Proteção e começando do zero

4K 542 62
                                    

Harry

Depois disso Tom acabou dormindo novamente e dei graças que hoje era sábado, deixei Mordred de olho nele e mandei um bilhete por Anabel para Dumbledore avisando que Tom estava comigo, tomei um banho quente e me vesti adequadamente, com uma calça de couro, uma camisa verde e um sapato social. Disse para Mordred levá-lo ao escritório quando acordasse e comecei a trabalhar em um colar para proteger a mente dele da megera louca, além de separar alguns livros que podiam me dizer sobre a ligação entre os dois e principalmente em como quebrá-lo para poder estraçalhar a morena.

- Mestre, ele acordou.

Tom me fitou espantado e Mordred emitiu um som de deboche.

- Você não é o único falante, meu mestre é um excelente ofidioglota.

Mordred voltou para sua almofada favorita e deitou, Anabel entrou logo em seguida pedindo para ir caçar e Mordred também quis ir.

- Vão e tomem cuidado, vou criar uma passagem para vocês pelas paredes para que não caminhem sozinhos pelos corredores.

Depois que saíram Tom me fitou questionador, mas parecido com a lembrança dentro da câmara, o herdeiro de Sonserina.

- Mordred é bem excêntrico, gosta de se vangloriar pelo mestre que tem e da criatura que é.

- Lhe devo desculpas pelo ocorrido dos último dias, é bastante constrangedor e inaceitável.

- Não se preocupe com isso, eu entendo que não estava em seu juízo perfeito e tudo foi consequências. Mesmo que alguns dos desejos tenham sido seus.

Ele corou e voltei a atenção ao colar para resistir a atacá-lo.

- O que está fazendo?

- Esse colar vai te ajudar enquanto você está em tratamento com Madame Pomfrey, protegerá sua mente de ataques hostis, será um bom escudo para sua mente, nenhum obliviarte ou confundus pode lhe atingir e quanto ao problema do dementador, vou resolver ele a tarde.

Lancei mais alguns feitiços enquanto explicava e estendi a mão para ele.

- Preciso de uma gota de sangue seu.

- Por que está fazendo isso?

- Eu disse que vou protegê-lo, quer você queira ou não. Tenho meus motivos para isso.

Sem relutar ele me estendeu a mão e delicadamente furei seu dedo deixendo uma gota de seu sangue cair no pingente. Ele sentou-se na cadeira a minha frente e passou a observar tudo, tentando entender o que eu estava fazendo. Quando terminei levantei da cadeira e me posicionei atrás da cadeira dele.

- Posso?

Com sua permissão coloquei o colar e me afastei, com o olhar atento em uma marca em sua nuca, muito familiar.

- Vamos para a enfermaria, devem estar nos esperando. Madame Pomfrey disse que temos muito o que conversar.

- Peverell...

- Me chame de Harry, Tom.

A parte interessante de ser um lobisomem é poder ouvir o coração dos outros claramente e ouvir o dele falhar uma batida quando disse seu nome quase me fez soltar um grunhido satisfeito.

- Harry, você pode ser minha âncora? Vou precisar de alguém para me ajudar a diferenciar o que é uma alucinação e o que é real, sei que isso é muita responsabilidade...

- Eu aceito.

- Harry...

- Eu tenho certeza disso, Tom.

Se eu pudesse descrever aquela conversa de alguma maneira, seria como estressante, pesada, incomoda, penosa, mas essas palavras são insuficientes para isso, Madame Pomfrey e o medimago enchiam a cabeça de Tom com culpa que não era dele. E os educadores me fitaram desgostosos quando conjurei um copo de vodka pura.

- Será que vocês podem ser menos desgastantes? - Virei o copo de bebida. - Ele é uma vítima, não um suicida. Vocês estão julgando a pessoa errada e a menos que queiram me ver irritado, sugiro que façam o certo, dizer que o descuido dele permitiu essa situação é o mesmo que dizer a alguém que pediu para ser violado.

- Você também não mostrou ter pudor em suas palavras. - Disse o medimago.

- Para vocês terem ideia do teor das suas palavras.

- Harry está certo. - Disse Dumbledore. - Agora que tudo está esclarecido, sugiro que tentem seguir uma vida normal. Esse estresse será pior para a recuperação dele, as poções e aulas serão suficientes, agora  eu preciso trocar meus curativos e eles tomarem café.

Todos levantaram e começaram a se despedir, aparentemente contrariados, mas aceitaram.

- Vamos tomar café, Tom?

- Pelo horário acredito que não estejam servindo mais nada no salão.

- Não é no salão, é no meu quarto. Vou lhe ensinar as maravilhas da minha mesinha de centro. - Com os ouvidos apurado percebi que meu filhote deve estar na porta do meu quarto. - E tem um amigo querendo lhe ver. Professor Dumbledore! Venha, eu troco suas ataduras, traga Scamander, vou apresentá-lo a uns amigos.

Isso será interessante. Quando chegamos na entrada comunal da Sonserina todos olharam o nosso grupinho e pareceram surpresos. Tom por sua vez deu um olhar de superioridade e imediatamente todos olharam para baixo.

- Vamos.

Quando chegamos perto da porta do meu dormitório meu filhote veio correndo e me abraçou e Tom grunhiu ciumento.

- Que foi meu filhote? Parece preocupado.

- Ontem quando eu saí você estava... Tom? Quer dizer... Mes...

- Abraxas, você é meu amigo, pode me chamar pelo nome.

O sorriso que os dois trocaram aqueceu meu coração, mas para mim era como se meu parceiro estivesse aceitando meu filhote.

- Creio que esteja na hora de tomar café da manhã e aposto que a magia já arrumou meu quarto.

Tom me fitou triste e sorri para ele, uma vez dentro do quarto fiz a mesa de centro aumentar um pouco e mais poltronas apareceram.

- Aguardem um momento que vou pegar uma remédio para as feridas de Dumbledore.

Quando entrei no laboratório de poções não percebi que fui seguido, até sentir o hálito quente de Tom na minha nuca.

- Eu não quero ser oferecido, desrespeitoso ou nada disso...

Sem esperar muito a conclusão de suas palavras me virei e o pressionei na parede, firme o suficiente para que ele não escapasse, porém delicadamente para não machuca-lo.

- Cala a boca e me beija logo.

Reescrevendo a HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora