Cap 57

1.8K 171 18
                                    

  Misuki's pov on

Levi me puxou para sairmos de lá às pressas, tentando ao máximo me impedir de ver aquele sangue jorrando para todo o lado, mas tenho que falar... Foi aterrorizante quando aquele líquido espirrou em mim enquanto saíamos daquela sala.
-Vamos, a saída é para aquele lado.
O capitão ia nos guiando por aquele lugar, mas antes, nos escondemos em um pequeno lugarzinho que achamos lá para descansar.
Me apoiei na parede e encarei minhas mãos, que estavam sujas de sangue.
-Você está bem, baixinho?
-Estou, os cortes são pequenos e superficiais, não são preocupantes.
-Certo.
Os três me encaram depois que perceberam que eu estava calada demais.
-Mi, está tudo bem?
-Sim, Hanji, só... Estou meio chocada. Não precisam se preocupar comigo.
-Tudo bem.
Me levanto e observo o corredor que, aparentemente, estava vazio.
-Mike, tem alguma armadilha por perto?
Chamei o loiro, que se encostou em mim e começou a farejar o ambiente.
-Tem. Consigo sentir o cheiro de pólvora no meio do caminho, mas mesmo se jogássemos algo, o lugar iria explodir e atrair os guardas pra cá. Por falar neles, todos os soldados estão longe daqui.
-Certo...
Examino o ambiente e vejo uma corda no canto da parede. O outro lado do corredor eram celas, mas, felizmente, elas não iam até o teto, deixando um bom lugar para pendurá-la.
-Senhor Mike, preciso de sua ajuda.
Pedi para ele quando peguei a corda, já que precisava de alguém alto para isso.
Nós quatro fomos para a parte das celas bem próximos dos dinamites.
-O que quer, Misuki?
-Preciso que faça pezinho pra mim, preciso alcançar aquele lugar.
Ele tinha 1,92, então era perfeito para isso.
-Tem certeza que não quer que eu faça isso?
Levi interveio.
-Tenho. Eu sou mais leve, então é mais fácil pra isso, até porque eu sei de um nó perfeito pra situação.
Ouvi um pequeno som de desaprovação vindo dele, o que seria engraçado se a situação não fosse tão desesperadora.
Mike se abaixa e junta as mãos, onde coloco o meu pé e me apoio em sua cabeça. Quando ele me levanta, me equilibro e faço o nó.
-Levi, pode verificar se está bem firme, por favor?
Ele o faz e aproveito para apertar um pouco mais antes de descer.
-Perfeito. Acho que, agora, poderemos passar pelos dinamites sem aciona-los.
Pego na corda e dou um impulso, onde chego na parte sem perigo com sucesso. Sou seguida pelos outros 3 e partimos em direção à saída.
Corremos como nunca em nossas vidas, e por causa da adrenalina, não fiquei cansada ainda.
-GUARDAS SE APROXIMANDO.
Mike avisou.
-Não parem, a saída está perto.
E realmente estava. Consegui ver a luz do sol escapando pelo outro corredor, onde viramos e vimos o portão se fechando.
-Corram. Vai dar tempo.
Coloquei todas as minhas forças em minhas pernas, e dei graças a Deus por ter conseguido passar sem nenhum arranhão, diferente de Levi, já que só consegui realmente passar por causa do pequeno impulso que ele me deu.
Quando saímos, me sentei no chão e respirei fundo para conseguir fôlego.
-Conseguimos, uhul.
Hanji estava cansada, mas não tanto quanto eu, pois estava pulando e comemorando. Na verdade, só eu estava neste estado.
-É... Conseguimos.
As cenas se passaram como um filme na cabeça, e agora eu fui ver como ver alguém morrer assim, na sua frente, é aterrorizante.
Olho para Levi e vejo um corte profundo em seu braço, o que me fez ir até ele.
-Meu Deus, você está bem?
-Estou. Tch, isso realmente vai precisar de uns pontos.
-Vamos para o hospital!
-Como?
-Assim.
Mostro o esquadrão correndo em direção à nós.
-Capitão! Ufa, ainda bem que vocês estão bem. O que aconteceu?
Eren perguntou ao chegar perto.
-Um maluco que conheci a um bom tempo veio para "se vingar".
-Entendi. Precisamos logo de um médico, então acho melhor irmos andando.
Subimos nas carroças em que viemos e fomos em direção ao hospital mais próximo. Todos voltaram para o quartel, já que o trabalho estava feito.
Chegando lá, Levi foi socorrido imediatamente por causa de todo o sangue em seu corpo, e, claro, eu fui com ele.
-Vamos desinfetar os cortes primeiro, depois, iremos costurar o mais profundo no ombro direito.
A enfermeira falou enquanto ele deitava em uma cama.
-Certo.
Depois que ela saiu da sala para pegar as coisas, eu o encarei quando o capitão pigarreou para chamar minha atenção.
-Oi.
-Vamos passar em um obstetra depois disso aqui.
-Espera... Como?
-Você fez esforço demais, isso está muito perigoso.
-Mas... Ah, ok.
Disse com receio, abaixando minha cabeça.
Um tempinho se passa até eu sentir suas mãos em meu queixo, erguendo-o lentamente, me fazendo olhar para ele.
-Ei, está com medo do que?
-Não sei ao certo... Se Nate já nos perseguiu por causa de vingança, sabe-se lá o que pode acontecer.
-Quer saber? Eu não ligo mais pra isso. Depois de um tempo, isso vai ser revelado de qualquer jeito, não é?
Arregalo os olhos para ele.
-Levi...
-Estou decidido.
Ele beija minha testa lentamente e bagunça meus cabelos quando a enfermeira chega com o carrinho e as ferramentas para tratar de seus ferimentos.
Enquanto isso, eu fui para a recepção e perguntei pela ala obstetrícia.
-O único que está atendendo é o Dr. Hishiro.
O atendente me respondeu.
-Ah, certo.
-Seu nome é...?
-Akire. Misuki Akire.
-Certo, marcarei aqui. Quer que eu te dou uma senha?
-Sim, por favor.
Ele retira um papelzinho escrito "18" e me entrega.
-Em que número está?
-Ainda está no número 10, então se quiser andar um pouco por aí, tudo bem.
-Certo. Obrigada.
Viro as costas e me sento em uma cadeira ao lado da sala em que Levi estava, vendo-o sair minutos depois com uma gaze protegendo os pontos.
-Volte daqui um mês para a retirada dos pontos, e não se esforce muito com o braço nesses próximos 3 dias, pois ainda há riscos de abrir o ferimento.
Ele sai da sala apenas acenando a cabeça, para depois, pegar em minha mão e puxar para uma lanchonete aqui dentro e se sentar em uma cadeira.
-O que foi?
-Tch, odeio receber esses olhares.
Quando me dou conta, percebo que ele está apenas com um shorts.
-Ah, agora que reparei.
-Mi, fique aqui que vou comprar uma camisa na loja ao lado.
-Oi? Ah, não, pode ficar. A senha do obstetra ainda vai demorar.
-Se eu ficar aqui, corro o risco de ser expulso.
-Então vá para o banheiro e me espere na porta até eu chegar.
Quando eu me levantei, ele segurou meu pulso.
-Tem certeza?
-Absoluta. Agora vá e me espere.
Me viro e vou andando até a saída.

[...]

-LEVI!
  Chamo pelo mesmo pela quarta vez na porta do banheiro e nada, já estou começando a ficar cansada.
-Oe.
-Nossa, finalmente. Já estava ficando sem voz.
-Eu não tenho culpa de não ouvir.
-Humpf. Tome.
-Quanto foi?
-Ah, não. Não precisa. Aceite isso como um presente de boas-vindas.
   Ele arqueia as sobrancelhas antes de concordar com a cabeça.
-Se você quer...
  O homem tira a blusa branca que eu comprei a alguns minutos atrás e veste; felizmente, serviu perfeitamente.
-Obrigado.
-Eu que agradeço.
  Joguei esta frase no ar com um sorriso, já que nem eu mesma estava gostando dos olhares que ele recebia.
-Ah, eu peguei a senha do obstetra, preciso ir pra lá.
-Eu te acompanho.
  Andamos até a ala desejada e vi que eu já estava sendo chamada, por sorte.
-Senhorita Akire?
-Aqui.
  Levi se sentou para me esperar e me aproximei da porta em que o Dr. estava apenas com a cabeça de fora, e quando ele me viu, pareceu suspirar de alívio. Dr. Hishiro parecia jovem, mas continha uma barba castanha que ia até metade do pescoço.
-Você é a senhorita Misuki?
-Sou sim.
-Certo. Pode entrar.
  Ele me deu passagem e eu entrei em sua sala cujas paredes eram completamente brancas.
-Sente-se, por favor.
  O faço enquanto o moreno se senta em sua cadeira e mexia em uns papéis.
-Então... Você está querendo engravidar ou já está gestante?
-Já estou.
-Quantas semanas?
  Coloco a mão no queixo.
-Pra falar a verdade, eu não sei direito, mas provavelmente deve ser de 3.
   Ele confirma e faz mais algumas perguntas a mim, e depois que eu falei que eu pratiquei algumas atividades que exigiam esforço, ele fez uma cara séria.
-Sobre isso, você terá que tomar isto e ficar de repouso absoluto nos próximos 15 dias.
  O Dr. falou enquanto colocava um frasco em cima da mesa.
-Isto é uma amostra grátis, tome um por dia, e quando acabar, peça para alguém comprar mais para a senhorita.
-M-Mas... Eu sou da tropa de exploração, não posso ficar sem fazer nada.
-Eles vão entender quando explicar sua situação. Pegue um afastamento indeterminado se quer criar essa criança.
  Hishiro deu um sorriso relaxante para mim.
-Por acaso você faz parte do Esquadrão de forças especiais?
  Ele me pergunta.
-Ah, sou sim.
-Sabia que tinha ouvido esse nome em algum lugar. É uma honra conhecê-la, meu filho vive falando da tropa de exploração.
-Oh, não precisa de tanta formalidade, sou tranquila com isso.
-Espera... Se a senhorita está aqui, significa que os boatos sobre o Cabo Rivaille e você são verdadeiros?
  Congelei antes de responder, mas, de repente, a voz de Levi soa em minha mente.
-Quer saber? Eu não ligo mais pra isso. Depois de um tempo, isso vai ser revelado de qualquer jeito, não é?
  Respiro fundo antes de responder com um sorriso no rosto.
-É sim.
-Uau, então aquele homem que estava perto da senhorita realmente era ele, e não uma imaginação de minha cabeça.
  Rimos um pouco de seu comentário.
-Mas é isso, senhorita. Sua próxima consulta será daqui duas semanas, ok?
-Tudo bem. O senhor que irá me atender?
-Eu mesmo. Até breve, senhorita Akire.
  Nos levantamos e apertamos as mãos.
-Pode me chamar apenas de Misuki, não gosto de tanta formalidade assim.
-Certo, Misuki.
-Haha, tchau.
  Saio da sala dele com o frasco em mãos e vou até Levi, que estava lendo uma revista qualquer.
-Vamos?
  Ele ergue o olhar.
-Vamos.
  O capitão se levanta e saímos do hospital enquanto eu contava o que o médico tinha falado.
-Então irá ter que ficar de cama?
-Eu prefiro falar "repouso", mas... É bem isso mesmo.
-É... No quartel você não poderá ficar, então?
-Poder eu posso, mas levantaria muitas suspeitas.
-Mas o que eu disse? Joga a toalha pro alto e grita "dane-se".
-Haha, queria poder fazer isso, mas não no meio da rua.
  Ficamos em silêncio por uns minutos, mas uma coisa veio em minha mente.
-Ser conhecido é um saco, não é?
-Como assim?
-Ah, você é conhecido como "Cabo Rivaille", e eu, uma soldada de seu esquadrão; nem sei como não fomos parados ainda.
-Cada coisa tem sua vantagem e desvantagem. Bem-vinda à desvantagem de ser da Tropa de exploração.
-Que saco.
-Mas sabe... Poderíamos simplesmente deixar de lado essa parte nossa e agir como habitantes comuns, o que você acha?
  Quando fitei seu rosto, vi um sorriso em seus lábios, o que me fez copiar o gesto.
-Eu acharia perfeito.
  Depois da minha resposta, ele segura em minha mão.
-Quer ir aonde primeiro? Temos que tirar esse estresse do sequestro e tals...
===
oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*
  De novo: Capítulo NÃO revisado... Sorry ;u;

InsuportávelWhere stories live. Discover now