Capítulo 17

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Violeta:

Pensamentos vagos e uma dor imensa corroia-me, cada pedaço de meu eu estava indo embora. Meu espírito já não me dava mais forças para enfrentar qualquer situação que viesse.

Coisas horríveis, temíveis e jamais imaginadas acontecendo comigo e com quem eu mais amei, desde que me entendo por gente. Meu coração não ia aguentar perder qualquer que fosse de meus amigos, eles era tudo pra mim.

— Presta atenção, eu não aguento mais te ver assim. Olha esse nariz vermelho e os olhos inchados! Você tem que se acalmar, tá? — Bryan, com suas palavras doces, fez Kelly olhar para ele e fungar.

— Nem percebi que estava chorando tanto. — ele passou os dedos por suas bochechas na tentativa de limpá-las. — Tá sendo impossível me acalmar nesse momento, Bryan. É muita pressão, tanta incerteza, e principalmente muito medo. Se ele não me matar eu vou morrer de nervosismo. Tenho certeza.

— Não precisa exagerar! — censurou Bryan.

— Eu entendo você, Kelly. — fecho os olhos. — Entendo perfeitamente.

— Pois é — responde ela. — E você, Derick, tá se sentindo melhor?

— Na mesma — respondeu irritado. — Me desculpem! Tá legal? Eu só não tô aguentando a verdade de que a Bruna não está mais conosco, e o pior, meu filho também não.

— A gente te compreende, cara. Temos certeza de que ela está bem.

— É, Derick — acenei a cabeça. —Posso confessar uma coisa para vocês dois? — os mesmos trocam olhares e direcionam sua atenção para mim.

— Claro, minha flor — Bryan me lança um olhar interrogativo e curioso.

— Vocês sempre foram fortes e, principalmente, dois grandes amigos. Não se deixavam abalar nem nas piores situações. Sempre os admirei. E, Derick, não desmorone agora. Precisamos de você. — Kelly segurou sua mão, assentindo.

— A Bru e o bebê precisam de você.

— Obrigado pela força — por absolutamente mínimo que fosse, resolvi considerar a linha fina que seus lábios formaram como um pequeno sorriso de gratidão.

Kelly soltou sua mão com pressa e a levou a testa.

— Tá tudo bem? — perguntei. Bryan já estava ao seu lado.

— Tô sim. Faz um tempo que estou com dor de cabeça.

— Nem me fale. — resmungou Derick, soltando um gemido.

— Ainda tem um pouco da minha água — Bryan entregou sua garrafinha. — Está com sede, flor?

— Tô bem. É... Eu estava pensando no que ele disse. Sabem o que é? — assentiram. — O que eu faço, gente? Ele disse que tenho que escolher um de vocês!

— Precisamos pensar em algo, e rápido — falou Kelly. — Mas não tenho ideia. Minha cabeça não tá funcionando direito.

— Já pensei nisso muitas vezes — Bryan falou. — Acho que não temos saída. — para completar meu estado de choque, ele diz: — Pode me escolher.

— Não! Você só pode ter batido a cabeça em algum lugar e ter deslocado o cérebro! — Kelly lhe dá um tapa no braço. — Você não vai fazer isso. Tem que ter outro jeito.

— Que jeito?! — ele rebate.

— Não sei, Bryan! Temos três cérebros aqui, precisamos pensar em alguma coisa!

— Kelly tem razão — Derick lança um breve aceno para ela. — Se entregar sem lutar é burrice.

— Eu concordo — digo. — Eu nunca me perdoaria por ter que escolher você. Aliás, algum de vocês. 

— Puta que me pariu! — surgiu a voz. Como ele tinha conseguido entrar sem que percebêssemos?! — Como vocês são melosos! — Bryan se encostou em mim, puxando Kelly para junto dele. Derick fez o mesmo. Todos paralisados demais para tentar assimilar como não o vimos.

Ele me olhou, e como se conseguisse ler meus pensamentos, falou:

— Relaxa. Não vai precisar escolher agora — sua voz saiu suave, reprimi a vontade de suspirar e desviar o olhar. — Venha até aqui — por essa eu não esperava. Engolindo em seco, me pus de pé e tentei me manter firme, como se não nada que ele dissesse ou fizesse fosse capaz de me abalar.

Ergui o queixo para olhá-lo. Devagar, sua mão pousou em meu braço. Então começou a andar. Meus pés congelaram no chão.

— Venha! — falou com a voz autoritária. Olhei para os meninos e para Kelly. O coração disparando muito rápido.

Ele me puxou mais forte, soltando um xingamento.

— Eu amo vocês! — falei, Derick fez menção de se levantar, mas balançei a cabeça e fiz cara feia para ele.

Então, fomos. Não olhei para trás de novo.

— Surgiu um assunto urgente. Tenho que resolver. E não me olhe com essa cara contente! — eu não fiz nenhuma cara contente! Vi-o guardar um bolo de chaves no bolso e pegar seu celular. — Acho que sabe muito bem o que vai acontecer se tentar alguma gracinha.

— Se vai sair por que me trouxe aqui para cima? — perguntei.

— Não interessa! Faz parte do plano! — me dá uma última olhada com aspecto de raiva. Caso ele achasse que isso me dava medo estava completamente...

Certo.

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Capítulo revisado. ✔

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