daylight • p.coutinho

thirty one

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O jogo contra a Bélgica foi de longe o mais difícil até agora. Estava em 2 a 2 e no fim do segundo tempo da prorrogação. Vi todos os jogadores se ajoelharem quase que juntos, tanto os da Bélgica quanto os do Brasil. Era a busca do sonho do hexa contra o sonho do título inédito belga. A torcida toda chorava, tanto brasileiros quanto os belgas. O jogo mais emocionante da copa até agora.

Quando Alisson pegou o último pênalti, de Hazard, todos os jogadores brasileiros correram em direção a ele. A torcida toda estava chorando muito, os brasileiros de felicidade, claro. Nosso sonho persistia.

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Após a vitória contra a Bélgica todos da seleção e suas esposas/ namoradas foram para um pub perto da arena Kazan.

Os jogadores não podiam ingerir bebida alcoólica porém as mulheres podiam. E foi isso que eu e Bruna fizemos. Muito. O outro dia seria de viagem até a cidade sede, então eu dormiria muito e não teria que trabalhar.

Já estava bem no meu décimo copo de vodka, sem contar as tequilas que tomei com Bruna, até que senti alguém me abraçar por trás e beijar meu pescoço. Eu reconhecia aquele toque.

Ele me puxou até um local que eu não vi direito, estava muito tonta. Não entendi muito o que estava acontecendo, mas Gabriel Jesus não parava de me encarar.

Definitivamente estranho.

Chegamos ao que parecia um banheiro, não consegui identificar muito bem, ele me empurrou na parede e segurou meus braços também na parede. Meu susto veio quando olhei para a pessoa e vi que não era Philippe. Era Caio, meu ex.

— ME SOLTA — Eu disse numa tentativa inútil de me soltar de seus braços. — CAIO POR FAVOR.

Uma agonia enorme tomou conta de mim quando senti uma de suas mãos por dentro de minha calcinha. Eu não tinha forças alguma para me debater, eu apenas chorava muito.

Senti ele me introduzir e eu tentava de toda forma gritar. Ao que parece ele havia colocado um pano na minha boca. Sentia cada parte do meu corpo doer, eu já não tinha controle algum das minhas lágrimas.

Alguém deu um soco em caio, o tirando de cima de mim e me pegou no colo, me tirando dali. Não consegui ver quem era.

Eu tinha acabado de ser estuprada, pela segunda vez, pela mesma pessoa. Sim, ele já havia feito uma vez. E anos depois a história havia se repetido.