Desfecho - Parte Final

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Gemidos roucos escapam com intensidade da minha garganta, abafados pelo fato do meu rosto estar enterrado no travesseiro. Mãos quentes deslizam por meu cabelo úmido de suor e meus excessos laterais, apertando-os deliciosamente como se os possuíssem ao ponto de seus dedos famintos atravessarem minha carne volumosa. Minha pele arde num fogo que não se vê, mas que se sente internamente, aquecendo a alma enquanto preenche as lacunas exteriores, e a transpiração facilita os gestos de carinho mesclados com a obscenidade contida nos atos mais agressivos. Os puxões dos meus fios vermelhos me levam ao cume por alguns instantes e os tapas nas minhas nádegas aumentam minha excitação.

— Quero mais consistência e mais rápido pelo amor que você tem a sua vida! — ameaço com a voz tensa de tesão falhando.

Escuto um sorriso maroto sarcástico e em seguida o objeto cresce dentro de mim e sou estocada com mais agilidade e precisão me causando um prazer descomunal de fazer minhas pernas tremerem. Ok, me lembre de não subestimar seus dotes sexuais nunca mais. Sinto que estou prestes a atingir o ápice, mas sou virada bruscamente para que me deite, minhas pernas são suspensas e meus pés segurados, enterro meu orifício anal nele novamente e o acoplamento se inicia com fervor. Masturbo meu clitóris para complementar meu prazer, sou encarada com a devassidão desenhada em cada traço expressivo de seu rosto e eu explodo num orgasmo de me desdobrar até o paraíso e retornar para seus braços...

Ganho beijos de língua, que parecem almejar que eu me recomponha para mais uma montanha russa de prazeres carnais, mas meu corpo está mole demais para reagir, apesar de não me sentir sem energias, pois elas parecem estar sempre sendo renovadas pela nossa intensa proximidade recíproca...

O despertador apita mais uma vez e Diana sai de cima de mim, inclusive de dentro da minha fenda traseira. Retira a cinta com o dildo inflável e joga ao nosso lado esquerdo da cama. Me sinto vazia e nua por um instante sem teu corpo fervendo colado ao meu. Mas sei que é necessário, não podemos viver literalmente e metaforicamente grudadas. Somos apenas almas livres compartilhando a existência corpórea.

— Da próxima vez eu coloco pra despertar umas duas horas antes do meu plantão... — avisa pegando o celular e desligando a música irritante.

— Hum, quer mesmo fazer umas transas matinais não é? — provoco passando as unhas por suas coxas musculosas.

— Nada como começar o dia completamente relaxada e energizada — ela abre um daqueles sorrisos de me fazer cócegas no estômago. Os anos passam e as reações que ela causa em mim continuam as mesmas e ainda mais significativas.

Gargalho:

— Não discordo! Mas só muda essa música ofensiva, ok?

— Ah qual é! — gesticula o celular indignada. — Não tem nada de ultrajante nessa música, pelo contrário, é uma homenagem as mulheres gostosas pra caralho como você!

— Mulheres não deveriam ser vistas apenas como símbolos sexuais principalmente as plus size! — replico revirando os olhos.

— Não acho que ele usou a imagem das mulheres plus pra se destacar e nem fez isso para humilhá-las, mas para visibilizá-las e conscientizar os ouvintes pedindo mais respeito — argumenta ponderada — Além disso, é uma forma de enaltecer a beleza da mulher gorda tão discriminada pelo padrão da magreza obsessiva que dita que para ser belo e saudável é preciso ser magro...

— Ai, Diana, você está parecendo meus pais aqueles anos atrás. Apelidos no diminutivo são ofensivos sim e pronto, certo? Não se atrase discutindo comigo! É perda de tempo.

— Ei, respeite a opinião alheia para ser respeitada, viu mocinha? A verdade não é universal! Tudo é uma questão de ponto de vista! É você mesma quem diz isso! — percebo seu tom de deboche e jogo o dildo na cara dela. Por sorte, ela é hábil e consegue desviar. — Olha olha, cuidado com a violência! — sai rindo e eu foco na sua bunda malhada oscilando gostosamente. É uma visão de me molhar novamente.

O Amor Na Balança ( Sáfico) Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt