seventy nine

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Toda a seleção chegou junta em Catar. Tanto os aviões oficiais, tanto os agregados.

Cada passo naquele país era motivo para se maravilhar. Era de tirar o fôlego aquela paisagem que os cercavam. A cada segundo que se passava era algo novo que descobriam. Os olhos já não sabiam para onde olhar, mas nenhum ali queria desviar olhos daquela vista. Seja os prédios com arquitetura diferente de tudo que estávam acostumados, o urbanismo presente ali, ou até mesmo elementos naturais que faziam com que aquele lugar fosse único.

Henrique estava com os olhos bem abertos, observando tudo ao seu redor, estava no colo de seu pai, que não muito diferente dele, também estava boquiaberto com o ambiente em que estavam pisando.

O grupo foi dividido em alguns carros, os quais levariam todos para o hotel da seleção brasileira.
Gabriel estava no mesmo carro que Heloísa e Philippe. Quando chegaram ao hotel, tiveram que esperar o restante do time, já que foram os primeiros.

— Helo, você vai fotografar essa copa também? — Perguntou Gabriel Jesus, enquanto se esparramava em um sofá do saguão.

— Pode apostar que sim — disse Heloísa.

Henrique se soltou do colo de Philippe e pegou alguns copos de plástico que estavam próximos a uma cafeteira. Em pequenos passos, ele chegou até seu pai e jogou os copos em Philippe.

A criança estava agitada, e Heloísa não estava com muita paciência para fazê-lo ficar quieto, então ignorou quando Philippe pediu ajuda

— Me dá aqui que eu cuido desse futuro craque — disse Gabriel estendendo os braços.

Henrique riu e mostrou sua mão, balançando seu dedo em sinal de negação. Gabriel riu e foi atrás de Henrique, que saiu correndo, quase que inutilmente, para um lado qualquer do salão.

Heloísa e Coutinho estavam pela primeira vez sozinhos naquela semana. Philippe a puxou para perto e a garota deitou sua cabeça no ombro de Philippe. Estavam sedentos de saudade um do outro. Os corpos estavam próximos, mas as almas distantes. Proximidade física muitas vezes não é o suficiente.

— Estamos estagnados — disse Philippe fazendo carinho no cabelo de Heloísa.

O jogador sentiu seu peitoral ser atingido por uma gota de lágrima.

— Eu preciso de você, mais do que nunca. Eu não aguento mais ver você tão longe de mim. A gente ta junto todo dia. Mas sempre alguém ta junto com a gente — Heloísa secou uma outra lágrima que ameaçava cair — precisamos nos reencontrar.

— Vamos reacender tudo então. Quando uma faísca existe, significa que ainda há fogo. Amor, eu quero te agradecer por ter escolhido permanecer — disse Philippe, erguendo seu corpo, fazendo com que Heloísa levantasse de seu ombro — mesmo podendo se ir por tantas vezes.

— Meu lugar é onde você está — Heloísa respirou fundo e sorriu — e sempre será. Eu sempre vou permanecer. Meu amor, temos uma história de 20 anos. Vai ser difícil algo conseguir estagnar a gente. Nem uma explosão atômica seria capaz de nos desintegrar. Nosso afeto é imortal. Sou testemunha disso.

— Eu te amo. É incrível como se passou tanto tempo e isso não mudou.

Gabriel se aproximou do casal com Henrique em seus braços e ali se instaurou o silêncio .

— Gente, se quiserem hoje eu passo o dia cuidando do Henrique, pra vocês descansarem bem — Disse gabriel e Heloísa sorriu.

— Obrigada, você é um anjo — disse Heloísa.

Os outros chegaram após poucos segundos, e a movimentação no hotel multiplicou quase que por cinco.

— LALA — Henrique começou a gritar quando viu Bruna chegando com Laura em seus braços.

A menininha sorriu, e balançou seu braço dando tchau muito empolgada.

— TEM UMA PISCINA EM CADA SUÍTE. EU TO UM NOJO — Disse Bruna assim que Heloísa abriu a porta da suíte onde estava hospedada. De fato era enorme e muito luxuosa. Contava com uma sacada que era maior que seu quarto quando criança. E literalmente, havia uma piscina na sacada. Uma em cada suíte. E pra completar, esquentava.

— Pensa se essa seleção não ta muito chique — disse Philippe pegando um controle que estava em uma gaveta dentro da cama, cada minuto dentro daquele quarto era uma nova descoberta.

— Esse controle é pra que? — Perguntei

— Vamos descobrir — Philippe apertou um dos botões e a cortina do quarto se fechou. O ambiente ficou todo vermelho e uma música começou a tocar em volume baixo.

— Minha nossa senhora da bicicletinha sem freio, já imaginei cenas absurdas em cima dessa cama com essa luz vermelha, preciso mostrar pro Neymar — Bruna saiu do quarto rapidamente, o que fez com que eu e Philippe ríssemos do momento.

Philippe mexeu em um armário próximo ao banheiro e pegou duas toalhas. Ele já ia se retirar do quarto quando Heloísa o interrompeu.

— Aonde pensa que vai? —  indagou Heloísa.

— Ia pra área de lazer com os meninos, quer vir? — Perguntou Philippe apontando para porta.

Heloísa caminhou em sua direção e envolveu seus braços em volta de Philippe. Aproximou-se de seu pescoço e ali depositou um beijo.

— Há outra coisa que quero fazer — sugeriu a garota e se distanciou de Philippe no mesmo instante.

Heloísa tirou sua camiseta e foi até a sacada, sumindo atrás da cortina. Ela tirou seu shorts e entrou de lingerie na piscina. Ficou apreciando a vista de todos aqueles prédios ao seu redor. Um dos botões na borda da piscina fez com que os vidros da sacada se escurecessem, fazendo parecer que era de noite. Qualquer coisa que fosse feito ali, não poderia ser visto de fora.

Philippe adentrou na piscina, juntando-se a sua amada. E ali permaneceram por um bom tempo. Se amando. Se pertencendo. Fazendo com que seus corpos fosse apenas um só, em um misto de sensações que se renovavam a cada toque.

— Eu te amo, Philippe Coutinho.

Após ficarem algum tempo se amando e se entregando um para o outro, o casal decidiu ir curtir o momento pré-copa junto com seus amigos, numa área de lazer do hotel, onde tinha piscina, espreguiçadeiras e um gramado incrivelmente verde, e de grande área.

Ali as crianças brincavam sem se preocuparem com o que as rodeavam. Ali seus pais encontravam calmaria. Ali, uniu-se a vontade de ser criança de cada um. E todos foram brincar de pega bandeira no gramado, uma brincadeira que há tanto fazia parte das histórias das crianças.

Ali, estavam muito mais que alguns amigos tendo um momento de diversão. Ali havia amor, entre cada um que corria naquele gramado. Ali havia se instalado uma família. Uma família de uma concepção completamente distinta do que todos estão acostumados. Uma família onde ninguém tem parentesco sanguíneo. Mas sim, parentesco de alma, de energia,

Diria que, em outras vidas, Philippe já amava Heloísa. Neymar já estava pré-destinado a viver com Bruna. Alisson e Bianca encontrariam-se de qualquer maneira. Sendo em um consultório de psicologia da CBF ou sendo em uma banca de hot dog em frente a faculdade.

Era pra ser. E foi. Da maneira mais perfeita possível.

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É amores, o próximo já é o último!

Não prometo postar hoje (sexta/sábado de madrugada) mas nesse fim de semana vocês irão ler o fim de Daylight.

Eu não to nada preparada.

daylight • p.coutinhoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora