Meu

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Avisos: Violência e tentativa de estupro.

Tom

Naquela noite não consegui dormir, fiquei me revirando sem conseguir me livrar da sensação que me domina quando penso nos olhos verdes. Agora que paro para pensar eu nem se quer sei seu nome, acho que já falaram, mas eu não prestei atenção, estava me concentrando em gravar os traços dele na minha mente.

- Eu preciso caminhar.

Coloquei meus sapatos, pois nem sequer tinha colocado o pijama e fui até a entrada do Castela e para minha surpresa lá estava ele, colocando seu cão infernal já bem crescido no chão e de alongando, uma pessoa normal não ficaria... Exitada com isso. Mas eu estou e a parte racional que deveria existir na minha mente responsável por dizer que isso não deveria estar acontecendo, não existe, a única que funciona é a que diz que quero ele e eu vou ter, não importa que seja por mal.

- O que está fazendo? - Disse segurando fortemente sua cintura, ele vai ser meu.

- Acho que devo lhe fazer a mesma pergunta, Ridlle.

O cão começou a rosnar.

- Anabel, não, eu lido com isso. Vá correr.

Com um rosnado o cão correr e eu o pressionei contra a parede de costas e ataquei o seu pescoço.

- Podemos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil, me solta e vamos conversar, ou eu te paro.

Meu coração gritava para parar, mas a mente dizia para continuar, não importa que isso vai fazer ele me odiar. Eu não me importo... Ou me importo?

Harry

Eu sentia minhas costas sendo arranhada pela parede, via de longe Anabel arranhando o chão, pronta para atacar.

- Você tem 3 segundos para me soltar.

Ele não me ouviu e dirigiu suas mãos para minha calça, tudo bem, será do jeito difícil. Cutuquei suas costelas e ele arfou alto, dei uma joelhada em suas genitais fazendo que se curvasse para baixo e girei o corpo mantendo seu braço preso e o curvando para imobilizá-lo.

- Agora vamos conversar ou vou quebrar seu braço.

- Me solta!

- Não.

- Eu disse me solta!

- Você acabou de me atacar, ia me violentar e acha que está em posição de me fazer exigências?

Ele ficou em silêncio por alguns minutos antes de finalmente dizer alguma coisa.

- Eu me descontrolei, quando pensei nos seu olhos verdes.

E lá estava uma reação parecida com de Abraxas, gritos, contorções e um desespero para acabar logo com aquela dor enorme, que estava lhe tirando o ar. Segurei Ridlle em meus braços e o abracei fortemente.

- Calma, estou aqui. - Puxei a varinha do meu coldre e gritei. - Expecto Patronum!

Esperei ansiosamente os segundos até o veado sair galopando e começar a neutralizar os efeitos do ataque do dementador, senti o corpo em meus braços começar a pesar e os gritos pararem, indicando que iria ficar inconsciente.

- Olhe pra mim, Ridlle. Vamos fique acordado. - Comecei a ficar desesperado. - Vamos Tom, abre os olhos pra mim.

Segundos depois as duas orbes azuis me fitaram surpresas, com questionamentos que eu não estava pronto para responder e dentro de mim meu lobo uivava e gritava "meu". Aparentemente meu companheiro era meu maior inimigo.

- Anabel! - Chamei ela desesperado, não percebendo que ela estava do meu lado. - Vá na frente, acorde a enfermeira.

Levantei o corpo semi-consciente de Tom e corri para a enfermaria, sendo recepcionado pela cena de uma Madame Pomfrey bem mais jovem em cima de uma maca morrendo de medo de Anabel que latia pedindo sua ajuda, a cena seria hilária, se não fosse o garoto que agora agarrava fortemente minha camiseta.

- Ele precisa de ajuda! Anabel! Vem.

Meu patrono estava ao meu lado, banhando Tom com sua luz branca, Anabel correu para perto de mim e Madame desceu da maca ligeiramente pálida.

- Coloque ele aqui.

Juro que tentei colocá-lo na maca, mas quando conseguia soltar suas mais de minha camiseta elas se entrelaçavam em meu pescoço.

- Pelo amor de Merlin. Deite com ele.

- Mas...

- Ele não vai te soltar e o que acontece na enfermaria fica aqui, o bem estar de meus pacientes é mais importante que seguir algumas regras.

Impressionado com sua determinação subo na maca e deita na cabeceira observando Madame Pomfrey fechar as cortinas, Tom vira para mim e enterra seu rosto no meu peito.

- Por que seu patrono está aqui?

- Eu não sou bobo. Isso é efeito colateral do ataque de dementador, isso é um estado de choque de ataques frequentes, causados por um gatilho emocional. A luz do patrono começa a curar essas lesões mentais.

- Muito bem, Senhor?

- Harry Peverell. Pode me chamar de Harry.

- Bem Harry, vou fazer um diagnóstico nele e ver com o que estamos lidando.

Madame Pomfrey sempre foi pálida, mas sua tonalidade ficou igual a de um fantasma quando viu os resultados.

- Pelo amor de Merlin, esse garoto está a beira de um colapso mental.

- O que precisa ser feito?

- Esse tratamento será difícil e ele só está assim, calmo e bem apegado a você por ser uma pessoa estável e provavelmente a pessoa mais próxima a ele que ofereceu ajuda. Mas para esse tratamento é exatamente isso que ele precisa. Uma pessoa estável, junto com ele, dando apoio. Nesse momento a mente dele está a beira do desastre, o tratamento vai ser demorado e vou precisar que ele tenha uma âncora, uma pessoa que mantenha ele calmo quando vier as crises, pesadelos, provavelmente teram que ficar no mesmo dormitório. Contato será necessário, ajudará ele a diferenciar suas alucinações da realidade.

- Seja direta, você quer que eu seja âncora, não é?

- Exatamente.

- Isso não depende de mim.

Como se aproveitasse a deixa, Tom voltou ao seu estado normal, se é que posso chamar assim e percebeu onde estava, tentando se levantar, confuso com a situação. Porém instintivamente, ou não, o abracei mais forte, impedindo que ele saísse de meus braços. Meu lobo gritando, "meu" e um possessivo " você vai ficar aqui". Quando ele se deixou ser abraçado não pude evitar um rosnado de contentamento, que ele sentiu subir pela minha garganta.

- Relaxe senhor Ridlle, aparentemente você passou mal e o senhor Peverell trouxe você aqui. Fiz um diagnóstico em você e será necessário inicial um tratamento intensivo, por vir foi vítima de ataques de dementadores e uma grande quantidade de Obliviarte. Vou chamar o diretor e vamos discutir sua situação, que é muito grave. Senhor Peverell, converse com ele sobre aquele assunto.

Madame Pomfrey saiu da enfermeira fechando as cortinas e deixando nos deixando sozinhos.

- Você vai me soltar?

- Não.

- Por que?

- Porque eu não quero soltar você. Então se conforme com isso. Dos meus braços você nos sai.

Reescrevendo a HistóriaWhere stories live. Discover now