Uma alcatéia para o Alfa

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Narrador

Harry começou a se contorcer no chão, sentindo seu corpo arder em chamas enquanto seus ossos quebravam e se calcificavam de novo, lhe tirando a sanidade.

- Vamos Patéra, se acalme e deixe a transformação vir mais rápido.

Anabel andava ao redor de Harry, preocupada em como a transformação estava demorando, como se havia tanto poder ali que era impossível suportar tudo de uma vez, alguns momentos depois, que para ambos parecia uma eternidade, Harry era o gigantesco lobo negro que fitou Anabel antes de caminhar até ela e esfregar sua cabeça na dela, demonstrando carinho e reconhecimento.

O animal era estranhamente calmo, mas com um olhar que assustaria até mesmo um dementador, sua filhote abaixou um pouco a cabeça em respeito. Essa era a imagem que impunha respeito.

Era a segunda lua cheia, que significa que a parte animal estava se estabilizando. Ou seja, pelas primeiras horas da noite ele se comportaria como um lobo, apenas o animal. Com um grunido simples ele convidou Anabel para correr, alheio da movimentação no castelo.

- Já encontrou um treinador para Harry? Ele dispensou todos os anteriores.

Dumbledore olhou Newt debochado.

- Ele assustou todos eles, existe uma diferença gritante nisso. E eu não conheço nenhum outro Sombra.

- O que você pretende fazer?

- Ainda não sei Newt.

Depois de alguns minutos em completo silêncio um uivo foi ouvido, como se o animal tivesse em sofrimento.

- Dumbledore, acha mesmo que deixar Harry apenas com Anabel seja uma boa ideia? Segundo suas explicações, essas primeiras horas ele será um animal.

- Eu fui mordido na primeira lua cheia dele, não quero arriscar uma segunda mordida. O ferimento dói até hoje. Além disso, duvido que algo vá acontecer com ele, olha o tamanho e a força daquele alfa.

- Sim, devo admitir que um lobo daquele tamanho é preocupante e reconfortante.

- Como?

Scamander serviu-se chá antes de continuar.

- Conhecemos ele como pessoa, como lobo, seu coração... Ele esconde muito mais do que diz, sofrimento, segredos, dores... Mas ele não é mal, não é perigoso, é mortal. O que para mim tem uma grande diferença.

- Já pensou em ser estudado, Newt?

- Não.

Enquanto isso no quarto de Harry, Abraxas discutia calorosamente com Tom Ridlle.

- Eu vou atrás dele.

- Você vai manter essa bunda na cadeira, nem que para isso eu use um feitiço colante em você.

- Ele não pode ficar sozinho na floresta, tendo como proteção apenas Anabel.

- Anabel é um cão infernal do mesmo tamanho que o lobo de Harry. E se isso não te deixa mais tranquilo, Harry é capaz de derrotar Dumbledore, um excercíto, quem ele quiser. Ele não é de porcelana Tom, sei que quer protegê-lo, mas entende que esse é o papel do patéra.

- Eu vejo você chamado ele dessa forma há algum tempo, assim como ele lhe chama de Koutávi. O que isso significa?

Abraxas sentou na sua poltrona no quarto de Harry, pois como o próprio disse, seu filhote se senta ao lado esquerdo dele, em qualquer lugar que estiverem e apesar de não saber, Tom sentaria sempre a sua direita e já possuía sua poltrona própria. A magia do lugar reagiu a magia do Koutávi e a mesa atendeu o pedido de um chá noturno.

- Eu sou o filhote dele. - Tom fitou o rapaz a sua frente intrigado. - Ele me adotou, por isso sou seu filhote, Koutávi e ele meu pai, Patéra.

- São nomes lupinos... Vocês são bem próximos.

- Se você não tivesse se afastado também seria.

- Você fala como se eu fosse o errado.

- Está sendo egoísta. Só está pensando em como isso é difícil para você, mas não pensou nem por um minuto em como isso está sendo para ele? Você não sabe o que ele passou.

- E você sabe?

- Eu senti! - Os olhos de Abraxas se encheram de água, em lágrimas contidas desde o dia que Harry o adotou por magia. - Ele me adotou por magia e pude sentir ... Tanta coisa. Ele quase não teve alegrias Tom, como você, ele sofreu, foi maltratado, mas ao seu respeito, eu não sei como dizer, é tudo tão confuso, com tanta raiva, medo, amor... Ele prometeu me contar um dia, mas sentir sua magia, sua alma, é como tocar a alma de um homem velho em um corpo jovem, cheia de cicatrizes, memórias... E apesar disso tudo, todas as noites que você acorda aos gritos, eu o chamo... - Abraxas virou para Tom, com um olhar carregado de tristeza e palavras cheias de significado e emoção. - Ele corre até você e te abraça, lhe confortando de um pesadelo, ataque de pânico, de tudo, eu sinto a magia dele se agitar, mas ele está ali. Pra você e por você. Em cada segundo, cada pequeno momento, dando uma chance a esse possível amor...

- Amar é perigoso...

- Tom, amar é entregar nas mãos da pessoa a capacidade de te destruir, e confiar que ela não fará isso.

- Ele não me ama.

- E você o ama? Deu oportunidade para isso? Ser companheiros é mais do que "posse", é mais do que ser, é querer ser. Não é uma obrigação, é uma benção.

- O que aconteceu com você esse mês?

- Mês? Quer dizer esse ano. Tudo mudou, Tom. Eu passei por muita coisa.

Abraxas pediu um bolo de chocolate e um chá.

- Acho que não tenho sido um bom amigo, não é?

- Você sabe que já te perdoei por tudo, mas você precisa se entender com Patéra. Mais do que isso, precisa compreender ele.

- Vou tentar.

Abraxas sorriu para ele antes de voltar ao seu bolo, enquanto isso na floresta Harry começava a ter mais consciência quando topou com um lobo cinza claro e outro marrom escuro, que lhe rosnou em desafio, esse era Dolohov, o outro era Greyback que se postou ao lado do outro em desafio ao lobo desconhecido, Harry por sua vez ao ser desafiado ficou muito insatisfeito e uma briga de iniciou e em questão de minutos o lobo preto estava subjugando os outros dois, além de começar a criar consciente de seu atos.

- Por favor, não nós mate! - A voz em sua cabeça soou suplicante, o lobo subjugado pelo alfa.

Quem visse a cena iria apenas ouvir choraminga caninos, mas os lobos podiam se comunicar por meio desses rosnados. Harry fitou ambos e os reconheceu pelo cheiro.

- Greyback e Dolohov?

- Peverell?

Reescrevendo a HistóriaWhere stories live. Discover now