Cap 27

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Misuki's pov on

Eu chorava em minha cama olhando pela janela de meu quarto... Eu não quero perder meus amigos, não quero perder a tropa, e não quero perder a única pessoa que amei: Levi. As gotas de chuva em minha janela deslizavam pelos vidros, como se estivessem chorando junto comigo.
-MINI, POSSO ENTRAR?
Fillipe batia na porta. Eu não me importaria se ele entrasse, mas eu não ia falar nada.
-Entra...
Ele abre a porta e entra no quarto, vindo em minha direção.
-O que aconteceu?
Escondo meu rosto entre meus joelhos, me lembrando da terrível notícia.
-E-Eu v-vou me c-casar.
-O QUE?
-Você ouviu muito bem, idiota.
-Então era sobre isso q a tia conversava com aquele cara... Mas por que tanto alvoroço? Eu entendo que casamento arranjado não é a melhor das notícias, mas... precisa ficar assim?
Dou um soco no braço dele.
-Ai, por quê...
O encaro para gritar em plenos pulmões.
-EU AMO OUTRA PESSOA, BELEZA? E, eu vou perdê-la se fizer isso.
Escondo minha cabeça novamente e volto a chorar, ainda com mais intensidade.
-Não me diga que... A pessoa que você ama é o Cabo Rivaille.
-Uhum.
  A única coisa que eu conseguia agora é chorar, então senti braços me envolvendo.
-Eu posso não ser ele, mas se quiser desabafar ou algo do tipo, lembra que pode contar comigo, ok?
  Ergo a cabeça e o encaro com um sorriso triste.
-Valeu, Lipe, mas isso é uma coisa que prefiro guardar pra mim, por enquanto.
-Ok, então eu respeito.
Ele ficou quieto, somente abraçado à mim. Isso me lembrou aquele dia no lago, em que Levi me consolou pela morte da minha mãe... Ah, eu não consigo imaginar como seria minha vida com outro.
Adormeço assim mesmo, pois aquele dia gastou completamente minha energia.

[...]

-BOOOM DIAAA.
Minha tia entra em meu quarto cantarolando e alegre, diferente de mim, que parecia estar doente.
-Bom dia...
-Misu, eu sei que está triste e tals... Mas é necessário. Tome, como forma de consolo, meus biscoitinhos de milho.
Eu amava aqueles biscoitos desde criança... Ah, como eu amo. Não esperei para pegar alguns da travessa e comê-los ainda na cama.
-Ei, você tem que descer pra comer.
-Não quero.
-Ah, vai sim.
-Não.
  Ela suspira e ri um pouco, mas eu não dou um sorriso sequer.
-Ah, ta bom, pode comer aqui.
-Que horas são, tia?
  Ela olha para um relógio.
-11:14, por que?
  Levi já deve estar fazendo o que ele tem que fazer.
-Nada, só queria saber.
-Ok. O almoço vai estar pronto em breve, então desça quando quiser.
  Ela dá um beijo na ponta de meu nariz, uma coisa que ela fazia toda a hora quando eu era criança, e sai do quarto, me deixando a sós.
-Ah, Levi... Vou sentir sua falta.
Quando acabo os biscoitos, desço para levar a travessa para a cozinha, e vejo minha tia colocando o almoço na mesa.
-Misu, quer comer?
-Obrigada, tia, mas estou sem fome.
-Ok... Ah, hoje a gente vai ao cabeleireiro para arrumar esse seu cabelo para o jantar de hoje à noite.
-Tch, faça o que você quiser.

Levi's pov on

Quando acordei, vi que já era 12:30.
-Desde quando não durmo assim?
Me levanto e vou lavar o rosto, pois combinei com Hanji de ir almoçar em um restaurante aqui perto (na verdade, ela que me obrigou, não é?) então eu tenho que estar pronto.
Pego uma camisa e uma calça qualquer e me arrumo rapidamente, para depois sair do hotel. Quando saio, vejo que ela já está me esperando.
-Vamos, Levizinho. Você precisa esquecer tudo e relaxar.
Ela diz isso, erguendo os braços para cima.
-Não dá pra esquecer.
Sua animação foi embora num milésimo de segundo.
-Afe, estraga prazeres. Vamos, tem um lugar que eu queria ir primeiro.
-E onde seria?
-Meu shampoo está em falta.
Lembro-me do shampoo que Misuki usava... Seu cabelo tem cheiro de rosas.
-Então você quer ir para uma loja de cosméticos?
-Sim, está aqui por perto.
-Aff.
  Começo a segui-la pelo caminho, mas completamente perdido nos pensamentos . Eu só conseguia observar os casais felizes e em como eles deveriam ser: unidos, pensando também em como eu mudei em um meio tempo de 2 meses. Misuki realmente era incrível.
  Meu peito tinha um peso fora do normal, como se um grande buraco tivesse sido aberto nele... A chuva parou de madrugada, mas minha chuva interior continua, e meu guarda-chuva estava com outro... Ah, Mi... Acho que eu realmente posso afirmar para mim mesmo: Eu a amo.
  Sinto uma lágrima se formar em meu olho... Não, eu não posso fraquejar outra vezc pleo menos, não aqui, em público.
-Chegamos.
  Estava tão perdido nos pensamentos que nem percebi que já tínhamos chegado a loja.
-Ah, certo.
  Entrei com a quatro-olhos dentro da loja de cosméticos e ela ia olhando os demais produtos.
-Pai, você acha que esses cílios postiços combinam com ela?
  De repente, ouço uma voz masculina na parte de maquiagens, o que não é normal.
-Eu não sei, filho... Talvez seja melhor perguntar a Srta. Akire e ver se ela gosta de maquiagens.
  Arregalo os olhos ao ouvir o sobrenome de Misuki, e espio aqueles homens.
-Que nada. Você sabe muito bem que mulheres tem que se maquiar, e a futura mulher de Nate Calvin TEM que usar maquiagem.
-Tudo bem, se é assim.
  Ah, seu desgraçado. Misuki não gosta disso, no máximo um batom. Eu não acredito que esse brutamontes quer FORÇAR ela a ser "bonita".
  Não percebo a força que aperto minhas mãos até Hanji me alertar.
-LEVI, suas mãos estão sangrando.
-Ahn?
  Ela me puxa para fora da loja e começa a olhar minhas palmas.
-Suas unhas estão grandes demais, você tem que parar de fazer isso. O que houve lá dentro?
-Eu encontrei o desgraçado.
-Espera, você ta querendo dizer que achou o "noivo" da Misuki?
Noivo é demais...
-Sim.
-Mas o que ele fazia lá dentro?
-Ele quer forçar Mi a usar maquiagem. Merda , ela odeia isso, e pra que ela vai usar se ela não precisa?
Eu já não conseguia me segurar.
-Eu vou lá dentro e dar uma lição naquele cara.
  Eu já saía apressadamente para voltar.
-EI, quer causar um tumulto?
Hanji segurava meu braço direito, me impedindo de voltar dentro daquela loja e encher aquele cara de socos.
-Ele merece.
-Levi, olha aqui.
Ela entra em minha frente.
-Se quer Misuki de volta, precisamos de um plano. Você, mais do que qualquer um, deveria saber.
E ela tem razão, estou deixando meu coração me dominar... Vamos usar a razão agora.
-Quatro-olhos, venha comigo até o hotel.
-É assim que se fala.
A tenente faz um "joinha" e pisca um olho, e eu só dou meia volta.
-Ei, meu shampoo.
-Depois a gente vê isso.

[...]

Misuki's pov on

Eu estava com um vestido estufado e uma maquiagem pesada, pois de acordo com Thomas (meu "futuro sogro), Nate queria que eu usasse maquiagem.
-Está pronta, querida?
Minha tia entra no meu quarto, perguntando isso.
-Estou...
-Então vamos.
A cada passo que eu dava em direção à sala, meu coração pesava mais. O jantar seria aqui em casa mesmo, pois eu insisti.
-Misu, não chore, você sabe que isso é preciso.
-É...
Ao me sentar no sofá, esperando os dois chegarem, eu só sonhava que, a pessoa que eu estaria esperando agora, seria Levi... Mas sonhos são sonhos, não é?
Se passaram uns 10 minutos até a campainha tocar, indicando a chegada deles.
-Vem, Misu.
Me levanto e vou até minha tia, respirando fundo. Ao abrir da porta, revela-se dois homens, Thomas e Nate.
-Boa noite, Geo. Como combinado, trouxe meu filho para conhecer a Srta. Akire.
Aceno com a cabeça e o mais novo vem em minha direção e olha para o pai.
-Bom... Ela é baixinha, mas dá pro gasto.
Arregalo os olhos levemente, vendo a ignorância desse csra.
-Prazer, sou Nate Calvin, ao seu dispor.
-Misuki Akire, prazer.
Mentira.
-Vamos, entrem.
Minha tia chamava os dois para entrarem, e eles o fizeram e se sentaram à mesa.
-Então... Misuki, certo?
-Sim.
Nate falava.
-Qual é o seu sonho?
-Ser da tropa de exploração.
-Ou ou ou, como assim?
Ele olhava para mim como se isso fosse o maior crime que eu pudesse cometer.
-Meu sonho era entrar para a tropa de exploração, e eu consegui. Eu vim pra cá pois estávamos em "férias".
-Saia.
Olho pasma para ele.
-Como?
-Saia da tropa.
-Por que?
-Quem vai cuidar da casa? Fazer minha comida? Saia da tropa.
Quase explodo de raiva, até minha tia segurar minha mão debaixo da mesa, como se dissesse "calma".
-S-Sim...
Ao dizer isso, pego a comida e começo a comer silenciosamente. Meu prato consistia em: frango, arroz e macarrão.
-Misuki, não acha que seu prato está cheio demais?
-Como, Nate?
Meu prato estava com uma quantidade normal.
-Uma mulher não pode comer tanto assim, você deveria comer salada.
-Quero comer isso, qual é o problema?
-Quantos quilos você tem?
  Levi nunca faria isso...
-58.
-Viu? Georgia, dê salada à ela, somente salada.
-Nate, eu quero comer isso.
Aperto minhas mãos com força, até minha tia chegar até mim e sussurrar:
-Misu, por favor, aguente. Não quero que sofra nas mãos da...
-NÃO.
Me levanto da mesa rapidamente, derrubando meus talheres no chão.
-VOCÊ NÃO QUER EU EU SOFRA, VOCÊ QUE NÃO QUER SOFRER. VOCÊ ME TIRA DE PERTO DO HOMEM QUE AMO PRA ME CASAR COM UM IDIOTA E ESPERA QUE EU SEJA FELIZ?? PREFIRO MORRER.
  Ao dizer isso, saio de casa correndo e subo no meu cavalo, indo para a saída da cidade chorando.
-Me desculpe, Levi...
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oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*

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