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ao acordar percebo que Taylor não estava mais na cama. noto que a porta do banheiro está fechada, ao contrário de ontem quando fomos dormir. certa de que ele não fugiu sem dizer tchau, me levanto para preparar algo para ele comer antes de ir embora.

me certifico de que não tem ninguém no corredor, mas assim que desço, consigo escutar vozes e risadas vindo da cozinha. me aproximo de vagar e levo um choque quando vejo Taylor encostado na bancada conversando com a minha mãe.

— pretendia manter sua visita em cativeiro até quando, querida?  — minha mãe pergunta ao me ver.

engulo em seco.

— eu não estava o mantendo em cativeiro, apenas queria evitar de que a senhora entendesse errado — digo e me sento à mesa.

ela serve café ao Taylor e depois me entrega uma xícara.

— até parece — fala entre risos. — eu fico é feliz de que você tenha desencalhado. desde que aquele embuste foi preso, você não arrumou mais ninguém. aquele traste... qual era o nome dele mesmo?

— prefiro não falar — respondo. — e era exatamente por isso que eu não queria que soubesse do Taylor. somos apenas amigos, nada a mais. ele faz parte da minha banda preferida.

ela me olha assustada.

— sequestrou ele?

me engasgo com o café que estava na minha boca.

— mãe, não! — digo.

Taylor já estava para enfartar de tanto rir.

— olha a vergonha que a senhora está me fazendo passar — falo e minha voz sai quase como um sussurro.

— tudo bem, Mel — Taylor intervém. — sua mãe é muito legal.

ele se afasta do balcão e se senta ao meu lado na mesa.

— todos dizem isso — minha mãe se gaba. — alguns até dizem que preferem a mim do que ela.

olho para Taylor, tentando decifrar pela sua feição o que ele estava achando da conversa. o mesmo parecia estar feliz, entretido e animado.

nem parece que perdeu o voo e levou um "fora", penso.

isso mostra o quanto de boa ele é.

— mas enfim, como descobriu o Taylor aqui? — pergunto.

— como é final de semana, aproveitei para lavar roupa. passei no seu quarto pra pegar as peças sujas e entrei sem bater, vi ele na cama e tentei ignorar, mas quando fui sair fiz barulho e ele acordou — ela da de ombros. — só me restou convidar ele pra tomar café da manhã.

balanço a cabeça desacreditada.

— fala sério, mãe, você já sabia... por que decidiu lavar roupa tão cedo?

ela escondeu um sorriso.

— me deu vontade — diz.

— ah, senhora Eleanor... você não me engana — serro meus olhos para ela.

a mesma manda um beijo no ar e sai da cozinha.

sussurro um "sinto muito por isso" para o Taylor, mas o mesmo apenas faz um gesto com a mão, indicando estar tudo bem.

terminamos de tomar café e subimos para ele pegar as coisas que deixou no meu quarto.

ele não trouxe muita coisa, pois disse que achou melhor comprar as coisas que precisaria aqui mesmo, mas acabou por não comprar nada.

só tinha uma mochila e uma mala pequena, o que não foi difícil para trazermos ontem. ajudei ele apenas com a mochila, mesmo ele insistindo para que eu não fizesse isso.

sentirei saudades de Taylor.

— já vai para o aeroporto? — pergunto.

saímos da casa e agora estavamos sentados no banco de madeira da varanda.

— sim. não quero arriscar perder outro vôo — fala.

assinto e peço um carro para nos levar até lá.

conversamos sobre algumas coisas durante o caminho. a maioria foi referente a música.

o tempo passou rápido demais e logo já estávamos no aeroporto. me sentei em um dos bancos do lugar e esperei ele comprar a passagem.

— pronto — diz voltando com ela na mão.

me levanto para poder dar um abraço nele.

— que bom que nos encontramos na cafeteria, caso o contrário, nunca teria tido a oportunidade de te conhecer tão bem e confirmar o que todos sabem... que você é incrível, menino — digo tentando não chorar.

— fico feliz por ter te encontrado também — diz e nos soltamos do abraço. — imagina que triste seria voltar para minha vida normal sem a amizade de Melinda Clarkson.

tento de todos os modos, mas acabo deixando uma lágrima escorrer, depois outra e mais outra.

— queria que ficasse para viramos melhores amigos — falo com voz de choro.

— eu queria que você fosse para virarmos melhores amigos.

sorrio.

— ambos não podemos fazer isso. nem ficar nem ir...

ele pega o celular que até então estava na mochila.

— pegue o meu número, e diferente da Hayley, pode me mandar mensagem a qualquer momento, não só quando precisar.

sorrio mais ainda.

adiciono seu número no meu celular e depois o meu no dele.

— até mais, Taylor.

— até, Mel.

nos abraçamos mais uma vez e ele deixa um beijo na minha testa.

fico parada observando ele sair e entrar na área de embarque.

saio do aeroporto com um sorriso e lágrimas no rosto. mas as lágrimas agora eram de felicidade, por ter tido esse tempo com ele.

entro no táxi e volto para casa escutando Saint Cecilia do foo fighters. uma música que ele me recomendou no caminho para o aeroporto.

baby I'm yoursWhere stories live. Discover now