Vocês estão ligados para sempre

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Tom

Quando o uivo foi ouvido por todo o hospital, várias pessoas adentraram no quarto, como toda a matilha, Dumbledore, Scamander, medi-magos, enfermeiros e Merlim sabe quem mais. Todos olharam para a cena estupefados. O lobo agora me tirava com seus olhos brilhantes, seu rabo abanava freneticamente e caminhava ao meu redor.

- Acredito que ele esteja esperando você levantar, Senhor Ridlle. - Disse Scamander. - Agora ele é um lobo e estritamente a besta, você deve ter aceitado ele, eu presumo e isso é um ritual. Ele quer que você levante e dance com ele. Acredito que todos devem sair, somente a matilha e eu ficaremos, vou explicar o que você precisa fazer Senhor Ridlle.

Uma vez que todos foram expulsos por Dumbledore, eu levantei e tremi quando a magia se Harry se espalhou.

- Não sei se isso seria da forma que Harry havia planejado, não tenho certeza como sua mente irá reagir a ligação, mas... Não se assuste. Ele vai te morder, vai te marcar.

Tremi em meu íntimo, agora eu estava assustado, tudo estava acontecendo muito rápido e lembrei da conversa com Harry meses atrás sobre ser marcado, seu medo, hesitação e principalmente suas preocupações. Ele iria me incluir na matilha em um momento que não estava em seu completo juízo, seu julgamento abalado pelos acontecimentos dos últimos dias.

- Tom, não precisa se preocupar. Harry vai entender quando recobrar sua consciência totalmente.

- E Senhor Ridlle... - Me virei para Scamander. - O lobo e o Harry são um só, o lobo entregue aos instintos não te morderia se o homem por trás dele não quisesse também.

Um nó formou-se em minha garganta,  isso significa que ele, mesmo sem o fator de companheiros, me quer. Quando estava em pé e andando em círculos percebi que todos da matilha estava sentados ao nosso redor, observando, assistindo, testemunhando a cena. Isso era um ritual de ligação sério.

Senti a magia de Harry tocar a minha e uma leve tontura quando sua mente tocou a minha.

Você é meu agora. Meu companheiro, meu par. Meu consorte. Devo proteger você, nossos filhotes, te aceito. Meu agora, apenas meu.

Incoerente, um pouco confuso e tão articulado quanto um lobo poderia ser, acredito eu.

- Aproxima-se dele e se ajoelhe e se acalme, quando ele se aproximar, bem... Ele é bem alto.

- Seja direto.

- Não se assuste, ele é imenso, quando estamos em pé não temos ideia da proporção da imensidão do seu corpo. Ele não vai te machucar.

- Isso eu tenho certeza, mas não sei o quer dizer com ... - Disse enquanto me ajoelhava, sem ter a ideia do que Scamander queria dizer com a possibilidade de eu ter medo - Isso.

Quando virei para frente o lobo me encarava de cima, maginífico em sua grandeza, intimidador em sua magnitude e principalmente gigantesco em seu poder. Sua face de cão gentil caiu por terra, dando lugar ao olhar de um predador, que estava me testando. O alfa lobisomem que eu sabia que ele era.

- Não desvie os olhos dele. - Sussurrou Scamander.

- Eu não vou.

Ainda ajoelhado e mantendo os olhos nos seus eu disse.

- Você é meu. - Disse para o lobo a minha frente e todos no quarto prenderam a respiração, menos Abraxas, que sorriu, parecendo bem consciente desse ritual. - Meu companheiro, meu, apenas meu. Pai dos nossos filhotes, protetor, meu alfa. Meu lobo.

A alcatéia se agitou a nossa volta e Abraxas se levantou, se aproximando de nós dois calmamente.

- O que ...

- Relaxa Scamander. Sabemos sobre isso mais do que você.

Observei Abraxas se agachar ao nosso lado e Harry se virar momentaneamente para ele e esfregar sua cabeça na dele, demonstrando carinho e afeto.

- Eu sou o filhote dele, adotado e sendo criado como próprio, você pode ou não me adotar agora, ou depois, ou simplesmente não adotar, mas precisa no mínimo me aceitar. Harry achou melhor apenas me aceitar agora, pois ele acredita que a ligação será muito forte pra sua mente fragilizada.

Harry me fitava intensamente, sem desviar seus olhos dos meus, sua respiração calma e controlada, perfeita.

- O que preciso fazer? - Questionei firme, porém incerto. Sentindo-me impotente por não ter conhecimento de algo que deveria, ansiava, saber.

- Abaixe a cabeça, me oferecendo sua testa, para que eu posso encostar a minha na sua, dessa forma.

Ele virou para Harry e moveu a cabeça, o lobo logo juntou suas festas em sinal de aceitação. Aquilo clareou minha mente e eu repeti a ação. Quando Abraxas se afastou eu tremei quando o lobo que mordeu minhas vestes e rasgou-as, deixando meu pescoço e ombro expostos.

- Não vou mentir Ridlle. Isso vai doer. É acima de tudo uma mordida. O veneno dele nada fará à você, como fez a Dumbledore, mas...

- Tudo bem.

O lobo farejou e lambeu o local delicadamente, sendo cuidadoso e extramamente carinhoso, fazendo meu corpo tremer, nunca havia sentido aquilo antes, obviamente Harry já havia me protegido antes, qua do acordava aos gritos, mas agora era completamente diferente. Não era a necessidade ou pura obrigação, era escolha, senti meus joelhos tremerem quando ele me mordeu, mas não devido a dor, pois para ser sincero, não doeu em nada a mordida, mas pelo choque que percorreu meu corpo, da magia que queria explodir pelo meu corpo, pelo puxão que senti em meu umbigo e pela pressão da magia de Harry sobrepondo a minha.

- Não grite. - Disse Scamander. - Ele vai se irritar.

- Não doi. Para nada. - Acariciei o pescoço do Alfa. - Ele não se irritaria comigo.

Quando afastou a cabeça, Harry lambeu o machucado, que imediatamente se fechou.

- Incrível, o veneno se transforma para não machucar o companheiro.

O Lobo usando sua cabeça começou a me empurrar até a cama transfigurada no chão e comecei a sentir tontura, ele se deitou atrás de mim e Abraxas veio para perto.

- Ninguém no hospital sabe ou vai saber de nada sobre esse ritual, ele ainda não acabou, mas não temos tempo de explicar tudo, você vai desmaiar logo, Harry deixou tudo preparado, sua magia garantiu isso. Você vai ser feliz Tom. Agora você faz parte da matilha e vocês dois estão ligados para sempre. Mas não se preocupe com isso agora, durma. Apenas durma.

Eu deitei sobre o lobo, minha cabeça em suas costas peludas e percebi que ele deitou de maneira protetora comigo e várias coisas faziam um turbilhão em minha cabeça, mas isso não importava, pois pouco a pouco eu relaxava contra o outro corpo e adormeci.

Reescrevendo a HistóriaWhere stories live. Discover now