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Na maioria das vezes, odiava quando suas intuições estavam certas. É um dos pensamentos impregnados na cabeça de Jinyoung, desde o trajeto feito rapidamente da casa dos seus pais até o local onde os policiais civis encontraram o novo corpo, que com certeza deveria envolver o caso KJT, até a passada pela fita amarela e a caminhada determinada até onde se encontrava o cadáver.

Mais uma vítima do KJT, é a primeira informação que recebe assim que chega perto da perícia.

Isso estava piorando cada dia mais, desde as expectativas para pará-lo até a investigação, que não estava tendo um andamento para o verdadeiro assassino no qual estava terrorizando pelas redondezas de Gwangyang.

Ao chegar no local, as cenas o atingem instantaneamente.

A arvore majestosa e grande, com o mato quase chegando aos joelhos e rosas.

Muitas pétalas de rosas.

Vermelhas como vinho, vermelhas como o próprio sangue.

Para completar o cenário mórbido, o corpo.

A vítima já estava parcialmente exposta, mas ainda havia muito do seu corpo coberto pelas pétalas de rosas, Hyungwon tirava as fotos de todos os ângulos enquanto Kihyun removia lentamente as pétalas sobre o cadáver, ainda não identificado pelo detetive Pepi.

As cenas ao seu redor são as mesmas, a polícia da região protegendo o local de curiosos, a equipe forense vendo os mínimos detalhes, os detetives recolhendo alguns vestígios para ajudar no caso em questão, porém, a novidade e a aflição era a presença do chefe do departamento, Park Jinyoung, estava no meio da cena do crime, isso não era nada bom.

Isso podia significar muitas coisas e todas muito ruins.

– Chefe. – cumprimenta o detetive Park, assim que chega perto suficiente de seu comandante.

– Detetive, como estão as investigações? – questiona o superior, visualizando a situação do local, com a feição imparcial e rígida – estão chegando em algum suspeito? Algum relacionamento desse caso com os outros? Temos algum progresso no caso em geral?

– Não temos nada no momento, senhor. – responde o detetive, de maneira polida e séria, encontrando o olhar cansado do Chefe a sua frente – as duplas querem convocar uma reunião, temos alguns resultados da pesquisa de campo e forense que foi nos designados verificar, do local e dos fragmentos encontrados.

– Certo. – concorda o Comandante, mas aliviado e esperançoso pela novidade das equipes – quero essa reunião o mais rápido possível.

– Vou convoca-los. – Jinyoung se prontifica, recebendo instantaneamente a aprovação do superior.

– Como estão os detetives de prontidão? – questiona o Chefe, com curiosidade.

Em pura paixão com uma pitada de emoção policial, pensou e sabotou o sorriso divertido de surgir em seus lábios.

– Estão bem. – responde ao seu superior – verifiquei ambos hoje e não teve nenhuma ocorrência para se relatar.

– Ótimo. – logo o Chefe o lembra da conversa que tiveram dias atrás – quero lembra-lo que ambos estão na sua responsabilidade.

Mais que novidade.

– Sim, senhor. – concorda prontamente o detetive – não esqueci e estou ciente.

Comandante assente e logo se encaminha em direção a equipe forense, unida próximo deles.

Antes que Jinyoung pudesse concentrar sua atenção na cena do crime novamente, ouve gritos e alguns policiais civis correndo em direção a demarcação amarela que limitava a entrada dos agentes e das pessoas curiosas, o detetive se ver indo na mesma direção do tumulto que estava sendo formado por um indivíduo sem controle e sobre violenta emoção.

Quando está perto suficiente para ver o motivo da gritaria e do tumulto, seu estomago se contorce com a cena.

Um jovem esguio de cabelos castanhos bagunçados e roupas amassadas, tentava ultrapassada a faixa amarela com determinação e sendo impedido pelos policiais, que estavam contendo os curiosos da vizinhança e as pessoas não autorizadas que queriam adentrar o local. Ele se debatia enquanto tentava passar sem sucesso pelo paredão humano de agentes que o impedia, seu desespero e aflição estavam estampados em seu belo rosto, fazia com que qualquer um que estivesse observando o desenrolar da situação simpatizasse com suas emoções e a situação que se criava, deixando todos a sua volta aforados.

– Me deixe passar! – gritava o rapaz esbelto, com toda dor e desespero que o jovem juntava ao pronunciar cada palavra – Me deixa passar!

Parecia que inconscientemente já sabia quem estava ali, como se só quisesse confirmar para que finalmente desabasse com a verdade, que estava nas profundezas e eram alimentadas pelas dúvidas que o corriam. A sua aflição de que sua suposição não fosse a verdade enquanto lutava contra a dor antecipada que se formava a cada gesto e palavra que soltava.

O rapaz estava prestes a sucumbir.

Jinyoung precisava fazer alguma coisa.

– Deixe-o passar! – ordena, ao mesmo tempo que percebe o Comandante Park caminhar e se encontrar logo atrás do detetive.

Os policias o soltam e dá uma abertura para que o rapaz passe rapidamente, logo voltando a proteção da demarcação para que mais ninguém passasse. O rapaz corre passando por ambos que o ajudaram indo em direção a onde se encontrava o corpo da vítima, sendo parado novamente por Hyungwon e Kihyun antes que tocasse ou atrapalhasse o local do crime.

– Sunmi! – Chama o rapaz, arfando quando finalmente ver o corpo da jovem e consequentemente o seu rosto.

Agora aquele cadáver tinha um nome. Isso era pior do que tudo ou um alivio para o caso onde a jovem poderia ter sua justiça e um enterro digno. Não um rosto que precisaria de respostas a mais e que deixaria uma incógnita de quem poderia está a sua procura.

Sem forças, o jovem cai de joelhos ao chão com as mãos sobre o rosto tentando sufocar seus soluços cortantes, mas sem sucesso. Seus soluços cheios de dor e tristeza, atinge todos a sua volta, um silencio horrível se propaga pelo local deixando todos envolvidos no sofrimento do jovem de cabelos castanhos, não sabendo o que fazer ou o que dizer.

Todos permanecem calados, observando com muito pesar aquela cena.

Se permitindo sentir a dor daquele pobre garoto.

Resquícios  ✖️Jinyoung✖️ ✔️Where stories live. Discover now