Pensamentos em conflito

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Jungkook

Na sala de estar apenas era possível ver a luz da rua invadindo o ambiente pela janela, sem contar isso o cômodo se tornava um completo breu, eu apenas podia escutar os ressono dos meus colegas e a respiração de Jimin contra o meu pescoço, fazia alguns segundos desde que ele tinha me pedido para irmos procurar um lugar mais privado, eu ainda não tinha o respondido nada.

Sabia que existia uma coisa no feitiço, um bloqueio que impedia que o enfeitiçado fizesse algo que ia contra seus princípios e ética, como por exemplo: se tivesse escrito naquele bilhete que era para o enfeitiçado machucar uma pessoa, ele não conseguiria fazer isso, mesmo que tivesse vontade de me obedecer, pois seu subconsciente agiria, o impedindo de fazer algo que ele cogitava ser errado ou que traria riscos a alguém ou a ele.

Da mesma forma que se fosse pedido para ele machucar a si mesmo, o enfeitiçado não faria, seu cérebro ativaria a autodefesa, e mesmo que ele se sentisse tentado a fazer por causa do feitiço, o subconsciente o pararia, era um bloqueio defensório que o próprio criador da afanasy tinha incluído na caneta.

Sendo assim, eu tinha consciência de que Jimin realmente sentia vontade de ter aquilo comigo, ele gostava de mim e obviamente também sentia desejo, o feitiço colocou amor dentro do Park e ele agia conforme isso, fazendo e falando todas as coisas que costumava fazer quando estava com alguém que ele gostava, já que a afanasy não interferia em personalidade, ela apenas acrescentava alguma coisa, e nesse caso ela trouxe um sentimento ao Jimin, mas isso não mudava quem ele era ou o que gostava de fazer.

Entretanto, o fato era que Jimin se esqueceria de tudo aquilo, e além disso, eu também teria que lidar com o fato de que a pessoa com quem tive minhas primeiras experiências sequer se lembraria, pois mesmo que naquele instante eu estivesse com muita vontade de dizer sim para o Park, como seria depois? Não na manhã seguinte, mas sim as semanas seguintes.

Negar era o melhor para nós dois, eu sabia que Jimin só queria ter comigo o que é normal em qualquer relação, porém o problema era que nossa relação não vinha de vias normais. As vezes eu me perguntava o que Yoongi faria, porém logo me lembrava que talvez a resposta não fosse ser do meu agrado, era melhor pensar unicamente por mim e não envolver mais o meu amigo de cabelos verdes nisso, porque sabemos bem que às vezes os palpites dele só me metem em mais confusões ainda, mesmo sem ser a sua intenção.

— Jiminie, vamos pra outro lugar. — Sussurrei, enfim quebrando aquele silêncio que deve ter durado um bom tempo, e assim fui me afastando dele, começando a me levantar.

— Vamos! — Ele exclamou animado, também se levantando.

Caminhamos para fora daquele amontoado de garotos sobre o colchão, tentando não pisar em ninguém ou fazer barulhos, o que foi um tanto complicado, mas no fim deu tudo certo. Jimin logo foi em direção as escadas, porém eu o puxei na direção oposta, indo para a cozinha e logo ascendendo a luz da mesma, o Park me olhou confuso, mas em seguida sorriu malicioso, me deixando desentendido.

— Na cozinha, Jungkook? É o seu fetiche? — Questionou me fazendo arregalar os olhos, Jimin vem com cada uma!

— O q-que? Claro que não, só procurei o cômodo mais próximo. — Me expliquei, todo atrapalhado, enquanto tentava andar sem esbarrar em nada para não fazer barulho.

— Oh, então você só está ansioso. — Riu soprado, se sentando sobre o balcão. — Vem cá, amor.

Ele tinha me chamado com um dedinho, e eu afirmo que tinha acabado de descobrir que isso era um ponto fraco meu, não consegui segurar minhas pernas que andaram em destino ao rosado, Jimin sorriu ladino quando cheguei perto e tratou de ir me trazendo pra entre seus joelhos — já que ele estava sentado sobre a bancada — e com as mãos em meus ombros, me trouxe para sua direção...

Até Que o Feitiço Acabe ||ji•kook||Where stories live. Discover now