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🔞Conteúdo adulto com temas delicados.

Ver Diana correndo da lanchonete depois de receber a notícia do falecimento de seu pai, me destroça o coração em um milhão de pedacinhos. Basicamente, Tony sequer abriu a boca, mas como ninguém aqui é idiota deu pra entender perfeitamente sua expressão dolorosa, principalmente levando em conta o estado de saúde recente do meu sogro - quase sogro na verdade ou não tão assim ou nunca será. Enfim... O amanhã a Deus pertence e com tantos acontecimentos conturbados e negativos na vida da Diana duvido que conseguiremos esclarecer os fatos sobre nosso pequeno envolvimento sexual/emocional.

— Ela está arrasada... — comento para puxar assunto e desfazer o clima vago que ficou entre mim e meu futuro cunhado ou não tão assim ou nunca será. Bom, vocês entendem.

— É sim... Minha irmã não sabe lidar com perdas desde o falecimento da nossa mãe — desabafa se sentindo seguro para falar comigo sobre temas tão dolorosos e complexos do psicológico de Diana.

— Tenho uma ideia — suspiro comovida.

— Pois é... Eu vou atrás dela... — avisa meio perdido coçando a nuca.

— Por que não descansa um pouco? Eu cuido dela — me ofereço prontamente.

— Ah, não quero te incomodar mais! Você tem feito tanto por nós.

— Está tudo bem. Eu faço questão. Afinal, sei que você tem que fazer algumas ligações e resolver os procedimentos burocráticos. Quando estiver menos atarefado e mais lúcido para costurar uma conversa com sua irmã, você a procura — sugiro racionalmente. Ele não é o mais indicado para dar apoio no momento porque também precisa imensamente dele.

Ele sorri fraco, um sorriso de gratidão mesclado com luto.

— Obrigado de verdade Gwen. Você é incrível — agradece pegando em minha mão e a beijando com respeito e afabilidade. Tony é um fofo e acho que todos os outros homens do mundo deveriam ser como ele e Aaron. Minhas únicas referências positivas do gênero oposto.

Assinto dando tapinhas de leve em sua mão máscula transmitindo conforto:

— Não precisa agradecer. Faço isso porque estimo demais sua família...

— Anram — concorda com um olhar de quem diz que sabe que estou caidinha e de quatro por sua irmã. Porém o que ele não sabe é que eu faria isso com qualquer pessoa. Só que prefiro não responder. Não acho legal ficar me gabando da minha empatia totalmente natural e autêntica sem cunho de interesse. Porque vamos combinar que a maioria das pessoas são bacanas enquanto podem tirar proveito de alguém, e depois que não precisam mais, simplesmente se tornam frias, distantes e indiferentes, já que o ego delas é tudo o que importa. Entretanto, eu não sou assim, e não estou em busca de reconhecimento apesar de estar ciente das minhas ótimas qualidades como ser humano, muito menos me explicar para fazer a pessoa perceber. Estar em paz com minha consciência é o que única e essencialmente me importa. Não ligo para o que pensam de mim e a opinião que tem sobre a minha pessoa, uma vez que ninguém paga minhas contas e se preocupa verdadeiramente com meu bem estar e meus problemas. Mas esta família em especial é onde eu me sinto à vontade para ser recíproca.

— Sinto muito pela partida do seu pai em circunstâncias tão desagradáveis, embora acredite que nenhuma partida é definitiva e a vida continua de outras formas — desconverso.

— Ah, a morte faz parte da vida não é mesmo? Só não queria que fosse dessa forma, mas não temos o controle de nada. Acho que ele se sentia culpado por não ter cuidado dos filhos antes... E agora que teve a chance não soube administrar as emoções. Contudo é como você mesma disse! Onde quer que ele esteja, agora está ciente de que não nos deve nada e só fez o melhor que pôde, assim como todos nós.

O Amor Na Balança ( Sáfico) Where stories live. Discover now