Eu não posso perder você - Parte 2

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Tom

Faz dois dias que estou sentado na sala de espera do Hospital Saint Mungus junto com toda a matilha de Harry, esperando notícias novas sobre seu estado de saúde, as únicas informações que sabíamos eram: que ele estava estável, sua recuperação era incrivelmente rápida e que ele não acordava por nada, seus familiares ficavam no quarto velando seu sono e eu continuava inquieto aqui sem poder fazer nada, observando as pessoas caminhando, médicos andarem apressados, a matilha batendo seus pés ansiosos no chão até ter minha atenção voltada para a discussão acalorada de Dumbledore e Scamander.

- O que vocês tanto discutem? - Disse me senta do perto deles e sussurrando para eles.

- Apenas esse desmiolado tem ideias absurdas que na mente dele vão ajudar Harry a melhorar, só que não faz sentido algum?

- E quais seriam essas idéias absurdas?

- Harry é um lobisomem puro, sua magia está ligada a natureza, já vi lobisomens se curarem transformados deitados na terra ou correndo entre as árvores, se tirarmos ele daqui...

- Como faríamos isso? Ele está desmaiado! - Disse Dumbledore soando imensamente indignado. - Não podemos tirar ele daqui caminhando, quem dirá inconsciente.

- Mas podemos tirar um lobo daqui. - Disse Mordred em meu ouvido, me assustando levemente. -  Se esse humano amante dos animais der acônico para meu mestre vai forçar uma transformação e com isso um despertar, ele será uma animal inconsequente, mas ele vai obedecer você e a Anabel. Ele vai andar bem cambaleante a passar alguns dias transformado na floresta, mas isso será o suficiente para ele se recuperar.

- O que Mordred disse? - Questionou Abraxas.

- Podemos usar acônico. Mas o problema é tirar ele daqui...

- Porquê eu não pensei nisso antes? - Observei Abraxas bater na sua testa.

- O que? - Disse impaciente.

- Eu sou filho dele, com meus pais aqui, posso levá-lo para a Mansão Malfoy ou para uma propriedade Peverell.

- Diga ao garoto para chamar os goblins, diga a Ragnok que Harry precisa de ajuda. Eles saberem o que fazer.

- Como...

- Você não tem direito de saber nada sobre nosso mestre até se mostrar digno.

Apesar de levemente magoado e muito irritado fiz o que me foi pedido, e em menos de  duas horas os goblins praticamente invadiram o hospital injuriados.

- Como os bruxos são irresponsáveis! Um amigo meu está no hospital e seus barreiras mágicas impedem que deu pedido de ajuda chegue a mim! - Gritou Ragnok, andando com mais dois goblins e quatro guardiões das portas do banco, igualmente carrancudos e mal-humaorados. - Essas restrições infernais de mágica que só prejudicam o paciente! Desprovidos de inteligência e extremamente incompetentes!

Depois de discutir com dois medimagos e adentrar na sala, eles fizeram uma barreira que impedia que dentro do quarto fosse visto, e as compulsões mágicas deixassem a magia de Harry livre, o que resultou em algo que não esperávamos, Harry gritou e abriu os olhos, completamente negros tirou a camisola do hospital que estava grudada em sua carne queimada e arrancou sua pele e pedaços negros e chamuscados, que sangraram e depois fecharam, as barreiras dos goblins foram quebradas e substituídas por barreiras do próprio Harry, o hospital tremei sob sua magia, assim todos todos nós, ele apenas de cueca levantou da cama e se transformou no gigantesco lobo negro que cravou suas unhas no chão em dor e agonia, demonstrando que a transformação indolor não aconteceu devido aos ferimentos, ele estava ali, acordado, vivo, machucado e ativo e eu não conseguia formar pensamentos coerentes, quando entrei no quarto vi que a barreira deixou e eu sentei na frente do lobo agora deitado.

- Você esta com dor? - Questionei ele quando coloquei meus pensamentos razoavelmente em ordem.

O lobo olhou pra mim irritado e rosnou levemente, antes de gesticular com a cabeça e deitar em meu colo. No caso apenas sua cabeça e eu me permiti acariciar ela.

- Vejo que deve ser importante para ele.

Vi o goblin me fitar.

- Acredito que sim.

- Não posso ficar muito mais tempo aqui, vou deixar os guardas. Eles não deviam ter intervido quando ele foi queimado. Ele se curaria minutos depois sozinho e nada teria acontecido se não fosse o colaborador do torneio. Mas enfim... Ele vai ficar assim um dia ou dois. - Ele tocou a cabeça do lobo que levantou e tocou o peito do goblin com o focinho. - Adeus meu amigo.

Observei eles irem embora e fiquem sentando ali, com a cabeça de Harry ainda em meu colo, suas costas sem pelo e ondas de sua própria magia ondulando sobre ele, ninguém se atreveu a falar, ouso dizer respirar até, principalmente quando um dos médicos entrou no quarto forçadamente e Harry explodiu em fúria, rosnando e ameaçando morder, Scamander, como sempre um grande entendedor de criaturas, disse que possivelmente Harry estava irritado e com a cabeça explodindo por ter sido reprimido pelas alas do hospital. Ele iria se recuperar e deveria fazer isso sozinho, antes de se deitar de novo ele puxou o colchão para o chão, fez um feitiço transformando-o em grande almofada confortável encostada na parede e delicadamente "mordeu" minha mão e me levou até a almofada atracando um suspiro do medi-mago, me deixou sentado e muito confortável, conjurou uma mesa garçom para mim e deitou novamente colocando sua cabeça em meu colo. Quando estava sozinhos eu acabei me permitindo acariciar sua cabeça e delicadamente beijando o topo dela. Fazendo ele erguê-la e tocar o focinho em minha bochecha antes de lamber parecendo animado, mesmo no fundo, suas expressões demonstrarem dor.

- Eu sinto muito por tudo, Harry, Belatriz tem sido um pesadelo, quando Mordred disse que eu deveria me mostrar digno, me senti ultrajado, achei que era ridículo, eu pensava que isso era difícil apenas pra mim, mas... Quando deixei isso de lado pensei no que Abraxas me disse, quando você me socorre, principalmente nas primeiras noites, já senti você tremer, já vi você me olhar com raiva e até medo, mas esse medo não era exatamente de mim, parecia estar além de mim. Eu sei que tenho meus defeitos, sou arrogante e presunçoso, mas sou humano, não um monstro. E quando o dragão te acertou... Por Merlim, Harry, eu achei que lhe perderia e quando dei por mim eu chorava no banheiro do hospital silenciosamente com medo. Por eu quero... Ter uma vida Harry, quero ser feliz, eu quero você.

Harry abanou seu rabo e levantou, uma lágrima caiu pelo seu rosto peludo, sem poder fazer muito em sua forma de lobo ele tocou seu focinho em meu nariz em um beijinho casto e uivou, forte e alto como se estivesse gritando ao mundo que eu o aceitei. Que eu era dele e jurando para mim que ele iria cumprir a sua promessa.

Reescrevendo a HistóriaWhere stories live. Discover now