O diabo usa gravata verde.

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Aviso: Violência e menção a estupro.

Harry

Dolohov me encarava atônito, sem saber o que fazer assim como todos que viam a cena.

- Pode respirar. - Tirei a faca da mesa sem precisar de muita força e Dolohov voltou a respirar. - Poderia pegar outro talher para mim? Essa faça está sem corte.

Com um olhar de admiração e medo, o moreno correu quase desesperadamente até outro ponto da mesa pegando uma faca e trouxe afoito.

- Aqui, Senhor.

Me virei para os outros três e sorri inocente.

- Agora vocês só precisam saber de quem vão ter mais medo, do novato ou do Príncipe da Sonserina.

- Até que enfim alguém com vigor.

Os irmãos Carrow, pelo menos as versões mais novas sentaram na minha frente. Eles eram os torturadores mais " animados" de Voldy no meu tempo e aparentemente nesse também, pois se divertiam vendo Dolohov tremer.

- Vocês são? Ah! Espera não me importo. Caiam fora.

- Ele é nervosinho. Somos Amico e Aleto Carrow.

- Miudezas insignificantes soa melhor.

- Olha que lindo, o diabo usa gravata verde.  - Disse Amico Carrow. - Precisamos de informações e já que Dolohov é muito mulherzinha para conseguir, virmos nos dois... Então que tal começar a falar?

- Duas coisas, não é um local muito público para um interrogatório? Segundo, usar magia para oprimir e conseguir informações é muito amador. - Suas feições de torturadores fraquejaram. - Se não recolherem essa merda de magia eu vou garantir que ela fique aí dentro até enlouquecer vocês e se tornarem um obscurial e se eu não tiver satisfeito com isso vou fazer com que a magia exploda vocês em pedacinhos.

- Você não tem essa capacidade.

- Nesse caso, me tente.

Rapidamente a magia foi recolhida e os dois começaram a tremer, sei que estou sendo descontrolado, mas vê-los, mesmo sabendo que ainda não são os dois comensais do meu tempo, a imagem de Amico segurando fortemente Luna Lovegood enquanto seu irmão a violentava não saia de minha mente. Naquele dia eu quase matei os dois, quase por que Dumbledore e Sírius me seguraram.

- Falem pro seu senhor, mestre ou o caralho a quatro como vocês chamam ele, que se ele quer saber algo de mim, venha falar comigo ou arrume um espião melhor. Se me derem licença, quero aproveitar essa refeição que se já deve estar fria. - Aqueci a comida com um feitiço silencioso. - Aproveitem a refeição.

Os próximos minutos se passaram em silêncio mortal, nenhum aluno ousava respirar esperando a próxima conversa amigável entre o grupinho que eu estava. Quando o jantar terminou os monitores levaram os alunos para o salão comunal da respectiva casa, todos os sonserinos voltaram correndo para Ridlle, o único que ficou ao meu lado foi Abraxas, o único que eu tolerava, apesar de agora ter me dado um apelido mais elaborado partindo do anterior.

- Bombom explosivo.

- Diga Abraxas.

- Queria ser seu colega de quarto, mas apartir do quarto ano são dormitórios individuais.

- Que pena, não poderei lhe transformar em uma doninha enquanto dorme.

Ri baixinho com a frase, pois fiz isso com Draco Malfoy uma vez.

- Você é mal.

- Atenção alunos, os dormitórios feminos são para a direita e os masculinos a esquerda. Apartir do 4 anos são dormitórios individuais. Temos algumas regras que devem ser seguidas, não são oficiais para a escola, mas são para nossa casa. - O monitor passou a fala para uma garota loira.

- O mais importante é, não resolvam sua desavenças com colegas de casa fora do salão comunal, ajudem seus colegas nos corredores, pois as outras casa não são gentis conosco. Se ver uma cobra precisando de ajuda, é sua  responsabilidade ajudar. Familiares devem ser apresentados, de preferência agora, pelo menos aqueles que ficaram no dormitório. Segundo, ajude seus colegas nos estudos, precisamos tirar a taça dos corvos. Terceiro, se forem aprontar, não sejam pegos. E por último o quadro de avisos é para ser usados para grupos de estudo, avisos sobre provas, sem brincadeiras idiotas. Agora nosso...

Eu parei de prestar atenção para sentir os cheiros do lugar, por algum motivo meus sentidos lupinos começaram a ficar mais aflorados, os cheiros na sala se tornaram fortes e os sons muitos altos.

- Você está bem, Harry?

- Me guie até meu dormitório, quando pudermos ir para não chamar atenção.

- Mas...

- Por favor, não faça perguntas. Não agora.

Abraxas agarrou minha mão e o mais disfarçadamente que pode me levou até meu dormitório, entrou nele e fechou a porta.

- O que eu faço? - Perguntou o loiro desesperado.

Não pude responder, eu senti o lobo dentro de mim tentar se libertar, só tive tempo de trancar com um feitiço, libertar Mordred e Anabel quando explodi em um grande lobo preto.

- Lobisomem! Ou meu Merlin.

Mentalmente lancei um feitiço anti-som e me aproximei de Abraxas. Como vou falar pra esse tonto que não vou machuca-lo?

- Calma, calma, cachorrinho.

- Abaixe-se. - Disse Mordred. - Ele vai se acalmar e você pode se transformar de volta.

Fiz o que Mordred sugeriu e me deitei na frente de Abraxas, tentando acalmar meu próprio coração, ouvindo dele bater desesperadamente.

- Você é controlado. Ou tomou uma mata-cão?

Neguei com a cabeça e me concentrei na mudança, como antes mudei facilmente e estava pelado na frente de Abraxas.

- Meu Merlin.

- Vê se não olha muito.

Com um feitiço sem varinha arrumei as roupas e as coloquei e peguei a varinha de basilisco.

- Sinto muito, mas vou ter que Obliviar você.

- Não! De novo não! Por favor! Eu não aguento mais.

O ambiente começou a cheirar de forma doce e isso era estranho.

- Não posso deixar você sabendo do meu segredo, ainda mais com seu "senhor" querendo saber sobre mim.

- Ele não é meu senhor, é meu amigo! Pelo menos era até aquela vaca da Black fazer alguma coisa. Com todos nós...

Ele começou a gritar agoniado. Eu sei o que é isso, rapidamente corri para perto dele e eu um feitiço curativo para danos na mente. Coloquei ele deitado na minha cama e lancei um feitiço diagnóstico para ver quais danos deveriam ser tratados. E me espantei com os danos mentais de obliviarte e... Dementadores.

- Expecto Patronum.

Reescrevendo a HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora