sixty two

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— Moça você ta bem? — Disse o motorista do uber ao me ver chorar.

— Moço, eu preciso que você vá o mais rápido possível — Disse em meio aos soluços de meu choro.

Ele percebeu minha preocupação e acelerou muito. Aquela adrenalina não era suficiente para eu esquecer a dor que estava sentindo.

Ao chegar no aeroporto eu corri para a area de vôos, com a esperança de encontrar Philippe lá. Mas ele não estava. E meu mundo desabou mais uma vez quando a atendente me disse que o embarque dele foi confirmado.

Sentei no chão e peguei meu celular. Haviam várias mensagens de Philippe, mas antes que eu pudesse ler/ouvir qualquer uma, percebi a quantidade de sangue em minha calça.

— ALGUÉM ME AJUDA EU ESTOU SANGRANDO — Eu gritei e vieram alguns bombeiros me ajudar. Fui colocada em uma ambulância e não me deixaram ouvir os áudios de Philippe, porque eu precisava ser atendida.

...

Acordei num quarto de hospital, e ninguém estava lá para me dar respostas de nada. Lembrei dos áudios de Philippe e tremi ao pegar meu celular. Parte de mim tinha muito medo de ouvir aquilo.

"Eu te amo, te amo te amo te amo"

"Eu te encontro na Espanha"

"Eu espero que você entenda o quanto nos amamos e se decida vir comigo"

"eu não acredito que estou indo sem você"

"era pra você estar aqui comigo, eu nem te dei tchau"

"já estou com saudades, isso entre a gente não pode acabar, eu não sou nada sem você"

"to aqui no avião, e não paro de pensar em você"

"eu preciso sair daqui e te encontrar"

Nesse momento eu senti um aperto no coração, tudo o que eu queria era saber se ele estava bem, se eu ainda o veria, se ele estava vivo.

Não fui capaz de segurar meu choro quando ouvi ele dizer que iria descer do avião, e a aeromoça disse que não poderia porque ja iriam decolar.

Sentei-me na cama e gritei para colocar pra fora toda minha dor.

— VOCÊ DEVERIA TER DESCIDO DO AVIÃO — Eu gritei, imaginando que ele poderia ter me ouvido de algum lugar — POR FAVOR EU PRECISO QUE ALGUÉM ME DIGA QUE VOCÊ DESCEU DO AVIÃO.

— Eu desci do avião — Disse Philippe na porta do quarto, ele estava chorando, e correu em minha direção.

Ele me abraçou e eu não tinha forças nem para respirar direito. Estava tremendo.

— Eu — falei gaguejando — nunca mais vou deixar você sair de perto de mim.

daylight • p.coutinhoTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang