.
Olho na minha estante de livros e uma memória surge na minha mente. Eu tinha um livro sobre medicina, então deveria ter algo sobre gravidez...
Me levanto rapidamente da cama e procuro-o na prateleira, me perguntando "Aonde foi que eu deixei?".
Quando começo a procurar os livros na parte mais alta, finalmente o acho... Em um lugar que não alcanço.
-Saco...
Olho em volta procurando alguma coisa para subir e acabo pegando minha cadeira.
-Vamos lá.
Subo nela e, ainda sim, fico na ponta dos pés para alcançá-lo, e quando eu finalmente pego o livro...
-Mi, está tudo bem aí?
Me assusto com Levi abrindo a porta e meu pé escorrega e eu caio para trás, dando um gritinho.
Fico esperando a queda chegar, mas ela nunca aconteceu, pois percebo que o capitão tinha conseguido me pegar no colo.
-Cuidado, sua idiota. Quer acabar no hospital, é?
-Desculpa. É que eu queria pegar este livro de medicina que eu tinha aqui e que estava no alto da prateleira.
-Tch, era só me chamar pra ajudar.
Tudo bem que a altura dele não ia adiantar muita coisa... Enfim. Levi me deixa de pé e eu coloco a cadeira no lugar enquanto ele me observava encostado na parede.
-Ok... Você veio aqui por que?
-Vim conversar sobre... bom, você já sabe.
-E o que é que tem?
-Precisamos marcar consulta pra você no obstetra, você vai ter que ficar afastada, etc.
-Ah, eu sei que não vou poder mais fazer movimentos bruscos como lutar ou usar o DMT. Aquela luta com Kara foi bem perigosa.
Me sento em minha cama e sou acompanhada pelo mais velho, que me abraçou. Aproveitando a situação, encostei minha cabeça em seu peito, onde consegui ouvir as batidas de seu coração.
-Realmente foi.
Um silêncio agradável reinou neste cômodo enquanto o homem fazia um cafuné em minha cabeça.
-Levi.
-Oi?
-Como acha que a nossa vida vai ser daqui pra frente?
-Muito mais corrida do que já é, isso eu tenho certeza.
-Sim, MUITO corrida. Sabe, eu acho melhor nós não contarmos pra ninguém sobre isso.
-Concordo. Causaria um rebu desnecessário.
Olho para o relógio na parede e vejo o horário.
-São 21:30.
-Estou morrendo de sono... O que é meio assustador pra mim, já que tenho problemas de insônia.
-Eu também estou com sono. Dorme aqui comigo hoje.
Ergo a cabeça para encara-lo e ele me olha com as sobrancelhas erguidas, para depois sorrir com carinho e beijar minha testa.
-Claro.
  E assim, nosso dia cansativo terminou em uma noite cheia de amor...
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oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*

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