Cap 55

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-Aaai.
  Acordei com uma baita dor de cabeça e em um lugar que eu não conhecia. Eu estava em uma... cela.
-An? Onde eu estou?
  Tentei levantar, mas meus braços e pernas estavam amarrados. Imediatamente me lembrei do que tinha acontecido e chamei desesperadamente pelo baixinho.
-Estou aqui.
  Olhei para a cela ao lado e o vejo na mesma situação que eu.
-Você finalmente acordou, nanica. Estava preocupado.
-Levi...
  Tentei me aproximar o máximo possível das barras de ferro que separavam um prisioneiro do outro, e, infelizmente, não consegui encostar lá por causa das correntes que me prendiam. O sol entrava por uma janelinha que havia aqui, mostrando que tínhamos passado um bom tempo aqui.
  Lágrimas foram descendo de meu rosto enquanto lembrava do ocorrido. 
-Ei, não chore.
-M-Me desculpe... S-Se eu n-não tivesse c-corrido, nós não...
-Ei ei ei, lembra do que eu falei? Nunca saberemos quando estamos fazendo a escolha certa, e se fizer a escolha, não se arrependa do que vier.
-Mas por minha causa...
-Misuki, pare com isso, não adianta ficar se remoendo.
Soltei uma risada nasal quando me dei conta de uma coisa.
-Sequestrada de novo... Patético.
-Mas dessa vez, tem eu.
  Ficamos em silêncio por um tempo até ouvirmos passos vindo para cá.
-Ora ora ora... Se não é o Capitão Levi e sua subordinada Misuki.
Um cara mascarado surge de repente com um bastão de madeira em mãos.
-O que você quer?
Disse entre os dentes.
-Queríamos apenas algumas cabeças pro chefe, mas somos muito sortudos e encontramos vocês.
Permanecemos em silêncio enquanto ele nos observava e batia na sua outra mão com o bastão.
-Olha, pensando bem, eu acho que não vou matar você.
  Ele apontou para mim.
-Você faz exatamente o tipo do chefe... Talvez seja bem melhor te transformar em uma bonequinha, o que acha?
  Cerrei os dentes e franzi ainda mais minha testa, o olhando mortalmente. Não precisa ser gênio para supor que Levi também fazia isso.
-Vamos, o que acha?
  O cara bateu nas grades com o bastão, fazendo bastante barulho.
-Vai pro inferno, canalha.
  Ele estralou a boca algumas vezes como modo de descontentamento.
-A bonequinha é estressada... Preciso te ensinar boas maneiras, princesa.
  O homem abriu a porta da minha cela com as chaves e veio andando até mim, e, automaticamente, o capitão começou a se debater para tentar se soltar.
  O cara denominado Yuri em seu crachá parou bem na minha frente, e eu, por reflexo, protegi meu abdômen com as pernas, já que as mãos estavam amarradas atrás de mim.
-O que você quer?
-Quero apenas ver se você serve pra agradar ao mestre. Sabe... Ele não gosta de qualquer uma, e você tem um corpo interessante.
  Percebi que nossas roupas haviam sido trocadas. Eu e Levi não estávamos mais com a roupa da tropa, mas sim, com uma roupa completamente branca, o que significava que foram eles que haviam nos trocado.
-Sabe de uma coisa que a sociedade inteira está curiosa? Sobre vocês dois. Há muitos boatos que vocês estão juntos, mas nunca tiveram uma prova concreta... Será que o baixote irá ficar bravo se eu te despisse aqui e agora?
  Ele se abaixou para ficar com a minha altura e deslizou seus dedos por meu pescoço até chegar ao tórax.
  Enquanto ele fazia isso, eu dava um jeito nas cordas que amarravam minhas mãos. Eu treinava sozinha esse tipo de coisa quando era menor, e agora eu me agradeço por isso.
-Eu não sei, tente pra ver.
  Dei um sorriso desafiador para o homem, que fez uma cara de nojo.
-Sua piranha.
  Quando ele ia puxar minha blusa, as cordas se soltaram e eu dei um soco certeiro em seu nariz. Yuri foi para trás com o impacto e eu pude pegar o bastão de sua mão.
-Ele ficaria bravo, com certeza, mas eu ficaria furiosa.
  Ergui o pedaço de madeira e, com toda a força, o acertei em sua virilha. Quando ele se curvou por causa da dor, peguei sua cabeça e a bati em meu joelho, fazendo-o desmaiar.
  Puxei as chaves que estavam em seu bolso e soltei meus pés, já que estavam presos com algemas, e fui direto para o capitão.
-Eu já odeio aquele desgraçado, mas aquilo que você fez com o bastão doeu até em mim.
-Agora não é hora de dor solidária. Precisamos dar um jeito de sair daqui.
  O livrei das cordas e das algemas e saímos daquela cela correndo. Os corredores eram repletos de palha e musgo, uma combinação bem... Exótica, para falar a verdade.
-Mandou bem, nanica.
-Tá me devendo. Se eu não soubesse me livrar de cordinhas, ainda estaríamos lá.
-Certo, certo.
  O lugar era um verdadeiro labirinto, a cada corredor que virássemos, parecia que era o mesmo.
  Como nossa alegria dura pouco, logo apareceram dois guardas daquele lugar com armas de fogo.
-Parados.
  Permanecemos no lugar, mas como agora a claridade domina, eu estava despreocupada.
 
  Eren's pov on

-Aí, Mikasa, por acaso você viu Misuki ou o capitão?
-Não. Devem estar por aí fazendo sei lá o que.
  Todos estranharam a ausência dos dois, o que é realmente estranho. Nenhum deles sairiam assim sem avisar a alguém, principalmente Levi, já que era para ele estar nos treinando agora.
-Tem coisa errada... Eu sei que era pra ser nosso dia de folga, mas o capitão disse que iríamos treinar, nem que seja um pouco.
  Armin falava.
  Nós três estávamos na sala com apenas Petra nos fazendo companhia, só que até agora, ela não disse nada.
-Quando você os viu pela última vez, Petra?
  Perguntei à ela.
-Ontem à noite, estávamos eu, ela, o capitão e o comandante aqui, só que quando eu fui dormir, Erwin foi embora, então os dois ficaram sozinhos, acho.
-Isso tá muito estranho...
-Sim, e muito. O próprio capitão disse para mim "vá dormir pois o treino de amanhã será puxado".
  Coloquei a mão no queixo e pensei em alguma hipótese, mas sem resultados.

  Misuki's pov on

  Ainda estávamos correndo, já que derrotamos aqueles dois facilmente; mas a vida não facilita, então os guardas mandaram reforços e agora estamos sendo perseguidos por umas 25 pessoas.
-A saída está perto?
  Perguntei para Levi, já que ele tinha roubado um mapa de um dos guardas.
-Sim, está logo naquele corredor ali.
  Ele apontou para a esquerda, e quando viramos, o portão estava começando a se abaixar.
  Corremos o mais rápido possível, mas infelizmente alguns soldados armaram uma armadilha de garra que acabou prendendo somente ao capitão.
-NÃO.
-CORRE, CHAME O PESSOAL.
-Eu não vou deixar você aqui.
-Eu me viro, vai.
  O portão tinha se fechado por metade, e eu ainda estava com receio. Olhei bem no fundo dos seus olhos.
-Eu vou ficar bem, só chame ajuda.
  Acenei com a cabeça e corri para fora, onde pude ver de relance o homem sendo levado pelos outros.
-Eu vou voltar.

  Eren's pov on

  Se passaram uma meia-hora que estamos aqui pensando e nada. Com isso, explicamos a situação para o cara de cavalo que tinha aparecido aqui somente para comer, mas que acabou se juntando à nós.
-Eu sei lá o que aconteceu, o importante é que não teve treino.
  Jean estava sendo um inútil, como sempre.
-Ah, claro. E você acha que sem treino pode sobreviver no território dos titãs?
  Revirei os olhos.
-Como é que é, Jaëger?
-Isso mesmo que você ouviu.
  Ele veio até mim e me segurou pelo colarinho.
-Eu posso sobreviver muito bem lá.
-Na primeira expedição você quase se borrou de medo, cara de cavalo.
-Falou o que estava...
  Neste instante, a porta de entrada é aberta bruscamente, revelando assim, a garota pela qual procurávamos.
-Misuki.
  Jean me soltou e eu fui direto para ela, e acabei notando que sua roupa estava diferente.
-Onde você estava? Onde está o capitão?
  Ela entrou sem ao menos me responder e foi até a mesa, apoiando seus braços nela.
-Mi.
  Petra até tentou acalma-lá, mas ela falou antes.
-Levi foi sequestrado.
-O QUE?
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oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*

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