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A cena tinha chocado até os mais veteranos nesse meio de trabalho investigativo, contudo, deu um impulso para que todos os agentes envolvidos ficassem ainda mais determinados em capturar esse assassino, que estava em uma espécie de brincadeira com a corporação policial.

Assim que as coisas se acalmam, Jinyoung se ver entregando um copo de café ao jovem tristonho e quieto, que estava sentado encolhido na cadeira em frente a sua mesa na delegacia, o mesmo pega o copo e agradece com um único pequeno aceno de cabeça.

O rapaz esguio estava abatido e ainda havia traços recentes que foram percorridos pelas suas lagrimas em abundância. Por mais que o garoto se encolhesse de frio e tristeza, sua presença parecia se expandir naquele local, o detetive inconscientemente se simpatizava com o rapaz a sua frente e deixava com que as peças se formassem na sua cabeça, sem nenhuma pressa enquanto se organizava mentalmente pelo caminho que deveria percorrer, quando iniciasse seu interrogatório com o jovem.

 Sunmi.... – pergunta baixinho, o garoto com a voz rouca de tanto ter chorado momentos antes, atraindo a atenção total do detetive – O que vai acontecer com a minha Sunmi?

– Depois de fazemos todo o procedimento necessário, iremos libera-la para a agencia funerária designada pela família. – se limitar a responder Pepi, ele se inclina na direção do jovem entrelaçando suas mãos pousadas sob a mesa.

Jinyoung se permite começar com o interrogatório básico, não iria joga-lo contra a parede, o jovem já estava abatido demais no momento, mas por enquanto qualquer informação vinda dele, já seria útil e de grande ajuda.

– Gostaria de começar o procedimento de base. – anuncia o detetive, recebendo a atenção do rapaz a sua frente que assente em concordância, antes mesmo do agente terminar de falar – se estiver pronto, é claro.

– Estou pronto. – murmura, encontrando o olhar do detetive, via determinação no meio de toda tristeza e isso era um ponto muito bom ao olhar de Jinyoung.

– Vamos começar com o básico. – inicia o detetive – qual o seu nome?

– Mark Tuan.

– Qual seu parentesco com a vítima?

 Ela é.... – começa a responde-lo, mas pausa enquanto engole em seco, seu olhar se desvia para as suas mãos pousadas em seu colo e retoma a resposta – ela era minha noiva.

– Certo. – profere Park, concordando com a cabeça – sinto muito pela sua perda.

– Eu só quero justiça. – sussurra Mark, em contrapartida.

– Você terá. – Jinyoung se permite dizer e retorna ao interrogatório – quando foi a última vez que viu a sua noiva?

– Ontem de manhã. – começa a responder calmamente, Tuan – ela disse no café da manhã que após o trabalho iria começar a ver os vestidos para o casamento, como ela não tinha muita paciência com absolutamente ninguém preferiu inicialmente ir sozinha, me prontifiquei a acompanha-la já sabendo da recusa que logo fez prontamente, mas não sabia que minha intuição ruim podia estar certa. – pausou recuperando o fôlego enquanto se ajeitava na cadeira, se sentindo incomodado por remexer as memorias tão corriqueiras de horas atrás, logo retoma com seu relato – tinha visto os noticiários e lembrei isso a ela mais cedo, mas a mesma teimou e disse que o que fosse acontecer iria acontecer, para eu parar de me preocupar com essas besteiras, mas... – arqueja – mas eu não consegui... – sua voz falha – não consegui convence-la do contrário. – ele arfa – eu não consegui...

Seu cabelo cheio atrapalhava a visão ampla do seu rosto, mas não precisava saber que o jovem estava batalhando com a dor e a vontade de recomeçar a chorar, contra a vontade de continuar a relatar o que tinha ciência e estava nítido ainda em suas memorias.

Antes que Jinyoung fale ou faça algo, Mark respira fundo e continua o relato:

– Fiquei preocupado o dia inteiro com ela, mas por causa das reuniões extensas no trabalho só conseguir ligar para ela quando já estava bem tarde, ela não atendia e nem respondia as minhas mensagens, ela nunca foi disso e então entrei em desespero, comecei a procura-la por todos os cantos e não a encontrava, mas quando vi aquele alvoroço e os policiais, eu simplesmente soube... – então se calou e seus ombros começaram a tremer e Jinyoung nem precisou ver, para saber que o jovem estava chorando novamente.

– Por que não relatou a polícia o desaparecimento de sua noiva? – indaga Jin, suavemente ao ver Mark se acalmando.

– Pensei que estava cedo demais para fazer uma ocorrência. – responde Tuan, fungando.

Esse tempo para fazer ocorrência, sempre atrapalhava mais do que ajudava.

Nunca estava expressamente descrito que existia um tempo de espera para fazer a ocorrência, o detetive sempre abominou a espera de 24 horas para se abrir um chamado e começar a procura dos desaparecidos. Para Jin cada minuto era precioso, mas tinha que fazer tudo sempre de acordo com a lei. Fora o que prometerá desde o princípio de sua carreira, mesmo seu interior querendo sempre bater de frente com essas partes ilógicas legislativas.

Sobre o interrogatório do jovem Tuan, era o suficiente por hora.

Assim que o garoto esguio se recuperou, o detetive se permitiu a falar com o mesmo entregando-o um cartão personalizado contendo seus telefones profissionais e de emergências.

– Se lembrar ou descobrir mais alguma coisa, se precisar de algo. – informa Jinyoung ao rapaz, que estava com seu cartão em mãos e que tinha seu olhar fixo ao agente – não hesite em ligar.

– Certo, obrigado. – concorda Mark, assentindo e logo começa a se levantar, mas volta sua atenção ao detetive e pronuncia em um pedido claro ao Park – não sei porque a escolhida foi Sunmi, mas espero profundamente que ela seja a última a morrer na mão desse desalmado.

E logo se afastou indo em direção a saída da delegacia, ainda totalmente abatido, porém, juntando suas partes despedaçadas a cada passo enquanto firmava seus passos para não deixar a tristeza o sugar de vez, pois sempre haveria esperanças e um propósito para continuar, mesmo que seja a espera da notícia do assassino de sua noiva capturado.

O pedido de Mark Tuan era a determinação e a prece de que Jinyoung ansiava inteiramente.

Resquícios  ✖️Jinyoung✖️ ✔️Where stories live. Discover now