A carta de Gringotes.

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Harry

Era apenas o meio das férias de verão e eu não aguentava mais estar na casa dos Dusley. Duda já tinha me perseguido e me espancado diversas vezes com os idiotas de seus amigos. Algumas delas apenas pararam quando ameacei sacar minha varinha e estuporá-lo ou cumprir a promessa de Hagrid na primeira vez que se viram. Mesmo sabendo que eu não poderia fazer magia fora da escola, ele temia ganhar novamente um rabo de porco e para combinar um lindo par de orelhas cor de rosa.

- Aberração, sai logo desse quarto, seu ingrato. Venha fazer o café da manhã do meu querido Dudoca! Ele está tão magrinho.

Tia Petúnia esmurrou mais uma vez a porta do meu quarto antes de sair pisando duro. Me levantei com certa dificuldade, tonto por estar sem comer por três dias, apenas bebendo água, na maioria das vezes enquanto lavava a louça.

Tentei ao máximo fazer a comida o mais rapidamente, com esperanças de poder esconder um pouco de comida no bolso. Não me importo que isso suje minhas calças. Afinal, eu lavo as roupas de todos na casa.

- Eu estou descendo em cinco minutos, espero que tudo esteja pronto garoto! - Gritou tio Valter do andar de cima.

Por sorte tudo estava pronto e eu pude esconder uma fatia de bacon, um pedaço de pão e algumas uvas nos bolsos, o volume sendo escondido pela enorme da camiseta dada pelo filhote de baleia, quer dizer, do meu primo.

Quando todos desceram e terminaram de comer pude lavar a louça e por fim subir para meu quarto, onde como com certa pressa tudo que escondi, quando uma enorme coruja negra adentrou no quarto, deixando uma carta com o símbolo de Gringotes e um bilhete direcionado para mim.

- Oi linda. Aqui, coma esse pedaço de pão enquanto leio as cartas, acredito que deva esperar por uma resposta. - A coruja piou e bicou de leve meus dedos, de maneira carinhosa.

Nós, do Grande Banco Bruxo Gringotes lhe saudamos, Herdeiro Potter.

Por meio dessa carta viemos lhe informar que precisa comparecer com urgência no banco para sanar divergências sobre sua herança e assumir seus senhorios, pois seu pedido de emancipação mágica foi aceito e liberado.

Responda essa carta com o dia e horário que poderá comparecer e deixaremos marcado com o gerente de suas contas , Ragnuk.

Atenciosamente.

Os duendes.

Emancipação? Não entrei com pedido nenhum. Peguei o bilhete e reconheci a caligrafia de Dumbledore.

Harry, meu rapaz, acho que precisamos conversar, deve ter recebido a carta de Gringotes e soube de sua emancipação, devo dizer tenho que lhe explicar algumas coisas.
Me encontre no Caldeirão Furado amanhã e já marque a sua reunião com Ragnuk, creio que umas quatro horas está bom, estarei lhe esperando às três.

Adoro gotas de limão.

Albus Dumbledore.

Demorei alguns segundos para raciocinar sobre tudo que acabei de ler antes de ser tirado de meus devaneios pelo pio da coruja, que aguardava uma resposta. Peguei pedaços de pergaminho respondendo Gringotes e Dumbledore, entreguei a coruja que agarrou e alçou vôo, indo para longe.

- Garoto! Estamos saindo! Arrume toda essa casa! Espero que tudo esteja brilhando quando voltarmos, ou vai ficar sem comer. - Como se eu já não estivesse. - Me responde muleque, por que se eu subir ai te dou a surra!

- Entendi tio Valter. - Gritei de volta.

Passei o resto do dia limpando a casa e aproveitei a saída deles para abrir os armários trancados com um alohomora sem varinha e comendo uma refeição decente, porém não muito, tantos anos sem uma alimentação balanceada e adequada deixaram meu estômago pequeno e incapaz de expandir para comer em exagero. Edwirges voava de um cômodo para o outro me observando, dei a ela um pedaço de pão e biscoitos  então terminava de lavar a louça e arrumar a cozinha.

- Isso é estranho garota, por quê esse pedido de emancipação? Não foi eu... E a solicitação de Gringotes? Dumbledore, o que está acontecendo menina? Queria tanto que Mione e Rony estivessem aqui, ou Sirius para que pudessem me aconselhar. Dumbledore não vai me dizer nada. E tudo que diz é em enigmas.

Ela piou como se estivesse me respondendo, claramente sentindo minha aflição. Nunca tive um ano normal desde que descobri que era um bruxo. A busca pela pedra filosofal no primeiro ano, a câmara secreta e o basilisco no segundo, os dementadores no terceiro. Tudo isso antes dos 14 anos. Depois do basilisco passei a treinar minha magia, Aluado me disse podemos treiná-la como se fosse um músculo, desenvolvendo o potencial mágico, destreza e resistência, no começo não aguentava nem 20 minutos com feitiços leves e algumas azarações, sofrendo com esgotamento de magia, atualmente consigo deular por horas, com azarações fortes e já consigo resistir a maldição Imperius facilmente. Tudo isso com uma segunda varinha que consegui com Olivaras clandestinamente, essa não possua o rastreador do Ministério e era de Salgueiro Lutador com um pelo de unicórnio e veneno de basilisco. Obviamente Dumbledore esteve comigo nessas ocasiões e constantemente me treinava durante o ano escolar, fora de Hogwarts , assim como alguns aurores.
Por diversas vezes ganhei os duelos e quase triunfei contra Dumbledore. Mas o único que luta verdadeiramente comigo é Olho-Tonto, dizendo que aquilo era sério e que de fosse para me treinar, deveriam fazer isso de maneira árdua para mim. Ele que me treinou contra a Maldição Imperius e cantarolava que era meu melhor professor.
Já era tarde quando os Dusley voltaram e eu estava em meu quarto me preparando para dormir.

- Muleque, amanhã vamos viajar e você vai ficar aqui e limpar tudo. Não quebre nada! Ou te mato!

Era como se Merlin estivesse me ajudando nesse momento. Essa noticia era maravilhosa, dessa forma poderei ir a Londres aparatando, outra coisa que aprendi clandestinamente, sem me preocupar com os trouxas.
Antes de dormir peguei em meu malão um livro sobre animagia, do compartimento biblioteca para finalizar aquela leitura, queria antes do final do ano conseguir uma transformação. Quando deitei minha cabeça no travesseiro percebi que estou aguardando ansiosamente o dia seguinte e meus encontros.

Reescrevendo a HistóriaOù les histoires vivent. Découvrez maintenant