Violeta (Completo/Revisado)

Capítulo 20

Violeta:

Meus pés deslizavam no solo pegajoso e úmido, juntamente com os galhos enraizados no chão, alguns pingos de chuva caíam também.

Olhei para trás na tentativa de ver se ele vinha, mas só o que minha vista alcançava era a imensidão de nada mais nada menos do que árvores e galhos caídos. Um nada completamente vazio.

Parei de correr só quando minhas pernas ameaçaram passar mais de uma semana sem dá um passo, e quando meu corpo já estava encharcado de suor. Caramba, logo agora?

Olhei a minha volta, sentindo meu estômago queimar e a cabeça doer. Subitamente, a imagem de Bryan sangrando tomou minha mente. Não, não foi só ele. Vi Kelly também, e Derick, e Bruna. Eles estavam... não, eu não conseguia acreditar. Era demais.

Despenco e me encosto num tronco caído. Eu era uma covarde. Não devia tê-los abandonado com ele. Tinha que morrer também. Estávamos nessa juntos, tínhamos que ir juntos também.

Então vem uma cena de todos na minha mente, dizendo: Você só pode ter perdido o juízo! Corra, sobreviva. Sempre estaremos aqui.

Bryan com certeza diria: Viva. Só viva, minha flor. Ah, Bryan. Derick. Bruna. Kelly. Eu vacilei com todos vocês. Sinto muito.

O problema é que ninguém consegue correr por muito tempo sem parar, principalmente as que são sedentárias como eu. Precisava de um descanso. Só alguns minutinhos e minhas forças se restaurariam.

Limpo os olhos com as costas da mão. Já que tinha chegado até aqui, destruída ou não, precisava sobreviver. Achar um caminho que me tirasse desse fim de mundo, encontrar a cidade mais próxima e pedir ajuda a alguém. Isso. Tomara que não seja tão complicado na prática.

Lembro de quando estava saindo e esbarrei naquele cara. Ele devia ser do mesmo jeito dele ou pior. Tive sorte dele não ter vindo atrás, ou ter me segurado. Mas... e se ele me seguiu e eu não vi? E se os dois vierem me procurar? Não tenho chances nem contra um imagine dois!

Me levanto e começo a correr de novo, seguindo em frente. Chega em um ponto que decido virar para a  esquerda, seria muito óbvio continuar correndo em linha reta. Ele ficaria na dúvida se seguiria em frente, dobraria para a direita ou a esquerda.

Não muito tempo depois de ter decidido vir por este caminho, observo muitos troncos de árvores sem vida caídos, em uma ordem aleatória, espalhados a minha frente. Fico em dúvida se volto ou não, mas o caminho estava logo à frente.

Vou passando, não dificulta tanto a passagem quanto pensei, mas quando chego ao final meus pés não sentem o solo firme. Apago totalmente quando tombo contra algo rígido.

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Capítulo revisado. ✔