Especial Dia das mães

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Ei, EU SEI QUE O DIA DAS MÃES JÁ PASSOU! Eu simplesmente procrastinei muito depois que voltei do churrasco da minha família...
  (Perdoem quaisquer erros, não revisei).
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-Mamãe, mamãe. Olha o que eu achei.
Ouço a voz de uma criança se aproximando rapidamente de mim. Paro de descascar a maçã que trouxera para cima deste morro para olhar para aquela criança que devia ter em torno de seis anos.
-Oi, meu amor. O que foi que você achou?
Pergunto para a garotinha de cabelos pretos que batiam em suas costas e de olhos cor caramelo enquanto a coloco sentada em meu colo.
-Eu achei um passarinho!
Dito isto, a menina abre as mãozinhas, revelando um pequeno passarinho que não conseguia voar pelo fato de ser pequeno demais.
-Que legal. Você vai cuidar dele?
-Eu vou, haha. Ele vai se chamar Piu.
Ela saiu de meu colo rapidamente e foi brincar com a borboleta, mas tento perguntar algo para ela antes.
-Mei, espere. Onde está seu pai?
Ela não me escuta e sai correndo para longe. Bato a mão em minha testa e dou uma leve risada.
-Crianças...
Continuo a descascar a maçã que deixei de lado e não deixo de reparar na aliança de ouro em minha mão esquerda brilhando lindamente.
-Tenho dó desse passarinho.
Pude ouvir a voz de uma certa pessoa sentando ao meu lado na toalha de pic-nic e se ajeitando confortavelmente.
-Eu não. Sei que daqui a pouco ela já vai ter esquecido dele para brincar de outra coisa.
-O pior é que você tem razão.
Olho para Levi e reparo na enorme cicatriz que ele tem no lado esquerdo do rosto, além de metade dos dedos indicador e médio da mão direita faltando.
-Posso comer?
Ele pega um pedaço de maçã que eu descasquei quase agora e eu afirmo com a cabeça. Ele pega a fruta e come e eu volto a minha atenção na minha parte.
-Mi.
  O ex-capitão quebra o silêncio me chamando enquanto coloca uma de suas mãos sobre a minha.
-Hum.
-Eu te amo, sabia?
  Olho em seus olhos e dou um sorriso.
-Eu sei. Eu também te amo.
  Ele se aproxima e me dá um selinho demorado, tirando uns fios de cabelo meus que estavam na minha cara por conta da brisa suave que estava aqui. Ultimamente tem ventado muito mais depois da queda das muralhas.
-ECA!
Ouço a voz de Mei atrás de nós.
-Mamãe, papai. Isso é nojento.
Eu e Levi nos entreolhamos e caímos na risada com a garotinha com braços cruzados e cara de emburrada.
-Não fica assim, filha. Você ainda vai fazer muito isso quando cresc...
-Misuki Ackerman! Não ouse terminar essa sua maldita frase.
A cara do moreno se fechou mais rápido do que qualquer coisa e eu seguro a risada.
-Mas é a verdade, ué. Aceite isso, ciumento.
-Só depois que fizer trinta.
-Levi, VOCÊ tem trinta.
-Tenho vinte e nove e você sabe disso. Mas pensando bem... Ela só vai namorar depois que eu MORRER. E pelo menos uma semana depois, só pra me certificar de que estou realmente morto.
Rio do ciúmes dele sobre a nossa garotinha, que continuava emburrada no cantinho. Levi, que percebeu a situação dela, se levantou e foi até ela com a posição de uma brincadeira que os dois fazem a anos: Titã vs soldado.
-Eu vou pegar você, capitã.
  A garota, percebendo a brincadeira, muda sua expressão da água para o vinho, entrando no personagem.
-Você nunca vai me pegar, seu titã feioso.
Depois disso, os dois saem correndo pelo morro feito desesperados e eu balanço a cabeça em negação. Quem diria que Levi se tornaria esses tipos de pais brincalhões com os filhos? Acho que depois que a tropa foi completamente desfeita, ele passou a maior parte do dia com Mei, então provavelmente ele foi se acostumando com o jeito energético da garota de se divertir.
-Esses dois...
Digo quando vejo os dois sairem rolando morro abaixo, parando no final do mesmo. O ex-capitão ria que nem uma criança sem preocupações junto com Mei, nem parecendo aquele homem completamente frio e ranzinza quando o conheci anos atrás, na tropa de exploração, enquanto lutávamos contra os titãs.




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