Cobras e cães.

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Harry

Os dois homens me fitaram curiosos, enquanto andava me acostumando com os sentidos aguçados e a sobre quatro patas, enquanto respirava sentia os cheiros que dominavam o ambiente, o cheiro de magia, suor, curiosidade e algo que não consegui identificar.
- Como ele irá voltar ao normal? - Questionou Dumbledore.
- Isso depende dele e na verdade, é bem fácil. - A goblin se virou pra mim. - Quer ver a si mesmo antes de voltar? Acenei com a cabeça positivamente e ela me apontou um grande espelho que pude me ver completamente. Eu era um grande lobo negro de olhos verdes, forte, bonito e me senti curioso sobre como era minha "voz", tentei "dizer" alguma palavras, que foram apenas grunhidos e rosnados um pouco assustadores e por fim dei um grande uivo que arrepiou os pelinhos de Dumbledore.
-Lorde Potter, venha até aqui.
Caminhei até a esposa de Ragnuk, que sorria vendo minha diversão por ser um lobo, percebi que estava uma cabeça ou mais, abaixo da minha, o que basicamente era meu tamanho normal.
-Visualize seu eu humano, pense em sua forma, veja si mesmo tomando aquela forma. Concentre-se nele.
Senti a mudança no meu corpo, os ossos crescendo, a pele esticando, os pelos sumindo, quando abri os olhos era humano.
-Não sabia que era indolor a mudança, quando Lupin se transformou ele gritava de dor. - Questionei confuso.
-Isso foi uma transformação voluntária, Lorde Potter. Se fosse sua primeira lua cheia, seria diferente, mas não se preocupe, você não irá precisar da mata-lobo na ocasião, mas vai doer, mas por agora, suas transformações voluntárias serão indolores. - Explicou a curandeira.
-Obrigado.
-Aqui. - Ela me passou um livro com um lobo uivando e capa preta. - Esse guia vai lhe explicar o básico sobre você. - Ela se aproximou e sussurrou baixinho, sabendo que apenas eu seria capaz de ouvir. - Mas se você for a Travessa do Tranco ou quem sabe pedir aos seus contatos do Brasil, existe livros muito mais esclarecedores e detalhistas para você.
-Lhe agradeço imensamente, curandeira goblin, que suas mãos nunca falhem.
Ela me fitou intensamente.
-Que seus inimigos tremam sob seus pés. Lorde Potter, que a deusa lhe abençoa. Você tem a benção dos curandeiros. - Disse antes de sair com um sorriso cheio de dentes pontiagudos.
-Vamos voltar ao escritório, temos algumas coisas ainda que precisam serem discutidas. - Disse Ragnuk, antes de todos subirmos para seu escritório. - Bem Lorde Potter, eu vejo que você tem a benção de três das quatro heranças goblins. Eu represento a última, sou guardiões da magia. Sabe o que isso significa?
-Sua magia está ligada ao Banco. Se eu receber todas as heranças, ganho o título de amigo goblin.
-Estou impressionado, você já ansiava pelo título?
-Não, apenas acho injusto não respeitarmos seus costumes. Decidir começar por mim.
-Isso me deixa satisfeito e devo dizer, Lorde Potter, você merece essa regalia, exatamente pela sua resposta.
Ragnuk me estendeu a mão em sinal de amizade, Dumbledore que até agora estava em silêncio suspirou surpreso, e exaltou-se quando apertei firme a mão do goblin.
-Eu, Ragnuk te reconheço como amigo da nação goblin, Lorde Potter.
-Que a deusa abençoe esse laço de amizade.
O ar ficou pesado e magia do Banco Gringotes estremeceu e acariciou a minha como se reconhece-se ela, o ambiente ficou carregado antes de tudo voltar ao normal.
-Agora falta você reivindicar seus senhorios. - Proferiu Ragnuk, mudando de assunto rapidamente, quando percebia que Dumbledore iria questionar alguma coisa, claramente evitando que o professor se incluísse na conversa. - Coloque os anéis e veja se eles lhe aceitam.
Os anéis esquentaram e vibraram em meus dedos, irradiando uma magia selvagem e antiga antes de todos se juntarem em uma só.
-Está feito. Agora só nos resta... - Ragnuk estalou os dedos e dois goblins apareceram carregando um filhote de algum animal que não pude ver corretamente e o outro um ovo negro.
-Esses são os familiares de Sonserina e Black. Agora eles lhe pertencem Lorde Potter.
-Harry.
-Perdão?
-Se somos amigos, devemos nos chame pelo nome, correto?
-Claro.
Apesar de prestar atenção e não querer ser rude, me senti sendo puxado para os animais e aparentemente eles sentiram o mesmo, pois o ovo começou a eclodir e a bolinha de pelo a se remexer, sob o olhar atento de Dumbledore e Ragnuk levante e fui até meus familiares, os goblins os colocaram no chão e o ovo eclodiu revelando um filhote de cobra, mas não qualquer cobra, um basilisco de olhos vermelhos e escamas brancas, porém ao contrário do basilisco que matei na câmara, esse parecia mais uma píton reticulado, só sabia que era um basilisco por algo em minha mente gritava que era um réptil poderoso.
-Cuidado, Harry. É um basilisco. - Advertiu Dumbledore. - Não olhe em seus olhos.
-Esse basilisco é da luz, não mata com o olhar, a menos que queira e Harry deseje isso. Ele normalmente petrifica, mas o ponto mais importante, ele pertence a Harry, jamais o machucaria.
Apesar de ouvir, eu não dava a devida atenção, me concentrava na serpente, deixando minha linguagem escorregar para o parseltongue.
-Você tem nome pequeno?
-Um descendente de Sonserina, por conquista, mas ainda sim digno de ser meu dono. Eu não tenho nome, mestre. Me dê um.
-Mordred. Isso mesmo, Mordred. Mas me chame de Harry.
-Prefiro chamá-lo de mestre. É assim que nós, serpentes mostramos respeito e chamamos apenas uma pessoa de mestre. E agradeço o nome que me deu, lindo. - Ele se esgueirou até me tocar e eu pode sentir o puxão no estômago. - Agora estamos unidos, formamos nosso laço e vejo que tem outro familiar ansioso para lhe ver.
Olhei para trás do basilisco e vi um filhote de cão infernal. Com olhos vermelhos e um pelo totalmente pretos que alegremente abanava o rabo para mim.
-Olá pequeno.
-Sou menina mestre, você vai ficar comigo? Prometo ser uma boa menina, pode falar a língua das cobras comigo, eu entendo, posso entender todas as línguas, sim! Habilidade de cão infernal.
-Tudo bem, vou ficar contigo, tens nome?
-Me de um nome mestre, um bonito como deu a Mordred.
-Vou chamá-la de Anabel.
A pequena abanou o rabo e latiu feliz e caminhou até mim, quando nos tocamos senti o puxão familiar da ligação, peguei ambos no colo e levantei.
-Senhores, esse são Mordred, meu basilisco e Anabel, meu cão infernal. Meus familiares.

Reescrevendo a HistóriaWhere stories live. Discover now