baby I'm yours

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o voo foi tranquilo, e eu já estou em Nova York. meu pai está no aeroporto me esperando. Kate perguntou se eu queria que ela fosse comigo para casa, mas eu falei que não tinha necessidade.

meus olhos estão inchados por conta de eu ter chorado no avião. coloco meu óculos escuro para que meu pai não perceba quando eu entrar no carro.

ele sai do carro e me ajuda a guardar as malas no porta malas, mas não diz nada. entramos e continuamos em silêncio. eu encosto minha cabeça na janela e ele decide falar.

- estava com saudades. - sua voz está fraca, eu sei que ele está preocupado, e isso acaba comigo, porque a preocupação dele sou eu.

- eu também senti saudades, papai. - mexo no rádio tentando achar alguma música.

- sua mãe também está morrendo de saudades.

- onde ela está? por que não veio? - agora está tocando the less i know the better.

- ela estava ocupada no trabalho, disse que sentia muito, mas não poderia vir.

- ah. - eu volto a encostar a cabeça na janela.

mamãe e papai se conheceram na faculdade quando tinham 19 anos. papai estava cursando medicina e ela pedagogia, ambos saíram do curso em que estavam para fazer coisas que realmente gostam. agora papai é policial, e mamãe é dentista.

eles já estam juntos há muito tempo, acredito que o relacionamento deles seja amor verdadeiro. estremeço. será que um dia eu terei um amor verdadeiro igual o deles? penso em Alex e uma lágrima escorre.

antes que eu possa continuar sofrendo, papai avisa que chegamos. desço do carro e pego minhas malas. agora só me restava voltar para minha antiga vida, só que sem meu trabalho desta vez, e graças a Deus, sem o Jesse.

entro em casa e tudo está em silêncio, aparentemente não tem ninguém. mas quando eu estou na metade da escada, escuto Molly gritar.

- Mel. - ela corre até mim e abraça minhas pernas.

ela só tem 5 anos, então é normal que isso seja o máximo que ela alcance.

- Molly. que saudades. - largo as malas e pego ela no colo.

- tenho tanta coisa pra te contar. - ela diz abrindo os braços e se jogando para trás.

- eu vou querer saber de tudo. - digo e coloco ela no chão. - mas, agora eu preciso descansar. você se importa, querida?

- não. - ela diz esbanjando um sorriso.

subo até meu quarto, e no caminho passo pelo de Peter, meu irmão do meio. ele está na escola, creio. mas, quando chegar, não sei se fará diferença ou não eu estar aqui. ele está naquela fase chata de adolescente. um dia vai passar, mas acredito que ainda não passou.

jogo minhas bolsas pequenas na cama e coloco as malas no chão. vejo pela janela papai e mais dois policiais conversando do lado de fora da casa. ótimo. era tudo o que eu precisava.