Eu não posso perder você

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Harry

O ministro segurava um pequeno saco que cheirava a calor, fogo e escamas, possivelmente era algo dos dragões. Quando o primeiro campeão, no caso Karcaroff, puxou sua mão de dentro do saco uma miniatura de um dragão apareceu e cuspiu fogo, muito irritado. Os dois campeões, digo sortudos pegaram o verde galês e o focinho curto, restando o infame Rabo-Córneo para meu completo deleite.

A miniatura revoltada rugiu para mim, abanou ferozmente sua cauda cheia de espinhos e tentou morder meus dedos, o pequeno abusado.

- Cada uma dessas miniaturas representam um dragão de verdade, cada um deles está incumbido de proteger um ovo de ouro, sua missão é simples, pegar o ovo. Ao qual não poderão seguir na tarefa seguinte.

- Vocês serão julgados pela criatividade nos feitiços, dificuldade dos dragões e o tempo até pegar o ovo, esses pontos serão necessários para a última prova. - Disse o Diretor. - Boa sorte competidores, Karcaroff, quando ouvir o canhão pode se dirigir a arena.

Alguns segundos o tiro do canhão foi ouvido e Karcaroff se dirigiu até a arena, esperar sua vez de enfrentar um dragão era como estar na fila de espera para ser executado, fiquei esperando minha vez chegar, já que não podíamos assistir os outros competidores. Mas isso não me impedia de ouvir tudo com minha audição e rir dos feitiços que eram escolhidos por Karcaroff.

Quando finalmente chegou minha vez, entrei na arena vendo o ovo junto com ovos reais em um ninho de pedra, logo atrás estava minha alcatéia e meu companheiro me tirando nervosamente antes de avistar o dragão que prontamente cuspiu fogo em mim.

O feitiço anti chamas foi fácil, agora escapar dos dentes era mais difícil, chamar uma vassoura era arriscado, me desiludir também, por sorte, Newt costuma ser bem falante quando se trata de animais mágicos e sua queda por dragões perigosos veio a calhar quando descobri sobre a primeira prova.

Dragões gostam de música, mas não qualquer música, mas sim na língua das cobras. Algumas espécies de dragões são cuidados por serpentes babás, cobras de três metros que ficam nos ninhos cuidando e cantando para as crias  Era arriscado revelar saber ofidioglossia, mas poderia apenas falar normalmente sem trocar de dialeto. Isso iria precisar de controle, mas era mais seguro.

Lancei um feitiço nos olhos do dragão, mudando a forma que ele me vê, assim ele iria enxergar uma cobra babá.

- Escute-me bela dragoa, vim ninar seus filhotes.

Ela gesticulou a cabeça e deitou, observando-me enquanto todos suspiraram incrédulos.

A música sibilada era linda, falava de enormes dragões poderosos, tempos distantes onde magia não precisava ser escondida e os dragões dominavam os céus, que o filhote seria um guerreiro. Enquanto eu me aproximava do ninho a mãe relaxava e chegou até a fechar os olhos, no momento que eu peguei o ovo dourado e coloquei no bolso já minimizado. Quando ajeitei a postura percebi o silêncio mortal da arena, sem perceber parei de cantar, e o dragão saiu do transe olhando fixamente para mim e preparava seu bote que foi dado e seus dentes quase se cravaram em minha perna quando pulei. Corri entre as pedras fazendo vários zigue zagues antes de me desiludir e chegar nas grades de proteção, vendo o dragão enfurecido farejando seu ninho e lançando labaredas de fogo gigantes procurando-me. Os responsáveis pela proteção abriram as grades para me procuram quando voltei ao normal.

- Senhor Peverell? Mas como?

- Desilusão. Fácil, prático e rápido. Podemos sair daqui? Não quero que o dragão saiba que estamos aqui.

Mas claro que isso foi tarde demais, e graças a deslumbramento do treinador de dragões a fêmea nos achou e cuspiu fogo, quase não tive tempo de nada, apenas de proteger o ser humano a minha frente com meu próprio corpo e sentir minhas costas sendo queimadas.

- Harry? Não! - O grito de Tom foi tão atordoante e angustiado que desmaiei segundos depois.

Reescrevendo a HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora