13.

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Eu deveria mudar meu nome de Gwen para Azar.com, não sei porque inventei de concordar com o desafio de Sheyla para jogar strip poker e agora estou tirando minha última peça de roupa de cima e ficando apenas com as de baixo; um conjunto de calcinha e sutiã de renda na cor branco. Confesso que sou terrível em qualquer espécie de jogos, esportes e inclusive os de cartas...

A morena que só perdeu uma rodada e consequentemente apenas a camiseta até agora sorri maldosamente para mim sentada à sua frente, e depois para Diana que está no balcão servindo normalmente os clientes enquanto jogamos numa mesa no centro do bar. É óbvio que toda atenção do estabelecimento está dirigida para nós duas, contudo, ninguém para de ingerir álcool, pelo contrário, estamos servindo como um bom e lucrativo entretenimento, embora intuitivamente eu saiba que a intenção de Sheyla não é de render tempo e ganhar mais dinheiro, e sim me humilhar ou me fazer sentir vergonha de ficar nua na frente dessas pessoas por conta do meu excesso de gostosura. Esqueci de avisá-la que eu gosto de me exibir e totalmente sem pudores, talvez seja por isso que aceitei jogar com ela a partida. Eu sei que sou péssima nisto e pode ser que um dia chegue a dominar a área.

Diana corresponde o olhar de uma maneira fuzilante e em seguida revira as íris amareladas. É impressão minha ou ela está com ciúmes de eu estar seminua em público? Sorrisos maliciosos invadem minha mente.

— Quer parar? — Sheyla questiona com um semblante ansioso, demonstrando claramente que seu desejo é que a minha resposta seja negativa, e realmente é.

— Não querida. Não sou de desistir fácil. Ainda tenho chances de ver sua calçola de senhora — provoco com um sorrisinho de canto.

— Te garanto que você não é a única garota sexy por aqui — rebate com um tom de voz ofensivo. Acho que ela finalmente entendeu que não estou constrangida, que me amo e me aceito assim, e que Diana não está comigo por pena e sim porque me ama de verdade. A única digna de compaixão nessa situação é ela por seu preconceito de balança.

— Não sinto dizer que desacredito — retruco, ela ignora concentrando-se no baralho, e lá vamos nós para mais uma cartada. Ótimo. Minhas cartas mais uma vez vão me fazer perder. Porém, não me entrego. Ilustro uma expressão confiante e continuamos. Pelo brilho no olhar de Sheyla noto que ela está em vantagem de novo. Menina do interior de sorte.

Nos conhecemos há dois dias quando ela foi na cabana de Diana procurá-la porque estava preocupada com seu sumiço repentino e não havia dado notícias. De forma cordial a cumprimentei e pelo modo que ela olhou para Diana e logo depois para mim, notei de imediato que está interessada na minha nadadora. Também não é para menos, não é? Quem não ficaria literalmente e metaforicamente de quatro por Diana? Deus abençoou essa mulher na hora de criá-la. Digo que exagerou. Ela fica deslumbrante até mesmo nessa regata manchada, na calça jeans surrada, ambas justas, com o cabelo desgrenhado num coque mal feito, um pano de limpar as mãos pendurado no ombro e o abridor de garrafas encaixado no cós. É sério que nunca a imaginei executando um serviço tão rústico. Não nego que ela está me surpreendendo e finalmente positivamente.

— Acho que você vai pegar um resfriado ruivinha... — Sheyla adverte com ironia dando a cartada final. Ela venceu outra vez! Quanto tempo fiquei presa nos meus próprios pensamentos? Oh, sim, o suficiente para perder sem batalhar por vitória.

— Droga — bufo já me preparando psicologicamente para mostrar minha exuberante comissão. Levo as mãos para descer as alças finas do meu sutiã, girá-lo em seguida e retirar os prendedores, só que uma Diana furiosa surge na velocidade da luz e me impede.

— Já basta! — reclama olhando ao redor, especificamente para as pessoas com os olhos arregalados de expectativas e, hum, digamos... tesão?!

Sheyla franze a testa e fulmina minha namorada ( sim, até que enfim atamos um namoro naquela nossa primeira noite de amor e não acho que é cedo para um compromisso visto que já tem alguns significativos meses que estamos nos envolvendo e tempo é algo inteiramente relativo):

O Amor Na Balança ( Sáfico) Where stories live. Discover now