[18] patient

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“Eu não sei mais o que eu faço.”, Yoongi repetiu pela sétima vez, fazendo Jungkook e Taehyung revirarem os olhos. E Jimin, que não estava entendendo nada naquela história, já estava começando a ter uma ideia do que possa estar acontecendo. “Ele está me deixando confuso.”

“Ele que está te deixando confuso ou vocês dois que não estão conseguindo resolver toda essa situação como adultos?”, disse o mais novo entre eles. “Está na cara que ele te quer, hyung. E está escrito na sua testa que você também quer.”

“Mas você não entende que ele não é... Aish!”, desistiu de falar e abaixou a cabeça, batendo-a na mesa.

Yoongi estava em seu horário de almoço e havia pedido para Taehyung encontrar ele na mesma cafeteria que Jungkook trabalha.

Depois de ontem à noite Yoongi não tirava Hoseok da cabeça. Era confuso como ele mexia consigo de uma forma que não conseguia nem colocar em palavras. Não fazia ideia de como ele entrou em sua vida.

Já era um adulto, sabia mais do que ninguém que o que sentia pelo ruivo era algo além de uma simples amizade inesperada. E também sabia que isso não ia ser passageiro, que os seus sentimentos só iriam crescer. Deveria se afastar, pois só iria sair machucado nessa história.

Mas por que o pensamento de se afastar de Hoseok e de Jiyoon lhe embrulhava o estômago?

“Hyung está me ouvindo?”, Taehyung disse um pouco mais alto, atraindo a atenção do mais velho. “Uau, você está mal mesmo!”

“Cadê o Jungkook?”, perguntou olhando para os lados.

“Teve que voltar para o balcão. E Jimin foi atrás dele para não se sentir sozinho.”, apontou para os dois garotos conversando e rindo. “Está se sentindo mais à vontade para me contar o que aconteceu?”

Yoongi deu de ombros. “Não aconteceu nada demais, mas...”

“Mas...?”

“Eu não sei se é loucura minha, mas ele parece estar no mesmo conflito que eu...”

“Por quê?”

“Ontem quando Jiyoon dormiu, nós dois ficamos na cozinha conversando.”, lembrou. “Nós começamos a falar sobre ela e por um acaso esse assunto levou a mim.”

Tae absorvia cada palavra dita, prestando toda atenção do mundo. Obviamente sabia no que aquilo tudo ia dar, e isso o fez sorrir internamente.

“Por algum motivo, ele não gosta muito de quando alguém está conversando e desvia o olhar dele. E eu fiz. Quando eu olhei pra ele, ele estava me encarando de uma forma que... Eu não conseguia desviar o olhar dele. Era como se eu tivesse me perdido, e ele parecia do mesmo jeito.”

Por Deus, estava parecendo um adolescente apaixonado pela primeira vez.

“E como você se sente em relação a forma como ele te olha?”, o mais novo perguntou.

“Confuso.”, suspirou. “Eu não quero criar expectativas, entende? Mas uma parte de mim se sente esperançosa. Eu quero esquecer tudo isso, mas ao mesmo tempo...”

“Quer saber até onde vai.”, completou o amigo. “Me colocando no seu lugar, eu sinceramente não sei o que eu faria. Nunca me apaixonei por...”

“Eu não estou apaixonado!”, o mais velho brigou com um bico nos lábios.

“Tudo bem.”, revirou os olhos. “Eu nunca me atraí por um heterossexual, então não sei o que dizer de exemplo. Mas talvez seu lado esperançoso esteja certo.”

“Certo de quê?”

“De que você deveria ver até onde vai. Você não tem certeza do que pode acontecer, assim como ele também não. Então não tenha medo. Lembre-se do que eu falei: não tenha medo de enfrentar as coisas.”, disse o amigo com um sorriso no rosto. “Meu Deus! Tem noção de que estamos tratando do Hoseok como se fosse um monstro de sete cabeças?”, riu. “’Enfrente-o’, ‘não tenha medo dele'”

CLOSED EYES | sopeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora